Maya
Três dias depois...IDL
Maitê: ééé menina, disse que a mulher descobriu que o cara tava com ela é foi lá em Angra, a cara dela tá cheia de marca de unhas - arregalo os olhos enquanto dobrava algumas rouoas que tava em cima a minha cama, eram peças que tinham acabado de chegar de Sampa, eu sempre abria todas pra ver e não tinha nem um rasgo ou mancha
E se tivesse eu mandava de volta e trocava por outra peça
Enquanto isso a Maitê falava sobre a Julia que tinha voltado pro morro hoje
Eu: falei que ia dar treta esse negocio - falo olhando outra peça e depois dobrando
Maitê: ela chegou hoje de manhã, disse que o cara colocou ela pra correr e foi atrás da mulher, nem deu dinheiro pra ela voltar
Eu: mentiraa- falo parando e dobras as roupas processando
Imagina...
Por mais que eu não seja uma das grandes fãs da Julia, mas posso imaginar o jeito que ela tá se sentindo, Maitê disse que ela parecia apaixonada... uma coisa que é dificil pra Julia, mas vai saber né
Maitê: éééé, deu até uma dó
Eu: imagino o jeito que ela deve ter se sentido, ela passou semana com o cara e depois ele correu pra mulher dele
Maitê: já tava mais que na cara né, era mulher dele, ele tem dois filhos com ela, mas ele podia pelo menos ter dado dinheiro pra ela vir ambora- concordo com a cabeça sem ela ver
Eu: tu conversou com ela?
Maitê: tentei né, veio cheia de cavalisse deixei de lado, que ser cavala seja sozinha - riu do jeito que lá falou, ficamos conversando por mais algum tempo até ela desligar já que ia buscar o Isaque na escolinha
FDL
Suspiro pegando meu maço de cigarro e o esqueiro e indo pra varanda, acendo olhando pro mar e depois ficando na ponta do pé olhando pra baixo, pro bar da minha mãe que ainda tava aberto
Tinha algumas pessoas lá brincando, bebendo, comendo e dançando um sertanejo que tocava na TV
Dou um trago e volto a olhar pro mar soltando a fumaça de vagar sinto como se alguém tivesse me olhando e olho pro outro lado da rua vendo o Gaspar e o tio dele seguravam uma latinha de cerveja
Sorriu de leve pra ele que retribui sorrindo grande fazendo minhas bochechas ficarem vermelhas, vejo ele fazer um sinal com a mão para eu ir lá e eu faço uma careta negando e dando outro trago no cigarro, vejo ele continuar me olhando e eu suspiro depois de alguns segundos fazendo um sinal com a mão pra ele vir
Ele fica parado alguns segundos lá e da um aperto de mão no tio dele vem em direção ao bar fazendo meu coração acelerar
Não achei que ele ia vir
Escuto ele bater na porta e eu riu de leve saindo do meu quarto correndo e indo abrir a porta
Eu: não achei que ia vir - falo vendo ele sorrir e eu dou espaço pra ele entrar
Gaspar: e por que nao?- dou os ombros rindo vendo ele observar a casa
Eu: minha mãe falou alguma coisa? Fica a vontade
Gaspar: só perguntou se eu ia te ver, sua casa é bonita
Eu: valeu, pode vir - falo andando em direção ao meu quarto escutando ele me seguir, dou outro trago no cigarro entrando no quarto vendo ele olhar tudo e eu vou pra varanda novamente vendo ele vir junto
Eu: senta aí - falo apontando pra outra cadeira e ele senta me olhando e depois desviando o olhar pro mar
Gaspar: a vista é bonita - eu assinto vendo ele me olhar e eu tombo a cabeça na cadeira dando o último trago no cigarro vendo ele sorrir e eu corar
Eu: é o meu lugar preferido da casa é tão... calmo - falo colocando o cigarro no cinzeiro vendo ele ainda me olhar sem falar nada
Ficamos alguns minutos assim até ele voltar a falar
Gaspar: me conta mais sobre você- ele fala e eu riu
Eu: sobre mim? Não tem muita coisa pra contar sobre mim - riu por saber que era mentira, eu não gostava de contar sobre minha vida com ninguém
Gaspar: quero saber de tudo - ele fala se ajeitando na cadeira e eu suspiro voltando a olhar pro mar
Eu confiava nele?
Me perguntei mentalmente
Eu: nasci aqui no morro, a mulher que me deu a luz era uma viciada de merda, não me lembro dela graças a Deus... Mas lembro do dia que ela morreu, ela saiu de casa cedo e não voltou, fiquei trancada em casa por alguns dias até Diana me encontrar e me levar pra casa abrigo, aquela que a gente toma conta agora, fiquei lá por uns anos até o ex marido da Diana morrer, então ela me adotou - faco um resumo geral ainda olhando pro mar
Gaspar: que história - olho pra ele é sorriu de leve me lembrando do Matias mas logo tento tirar ele da minha mente
Eu: e você? Conta a sua história- vejo ele abrir a boca e depois fechar olhando pro mar mas depois voltando a me olhar
Gaspar: não é interessante, nasci e cresci na Rocinha, minha mãe morreu, eu fui morar com a minha vó, por uns bagulho que tava acontecendo na época, depois ela morreu e meu pai me pegou, com 16 anos eu entrei pro crime e aqui estou eu - ele suspira ainda me olhando e eu dou um sorriso de leve
Imagina a dor de perder as pessoas que te criaram
Eu não sei o que é isso, minha mãe era uma drogada e eu nem lembro dela, mais muitas pessoas devem saber, imagina a dor
Eu: sinto muito pela sua vó e sua mãe
Gaspar: suave, faz no tempão que isso aconteceu - ele eu de leve e continuar me olhando
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Minha Perdição
Romance"Tu taligado que não dá pra negar, é você, tem sido você e vai continuar sendo você porra" -Gaspar (em andamento)