Assim que chegamos na boate a qual fui arrastada, Alice pega rapidamente uma mesa perto do bar e logo pede duas taças de Martini, assim que somos servidas ela estende a taça para o alto e diz:
— A você, que a felicidade recaía sobre nós!
Rio alto enquanto brindamos, Alice bebe o líquido de uma vez só e me leva consigo até a pista de dança, ela se movimenta com destreza e habilidade, enquanto eu apenas me balanço no lugar sem nenhuma coordenação motora. Tento seguir seus passos, mas sem sucesso.
A pista de dança ficava mais cheia a cada momento, comecei a ficar agoniada com tantos corpos suados juntos a mim, as pessoas se esbarravam umas nas outras, alguns casais quase se engoliam no meio da pista, a música alta zumbia nos meus ouvidos, as luzes que piscavam repetidas vezes me deixavam tonta.
Quando finalmente consigo abrir espaço entre os corpos, me sento novamente na mesa e passo a me sentir um pouco melhor, decido deixar o Martini de lado e opto por pegar uma garrafa de água com gás.
Dou pequenos goles enquanto observo a multidão em busca de algum sinal de Alice, nada. Estou quase desistindo de procurá-la quando sinto um olhar pesando sobre mim, viro-me apressadamente para dar de cara com um homem estranho me encarando indiscretamente do outro lado do bar. Encaro ele de volta serrando os punhos, ficamos assim durante alguns minutos, até que eu desvio o olhar.
Assim que dirijo meu olhar para a frente encontro Alice, me olhando com o semblante fechado.
— O que foi? — Questiono.
— Eu que pergunto! O que está olhando? E por que está sentada aí ao invés de estar dançando na pista de dança? — Alice pergunta falando com certa dificuldade.
— Dancei muito, estou cansada. — Minto.
Minha amiga me encara por alguns segundos enquanto tenta decidir se acredita em mim ou não. Desse modo, sorrio para ela tentando parecer convincente.
— Você vai ter a vida inteira para descansar May, por que não aproveitar a noite pelo menos uma vez?
Antes que eu pudesse negar, penso no que Alice acabou de falar e vejo que ela tem um pouco de razão, portanto, levanto, engulo o resto da água de uma vez só e levo Alice comigo até a pista novamente.
— Essa é a minha garota. — Ouço ela dizer antes do barulho da música invadir minha mente completamente.
Passamos boa parte da noite dançando, deixei de me preocupar com as pessoas ao meu redor e me permiti uma noite de diversão, de tempos em tempos eu me retirava da multidão para tomar água, mas eu sempre retornava.
Ao fim da décima música eu estava totalmente suada e exausta, minhas pernas formigavam e minha respiração se encontrava entrecortada, a calça jeans grudava em toda a minha pele, duvidava que algum dia eu conseguisse tirá-la.
Quando finalmente me sentei, observei que a pista já havia diminuído e percebi que as pessoas estavam inquietas, o clima de alguma forma havia mudado, dava para sentir a tensão se acumulando no ar.
A preocupação pesou sobre minha coluna, direcionei meu olhar até a saída em busca de uma rota de fuga, mas para a minha falta de sorte as portas estavam fechadas, percorri o olhar pelas janelas, mas elas eram altas demais, estavam totalmente fora de alcance.
Por instinto passei a procurar Alice em meio as pessoas, para me certificar que ela estava bem, mas nenhum sinal da minha melhor amiga.
Me dirigi até o banheiro feminino, que estranhamente aparentava estar vazio, conferi todas as cabines na esperança de encontrá-la, fui em direção a pia onde molhei meu rosto e respirei fundo.
— Você não está louca. — Falei para mim mesma.
No fundo eu realmente queria acreditar nisso, pensei que ao falar isso em voz alta passaria a acreditar, mas acho que estava errada.
Assim que levantei a cabeça para me olhar no espelho, uma figura encapuzada se põe atrás de mim inesperadamente.
Em um instante um saco preto cobre meu rosto e sou impedida de ver, luto para me soltar das garras do sujeito, mas ele só me aperta ainda mais, fica cada vez mais difícil respirar, me encontro em uma situação de puro pânico.
Sinto algo chocar contra minha cabeça com força quando perco de vez a consciência.
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A Revolta dos Caídos: A Luz e a Escuridão Irão Reinar
Teen FictionNo princípio, Deus criou o céu e a terra, que era vazia e sem forma, então em meio a escuridão foi criada a luz, feita para separa-la das trevas. Assim o paraíso foi feito reluzente e cheio de anjos gloriosos, tudo funcionava em perfeita harmonia, a...