Capítulo 36

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Fico sem reação, passo a perceber que em tese em nenhum momento haviam citado o real estado de minha mãe, até então achava que ela estava morta, assim sem mais nem menos descubro que ela quer me reivindicar, mesmo sem saber quem sou de verdade, se...

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Fico sem reação, passo a perceber que em tese em nenhum momento haviam citado o real estado de minha mãe, até então achava que ela estava morta, assim sem mais nem menos descubro que ela quer me reivindicar, mesmo sem saber quem sou de verdade, sem nem sequer ter pensado em ser minha mãe. Raiva se fundiu ao meu ser ao perceber que o que ela realmente queria não era ter a sua única filha sob seus braços, mas sim ter a arma mais poderosa sob seu domínio, para ela eu era apenas uma arma para conquistar o que sempre quis, poder.

Sinto quando Miguel segura minha mão carinhosamente e sou grata por isso, observo seus olhos preocupados fixos nos meus, dou um pequeno sorriso, assegurando-o de que estou bem a reunião segue sem que eu me pronuncie novamente.

— Parece-me que Agla quer abrir os portões do inferno na terra com a ajuda de Maya, trazer os demônios em meio aos humanos para que eles se alimentem do medo das pessoas  e tomar suas almas para si. Com o tanto de sentimentos que eles comprimem nenhum deles terá chance. — Miguel fala engolindo em seco.

— Onde ela pretende abrir os portões? — Sofia pergunta.

— Na St Paul's Cathedral, a igreja que sobreviveu aos grandes incêndios de Londres. — Ele responde sério. — Mesmo após ser encontrada em ruínas em diferentes épocas, ela sempre volta a se reerguer.

— Esse é um lugar curioso para se encontrar um dos portões do inferno, chega a ser poético. — Uriel pensa alto.

— E mortal. — Sofia completa.

— A profecia diz que May deve tomar a posse da espada, para só assim tornar-se completa. É como se a espada fizesse parte dela, Maya não pode lutar sem a espada celestial. — Lúcifer comenta.

— Mas ela está perdida a milênios! — Uriel exclama.

— Exato, portanto, temos que encontrá-la.

— Não podemos procurar a espada sem saber por onde começar. Fui informado que os Caídos estão avançando para Londres, nossas tropas estão evacuando a cidade, nosso tempo está se esgotando, a guerra já começou.

— Vamos nos separar, a guerra não vai esperar por nós. Miguel você acompanha Maya em sua jornada, enquanto o restante de nós vamos até o campo de batalha, meus seguidores continuarão atrasando os Caídos até nossa chegada portanto, ainda temos tempo. — Lúcifer sugere.

Continuo olhando para as minhas mãos repousadas em meu colo enquanto torço-as nervosamente. Ouço uma das cadeiras se arrastar e em seguida passos vem em minha direção.

Quando me dou conta Lúcifer segura em meu queixo e ergue minha cabeça para que eu olhe para ele.

— May, é imprescindível que você se concentre, Miguel irá te acompanhar, mas ao fim disso você terá que trilhar esse caminho sozinha. A espada vai testá-la, e somente você será capaz de domar esse poder. Lembre-se essa espada contém luz em seu interior, mas as trevas que emanam dela são tão fortes quanto, ela vai explorar seus medos e usa-los contra você, seja forte e contenha esse desgraçado. Sei que vai conseguir, afinal é minha filha, você vai trazer cores ao mundo novamente May, você vai devolver a vida a essa terra, sei que vai, desde a primeira vez que te vi.

Sorrio sem graça e pela primeira vez, jogo meus braços ao redor de seu pescoço e encontro ali a paz que busquei durante todos esses anos, sorrio quando Lúcifer retribui o abraço desajeitadamente, lágrimas escorrem dos meus olhos quando percebo que finalmente me encaixei em algum lugar.

— Obrigada... Pai.

Ao dizer essas palavras sinto seu corpo se enrijecer, mas em seguida ouço-o suspirar e sorrir para mim, desfazendo o abraço, ele seca as gotículas de lágrimas que escorreram de meus olhos e volta sua atenção aos demais.

Me esqueço totalmente da presença dos outros anjos na sala, quando dirijo minha atenção a eles percebo que a maioria está com os olhos marejados com a cena, observo quando Sofia, que está com o rosto infestado pelas lágrimas, começa a cutucar as costelas de Uriel que luta contra seus sentimentos.

— Não parece tão valente agora, Uriel.

— Cala a boca Sofi, fica na sua. — Ele resmunga rabugento.

Solto uma risada discreta, antes de Miguel perguntar:

— Como vamos saber por onde começar?

— Que tal procurar no lugar onde tudo começou? Se a espada estiver lá Maya saberá. — Lúcifer responde.

— Onde tudo começou? Como assim? — Questiono.

— O lugar da queda. — Ouço alguém sussurrar.

 — Ouço alguém sussurrar

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A Revolta dos Caídos: A Luz e a Escuridão Irão ReinarOnde histórias criam vida. Descubra agora