Capítulo 45

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 Miguel

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 Miguel

Assim que abrimos caminho entre as barreiras de Caídos encontro as portas da catedral trancadas, forço-as para a minha entrada, mas de nada adiantou, chuto as portas ferozmente com o intuito de arrombá-las, dei um impulso e me joguei contra elas, estilhaçando a fechadura.

Adentro o local dando de cara com os bancos de madeira em frangalhos, sangue manchava o chão e as paredes. Olhei em volta e senti meu coração parar, Maya estava caída ao centro do altar com uma espada cravada em seu estômago, o sangue formava uma poça ao seu redor, o corpo sem vida de Agla se encontrava ao seu lado em uma situação semelhante.

Corro em sua direção e me jogo de joelhos ao lado se seu corpo adormecido, acaricio seu rosto e puxo-a para meu colo, pressiono seu ferimento que não para de sangrar, coloco a mão no cabo da espada e puxo-a em um só movimento, Maya, arregala os olhos e arqueia a coluna em resposta.

— May, calma, sou e-eu, estou aqui agora. — Falo com a voz falhando, sentindo minha visão ficar embaçada por conta das lágrimas.

Ela voltou seus grandes olhos azuis em minha direção e observei quando lágrimas escorreram de seus olhos, sequei-os com as mãos trêmulas. Minhas próprias lágrimas ameaçavam escorrer, mas eu não podia chorar, tinha que ser forte por ela.

Afago mechas de cabelo que caiam sobre seu rosto e beijo sua testa sentindo o gosto metálico do seu sangue em seguida.

— Vai ficar tudo bem meu amor, você precisa ser forte, está bem?

Seus olhos ficam agitados e ela se engasga com o próprio sangue na tentativa de falar algo.

— Shh, eu sei, eu sei May. Não se preocupe, estou aqui, vou cuidar de você. — Falo sem conseguir segurar as lágrimas que invadiam meus olhos, eu não suportaria perdê-la.

Seus olhos passaram a se fechar lentamente, eu sentia a sua vida escorrer por entre meus dedos e eu não podia fazer nada, eu estava exasperado, não podia viver em um mundo em que Maya não estivesse nele.

Coloquei minhas mãos em seu rosto e falei desesperado:

— May, por favor, abra os olhos, fique comigo.

Ela voltou a abri-los, neles vi o brilho de determinação, Maya estava lutando pela vida como a guerreira que ela estava destinada a ser e isso me enchia de orgulho. Eu sabia que gritar por ajuda seria inútil, principalmente com a guerra que se estendia do lado de fora.

E eu não estava disposta a deixá-la para correr atrás de ajuda, não a deixaria morrer sozinha, jamais. May havia perdido muito sangue, apesar de eu ter conseguido estancar o sangramento ao pressionar minha mão no ferimento, ela estava muito fraca, precisava descansar, sei que soa egoísta e talvez seja, mas não estou pronta para deixá-la ir.

Maya corre os dedos pelo meu peito, e segue em direção a minha face, ela tosse expelindo sangue pela boca antes de murmurar com dificuldade:

— Está... Está tudo bem meu amor, d-deixe-me ir.

— May, por favor não, não me deixe, não vou suportar a dor que é te perder. — Sinto que falta ar para preencher meus pulmões.

Maya volta a fechar os olhos, mas eu chamo sua atenção novamente por puro desespero.

— Anjo... E-eu te amo, mais do que deveria.

Outras lágrimas escorrem pela sua face antes dela responder:

— Também te a-amo meu amor.

Minha visão já está embaçada pelas lágrimas quando ela volta a murmurar:

— Prometa... Prometa-me que nunca vai me esquecer. — Ela fixou os olhos me desafiando como sempre.

Sorri em meio às lágrimas e respondi:

— Eu prometo, eu amo você. — Falo uma última vez antes de ela voltar a fechar os olhos.

May suspira balançando lentamente a cabeça, ela parecia tão pequena e frágil, o desespero e o sentimento da solidão me invadiram, eu precisava de mais tempo com ela, esse não podia ser o fim, não estava certo, não tive tempo suficiente para demonstrar o quanto a amava, eu estava sozinho.

O ar pareceu faltar, balancei a cabeça e encostei minha testa na dela, eu sentia sua respiração ficando cada vez mais fraca, até que cessou, sua mão caiu em meu colo já sem vida.

Entrei em pânico, abracei seu corpo adormecido e sussurrei que a amava várias vezes, eu simplesmente não podia perdê-la, não podia. Eu a abraçava tão forte como se fosse capaz de trazê-la de volta, mesmo sabendo que seria inútil.

Senti o chão tremer e logo depois os portões do inferno se abrirem em um estrondo. Só então me dei conta, a profecia se concretizou.

 Só então me dei conta, a profecia se concretizou

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A Revolta dos Caídos: A Luz e a Escuridão Irão ReinarOnde histórias criam vida. Descubra agora