Capítulo 46

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 Miguel

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 Miguel

Vários demônios adentravam a catedral loucamente formando um furacão no ar, todos estavam sedentos por sangue. Anjos caídos que se aliaram a Agla ultrapassavam a barreira imposta pelo céu e com eles o frio e o silêncio carregado de dor foram trazidos do inferno, os gritos aumentaram, o massacre impiedoso que ocorria fora dos portões do paraíso agora estava em terra.

Eu sabia que não teríamos a menor chance, temia pelos meus amigos que estavam expostos ao perigo, eu precisava fazer alguma coisa. Olhei para Maya que se encontrava em meus braços, seus olhos estavam fechados como se estivesse em um sono profundo, beijei sua testa e levei seu corpo até um canto oculto do altar.

Segui sorrateiramente até Agla, onde a espada celestial se encontrava cravada em sua barriga, mesmo estando ciente do perigo arranquei-a com um único gesto, me encosto contra a parede e recupero o fôlego antes de me esgueirar rumo ao portal.

Quando chego perto o suficiente ergo a espada com agilidade e com um só movimento fecho os portões impedindo a entrada dos de mais monstros, os que já haviam ultrapassado a barreira nem pareceram notar minha presença.

Eu estava surpreso por não ter queimado no fogo do inferno, mas ao mesmo tempo feliz por tal coisa.

Apesar de minha intervenção, grande parte dos demônios conseguiram atravessar e isso era um problema.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, um estrondo se fez audível no local seguido de um tremor vigoroso que pareceu balançar a catedral, ao olhar pelo vitral mais a frente foi possível visualizar um clarão no céu, semelhantes a estrelas cadentes, os anjos de todas as classes celestiais atingiam o campo de guerra como meteoros, prontos para lutar por um bem maior.

Naquele momento me ajoelhei e agradeci ao Senhor por tal dádiva, nós venceríamos, o bem irá reinar novamente.

— Miguel? — Uma voz familiar me chama.

Ouço-o se aproximar, ainda ajoelhado sinto uma mão pousar em meu ombro e me deparo com Lúcifer me olhando preocupado.

— Você está bem? Onde ela está? — Ele pergunta temendo a resposta.

Ele logo volta sua atenção para o corpo de Agla, que agora estava pálido e frio, ele se ajoelhou ao seu lado, segurou suas mãos e fungou baixinho, ele se aproximou e beijou sua testa enquanto acariciava seus cabelos.

— Sinto muito não ter conseguido te ajudar, eu deveria ter feito mais para te salvar da escuridão, eu te causei isso e peço perdão Agla, saiba que sempre a amarei. — Ele fala para a mulher que um dia fora a sua companheira.

Lúcifer retoma a sua posição inicial à espera de minha resposta, abro a boca, mas não encontro palavras para descrever o buraco que substitui o lugar que uma vez se encontrava meu coração.

Aponto com a cabeça o local onde o corpo sem vida de Maya se encontra, Lúcifer engole em seco e se põe a andar em sua direção. Suas pernas fraquejam não suportando seu peso, ele cai de joelhos ao lado de sua filha, devastado, Luce segura Maya nos braços e joga a cabeça para trás urrando em seguida.

Olivier e Uriel entram no recinto alarmados, ao olhar mais atentamente vejo suas feições se desfazerem ao se deparar com a cena a sua frente. Ambos estavam com as vestes em farrapos, cortes e hematomas estavam por todo o corpo, o sangue manchava suas vestes em vários pontos, Uriel carrega um corpo em seus braços e o aperta ainda mais contra si, saio do meu estado de transe e sigo em sua direção ao tempo de ver Sofia em seus braços, tão pálida quanto uma folha de papel.

— Não. — Sussurro com a voz tomada pelo luto.

A dor da perda nos envolve e nos vemos em silêncio fitando o chão ensanguentado, o barulho da batalha parece cessar sendo audível apenas o barulho da chuva vinda do lado de fora.

Um estrondo chamou a atenção de todos quando os de mais anjos voltavam ao céu, a luta havia acabado, nós vencemos, Olivier limpou a garganta e falou:

— Está na hora, precisamos ir.

Com esforço consigo assentir com a cabeça, sigo em direção a Lúcifer e aperto seu ombro como forma de consolo antes de segurar o corpo gélido de Maya.

Não consigo manter meus olhos fixos nela sem sentir meu coração ruir, avançamos porta a fora antes de levantar voo, seguíamos rumo aos portões do Paraíso. O vento batia violentamente contra meu rosto, a chuva diminuía à medida que dava lugar ao sol.

A guerra havia acabado, mas as cicatrizes ficariam ali para sempre, todos estávamos cientes disso, seria necessário aprender a viver com a dor daqueles que se sacrificaram por nós, eu estava disposto a fazer isso, pela May.

A guerra havia acabado, mas as cicatrizes ficariam ali para sempre, todos estávamos cientes disso, seria necessário aprender a viver com a dor daqueles que se sacrificaram por nós, eu estava disposto a fazer isso, pela May

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A Revolta dos Caídos: A Luz e a Escuridão Irão ReinarOnde histórias criam vida. Descubra agora