Olho para Miguel como um pedido de socorro, ele gentilmente me entrega uma pedra pontiaguda colocando-a sobre a palma de minha mão.
Sou levada pelo instinto quando choco a pedra contra minha pele, forçando contra a região até sentir um forte ardor. O sangue passa a escorrer descontroladamente sob minha pele contendo agora um vasto ferimento.
Olho para além dos muros que nos rodeiam e consigo observar o céu, que aos poucos é tomado pela escuridão, extinguindo os últimos raios do sol com sua obscuridade.
Contenho o grito que está preso sob minha garganta quando Miguel segura meu braço e o guia até o emaranhado de rochas a minha frente depositando meu sangue ali.
Com um estrondo as rochas passam a estremecer e uma porta se revela ali, tochas acendem inesperadamente irradiando sua vigorosa luz que irritava os olhos, tornando impossível olhar diretamente para a chama.
Involuntariamente adentro o local, as portas se fecham com um estrondo atrás de mim, deixando-me totalmente no escuro, corro tateando desesperadamente as rochas, em busca de alguma saída.
— Miguel! Não consigo sair! — Grito desesperada.
— Essa é a parte do caminho em que você tem que traçar sozinha Maya, você é forte vai dar tudo certo.
— Miguel... Estou com medo. — Sussurro me espremendo contra a porta.
— Eu te amo.
Essa é a última coisa que ouço antes da caverna tremer sob meus pés e as luzes acenderem,
O local brilhava com as chamas douradas do fogo, que queimavam silenciosamente nas tochas dispostas nas paredes com intervalos regulares entre si, o cheiro de mofo estava fortemente presente e havia uma estranha energia emergindo das paredes que eu não conseguia identificar.
Eu sentia que algo observava meus movimentos, com o medo emergindo do meu ser passo a caminhar sorrateiramente alguns metros à frente, a cada passo novas tochas tomavam vida como se sentissem minha presença, mais a frente, fixo meu olhar em uma espécie de trono de vidro, que se encontrava intacto apesar do estado da caverna.
Algumas plantas o cercavam de forma exótica, vagalumes voavam dentre as folhagens iluminando o trono de vidro, abismada, sou atraída pelo seu encanto, meus pés seguem sozinhos ao seu encontro, quando estou quase perto de alcançá-lo, vejo um vulto rastejar dentre meus pés.
Saio rapidamente do seu alcance sem tirar os olhos daquele ser estranho que volta para guardar o trono. Inesperadamente o vulto toma forma de uma enorme serpente, que se enrola nos braços do mesmo.
Dentre todos os animais criados pelo Senhor, a serpente era o animal mais astuto de todos, condenada a viver rastejando pela eternidade ao incentivar Eva a comer do fruto proibido.
— Quem ousa atrapalhar meu sono?
Uma voz soa em minha mente enquanto a serpente se movimenta preguiçosamente pelo trono.
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A Revolta dos Caídos: A Luz e a Escuridão Irão Reinar
Teen FictionNo princípio, Deus criou o céu e a terra, que era vazia e sem forma, então em meio a escuridão foi criada a luz, feita para separa-la das trevas. Assim o paraíso foi feito reluzente e cheio de anjos gloriosos, tudo funcionava em perfeita harmonia, a...