A Revolta dos Caídos: A Luz e a Escuridão Irão Reinar

Capítulo 11

Na manhã seguinte após trocar de roupa fui direto tomar café, dei longos goles no conteúdo da xícara, sentindo o gosto amargo do café descer queimando pela minha garganta, em seguida me dirigi até a sala de aula para separar as fotos de Miguel, a proposta era mostrar como eu o via por meio de fotos, eu dei meu máximo para demonstrar a bondade que transbordava do seu coração, seu carisma, o sorriso que inspiravam as pessoas as serem melhores e a serenidade do seu olhar.

— Meu deus, o que eu estou fazendo? — Questionei irritada comigo mesma por pensar tal coisa.

— Me admirando? — Miguel perguntou parado a minha frente.

— Até parece. — Retruquei.

Cada um de nós pendurou sua coleção de fotos em fios de barbante, quando terminado observei como ficou cada trabalho, sorri quando avistei eu mesma retratada de múltiplas maneiras.

Eu rindo com um morango na boca, eu de cara emburrada, uma comigo olhando para o céu estrelado, outra segurando a câmera e tirando uma foto de Miguel, meus olhos brilhavam em todas as fotos, deixando transparecer a felicidade que sinto quando estou com ele. Eu estava radiante, transbordava felicidade.

— Cada forma de arte possui um significado único e especial e devo dizer Maya querida, que você é a mais bela obra de arte já vista. — Miguel cochichou em meu ouvido fazendo meu corpo se arrepiar.

— Devo discordar. — Fale irônica. — Suas fotos ficaram bem mais conceituais.

— Aceite um elogio pelo menos uma vez. — Ele falou alargando seu sorriso ainda mais.

— Muito bem então, obrigada.

— O objetivo desse trabalho era deixar transparecer como você é a meu ver, pois bem, você é assim, pura, a bondade emana de você e estimula as pessoas ao seu redor, você pensa com o coração, transmite múltiplas emoções com apenas um olhar, mas ao mesmo tempo é forte, teimosa e dona da razão, você possui a tempestade e o sol em seu interior, isso é uma das coisas que mais me cativam em você.

Miguel me olhou satisfeito e se afastou observando as demais fotos. Dei uma última olhada na menina ruiva representada ali e gostei do que vi.

Assim que deu o horário saí da sala rapidamente, meus sentimentos viraram um emaranhado que nem mesmo eu conseguia decifrá-los, distraída com meus pensamentos quase nem percebi Alice vindo em minha direção em meio ao corredor.

— Por que suas bochechas estão coradas? O que se passa por essa cabecinha? — Ela questionou assim que se aproximou.

Suspirei fundo e passei a compartilhar com a minha melhor amiga tudo o que se passava em meu coração. Quando terminei Alice me olhava com os lábios entreabertos.

— Eu não consigo acreditar que você finalmente teve uma paixão avassaladora, quem diria.

Sorri tímida e me pus a andar, ela caminhava ao meu lado, feliz.

— Não acho que esse seja o caso. — Falei fazendo uma careta.

— Cabe somente a você definir isso. — Alice comentou, dando-me uma piscadela.

Fiquei aérea durante todo o dia, mal escutei o que fora comentado nas aulas que se seguiram como um borrão, enquanto tentava desfazer o nó que se tonou meus sentimentos

Assim que cheguei ao alojamento me joguei na cama e fixei meus olhos no teto deixando minha mente viajar. Repassei todos os momentos que me fizeram chegar até aqui e sorri. Para uma menina que nem queria sair do pequeno lugar ao qual chamava de lar até que ela estava se saindo bem.