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Gaspar

Deu oito e pouca e eu levantei

Na verdade eu quase não durmo né porra

Depois que eu saí da casa da Maya tardao eu vim direto pra casa, mas quem disse que eu conseguia dormi? Consegui nada pô, amora não saia dá minha cabeça

No bagulho doido

Fiquei a noite toda lembrando dos beijo dela

Porra, é de quebrar qualquer um taligado

Eu nao queria passar do beijos com ela pô

Quer dizer, eu queria, e pra caralho até

Mas eu queria que ela soubesse que eu sou eu primeiro taligado, queria que ela soubesse que era eu que tava com ela

Suspiro entrando no carro e dando partida direto pra sala 13, já tinha falado com o Dedé, Matemática e Paola, eles já estavam lá na salinha

Tinha te esquecido desse bagulho sério memo, puta que pariu só de lembrar como a Maya ficou ontem, porra, da até um bagulho no peito taligado

Ver ela daquele jeito era ruizao pô

Sem neurose

...

Bato no portão preto no meio do beco e logo eu escuto o barulho do trinco e ele se abre e eu já entro

O bagulho ali era grande taligado, cheio das porra de tortura, bagulho era medonho, as parede pixadas, um monte de ferramentas e os caralho tudo pendurado nas parede e pá

Parece que o Grego gostava de torturar as pessoas

Tamarrado

Passo meus olhos pela sala e percebo as duas mina sentadas uma em cada cadeira de aço  que era fundida no chão

As duas com a cabeça raspada, com hematomas pelo corpo e pá

Parece que a Paola fez um bom trabalho

Paola: essa aí é a Camila, quem tirou as fotos, e essa aí é a nossa querida autora, Tamires- ela aponta pras meninas que me olham com lágrimas nos olhos enquanto eu cruzava os braços

Ambas estavam com fitas na boca

Faço um sinal pra Paola tirar a fita e ela faz

Quando mulher tá em sala de tortura por alguma coisa, homem nem um rela, as vezes nem pra amarrar, a Paola que fazia isso já que ela sempre tava por dentro dos bagulho e também era mulher

Quando era homens o bagulho era diferente

Eu: já vou mandar o papo reto logo por que eu tenho mais o que fazer, se eu escutar o nome da Maya sair da boca de vocês, se eu descobrir que voces tão falando dela, voces imploram pra Deus pra eu não tromba com voces , por que vai direto pra vala, se encontrou ela na rua atravessa pro outro lado de cabeça baixa, se alguém falar alguma coisa dela pra vocês, saem de perto, por que eu juro que dá próxima vez voces não vao ter a mesma sorte que vocês tiveram hoje nao entenderam? - falo sério é frio que até o Dedé e Matemática abaixada a cabeça escutando

Camila/Tamires - Sim, sim - elas falam chorando e se tremendo de cabeça baixa

Eu era bom pra caralho

Ajudava geral sem querer nada em troca, mas porra quando pisava no meu calo que eu levo a pessoa pra conhecer o inferno

Meu ponto fraco é a Maya, e quando atingem ela me atingem também, então porra... Ninguém meche com ela ou faz ela sofrer, e sai em pune

Dedé: o que nois faz com elas agora Gaspar?

Olho pras mina na minha frente por alguns segundos

Eu: leva pro postao pra receitarem analgésicos e fazerem um curativo nesses machucados, avisa a família que elas estão vivas - eu sorriu no final ainda de braços cruzados e eles assentem pego o rádio e aperto o botão começando a falar

Eu: Quero um carro aqui no beco da sala 13 pra levarem Camila e Tamires pro postao, agora

Xxx: certo patrão, tamo indo

Matemática: mais alguma coisa Gaspar? - os três me olham

Eu: manda geral esquecer esse negócio, cabeças vão rolar se eu escutar alguém falando dessa porra, principalmente se mencherem com a Maya - falo seriao memo vendo Matemática e Dedé assentirem já começando a passar o rádio pros vapor avisar geral

Saio da salinha e vejo a Paola me seguir reprimindo o sorriso e eu já vejo no começo do beco um carro parar lá e um vapor descer, Guga 

Paola: porra, tu é apaixonado mermo por ela mina heim, caralho - ela riu e eu riu baixo negando com a cabeça enquanto nois andava pra fora do beco

Guga passa pela gente cumprimentando com a cabeça e vai até a porta

Eu: apaixonado é pouco pô, bem pouco- falo a última parte baixo vendo ela sorri pra mim

Considerava Paola pra caralho taligado, como minha tia mermo, ou até uma irmã, bem mais velha que eu mas ainda sim uma irmã

Paola: ela é dahora pô nois conversou no churrasco do teu pai, gostei dela

Como nao gsotar da Maya, essa seria a pergunta

Eu: ela queria te agradecer por tu ter tirado a publicação do ar lá, ficou toda felizona -- Eu abro a porta do passageiro vendo ela ir até a moto dela e colocando o capacete

Paola: vou lá qualquer dia desses, mas agora eu tenho que voltar pra Rocinha, tô tentando ativar mais escutas no Batalhão

Eu: manda um rádio se conseguir, ou vem aqui - ela assente ligando a moto e eu entro no carro vendo ela já sair de lá

Suspiro me lembrando da Maya e esperando que essa porra tenha acabado

Minha Perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora