Com os cabelos secos, Alice, moldou meus cachos com o auxílio do babyliss e entregou-me seu delineador, eu tracei uma linha irregular em ambos os olhos, portanto, foi necessário muito tempo e muita insistência, até que eu finalmente conseguisse fazer um traçado simétrico. Satisfeita, passei um batom vermelho e antes de sair dei uma espiada no espelho.
Eu estava com um vestido todo preto, nos pés eu havia calçado uma sapatilha da mesma cor apesar da insistência de Alice sobre usar saltos. O delineado, por mais simples que fosse, destacou a coloração dos meus olhos assim como o batom vermelho, eu estava bonita.
Trancamos o quarto e seguimos andando, eu não estava familiarizada de como ou onde seria essa festa, estava apenas seguindo minha amiga. Após chamar um taxi, fomos levadas até uma casa nas proximidades da universidade, da qual o proprietário eu desconhecia.
— Como ficou sabendo desse lugar? – Perguntei desconfiada.
— Relaxa! Vamos nos divertir!
Logo, Alice pegou dois copos com algum líquido desconhecido, talvez fosse cerveja, ela me entregou um e levou o outro para si, rapidamente larguei-o em cima da mesa. Em pouco tempo eu havia perdido ela na multidão, dei várias voltas pelo lugar e nada dela, quando finalmente desisti, sentei no sofá mais distante de todos e fiquei observando.
Eu sabia que essas festas eram tão desinteressantes, mas nunca me passou pela cabeça que seriam tão fúteis assim, eu não pertencia a esse mundo, a verdade era que eu nem deveria ter vindo, afinal amanhã teríamos aula. Consequentemente voltei a procurar Alice e percebi que a quantidade de pessoas havia aumentado, a maioria delas já nem tinha noção do que fazia, muitos dançavam, alguns conversavam e outros estavam quase se engolindo em algum canto, era deplorável.
Vou para o lado de fora e sento na escada que leva a porta da frente, sinto a brisa fria da noite batendo em meu rosto, fecho os olhos e encosto a cabeça na parede suspirando de prazer, após alguns minutos alguém senta ao meu lado e coloca a mão em minha coxa, eu abro os olhos e deparo-me com um garoto de cabelo raspado e olhos verdes dilatados, que engoliam toda a luz e a bondade consigo, ele me observava cheio de desejo mordendo o lábio inferior.
Se aproximando ele começou a subir sua mão de forma indiscreta, eu o empurrei e levantei rápido com a respiração irregular, porém, o mesmo segura meus braços e aperta-os até eu grunhir de raiva.
—Deixe-me em paz! — Falei com dificuldade.
O sujeito me fez levantar e passa a se aproximar, tentando me desvencilhar de seu toque dou passos para trás até encontrar com a parede, ele apoia sua mão ao lado da minha cabeça, impedindo-me de sair e começa a se aproximar novamente, pega uma mecha de meu cabelo e o analisa antes de afastá-lo, eu viro a cabeça tentando fugir de seu toque.
— Tire essas mãos imundas daqui. — Falei devagar e alto, mostrando uma falsa coragem considerando minha situação.
O homem deu uma risada rouca e grave em meu ouvido antes de responder:
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A Revolta dos Caídos: A Luz e a Escuridão Irão Reinar
Teen FictionNo princípio, Deus criou o céu e a terra, que era vazia e sem forma, então em meio a escuridão foi criada a luz, feita para separa-la das trevas. Assim o paraíso foi feito reluzente e cheio de anjos gloriosos, tudo funcionava em perfeita harmonia, a...