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Maitê

Me deito o lado do meu pequeno e sinto ele se mecher e virando pra mim

Isaque: mãe? Já acabou?- escuto a vozinha de sono dele

Eu: já acabou sim meu amor, volta a dormir - faço carinho nos seus cabelos loiros escorridos e sorriu e leve vendo ele fechar os olhos, já não se ouvia mais os tiros

Espero que ninguém tenha se ferido

Isaque era a minha força,quando me vi no fundo do poço, humilhada e sem ninguém do meu lado a não ser minha mãe e meu pai eu descobri da sua existência no meu ventre, mesmo não sabendo ele me dava forças para levantar e continuar

Confesso que é difícil as vezes ser mãe solteira, cuidar de uma criança sozinha

Por mais que Isaque seja quieto e não me desse trabalho, tinha que me dobrar toda pra comprar os mimos pra ele

Agradeço muito a Maya e a Diana, me ajudaram no momento mais difícil que passei

Perder a minha mãe, a minha rainha, a minha força, foi um dos momentos mais difíceis da minha vida

Ela teve do meu lado quando o pai do Isaque me desprezou e depois fugiu no mundo

Idiota nojento...

Suspiro fundo sentindo minha cabeça doer, fecho meus olhos e escuto a campainha tocar fazendo eu bufar e me levantar e ir até o portal

Eu: quem é?

Dedé: sou eu pô,  abre aí preciso de uma ajuda - franzo a sobrancelha e reviro os olhos de leve destrancando o portão e abrindo vendo ele entrar mancando com a perna sangrando fazendo eu arregalar os olhos

Dede: da pra da uma ajudinha?- ele sorri de lado cínico

Só o que me faltava, cuidar de marmanjo já feito

...

Eu: por que tu não foi no postão heim?- falo enquanto enfaixava a perna dele depois de colocar o curativo

Dedé: sua casa tava mais perto- ele sorri me olhando e eu desvio o olhar revirando os olhos de leve e rindo

Eu era meio lerda mas nem tanto, sabia que ele dava em cima de mim, Eu que me fazia de sonsa, Dedé era cachorro demais, era muito do mundo, não tinha como dar certo

E eu também quero dar todo o meu tempo pro meu filho, já não posso pensar só em mim, eu tinha ele

Eu: pronto, passa pomada e troca o curativo pelo menos umas duas vezes no dia - falo né levantando e pegando os bagulho pra jogar no lixo

Dede: pô valeu, tu leva jeito pra esses bagulho - ele fala e eu suspiro enquanto lavava minha mão na pia do banheiro, antes da minha mãe morrer eu tinha começado a dazeruns cursos de enfermagem, mas aí as coisas começaram a apertar e eu tive que parar

Isaque: MÃE???- escuto a voz do Isaque e eu seco minha mão saindo do banheiro vendo ele correndo pra sala - TIOOOO - ele se joga no colo do Dedé que ri pegando ele mas dando um passo pra trás com o impulso

Eu: eu Isaque  cuidado, o Dedé tá machucado- Isaque se mecher no colo do Dedé que coloca ele no chão rindo

Isaque: o que aconteceu tio? Você se machucou como?- Dedé me olhar sem saber como responder e logo desvia o olhar pro Isaque

Dedé: o tio caiu Isaque, acredita?

O Isaque olha pro Dedé sentando apertando os olhos e colocando o dedo no queixo como se estivesse pensando fazendo eu sorrir de leve

Isaque: então se foi só por isso que voce veio falar com a minha mamãe né?- o Dedé ri de leve olhando pra ele

Eu: Isaque, vamos comer né? Você acabou de acordar, e não comeu ainda vamos - vou até ele pegando na sua mão e o puxando de leve pela mão até a cozinha escutando o Dedé rir atrás de mim e me seguir

Começo a esquentar a comida conversando com Isaque vendo de relance Dedé encostado no batente da cozinha

Eu: não vai embora não?- coloco o prato de comida na frente do Isaque e o Dede ergue as mãos em força de rendição

Dedé: tá vendo né Isaque sua mãe tá me expulsando, tá bom, ta bom, eu sei que ninguem gosta de mim mesmo

Eu: para de drama - reviro os olhos vendo O Isaque rir e o Dede vir até mim mantendo uma distância do meu corpo e do dele

Dedé: eu já tô indo Maitê, valeu pelo curativo de novo princesa - ele fala a última parte baixo no meu ouvido fazendo eu me arrepiar e estremesser de leve vendo ele dar as costas e sair da cozinha nao demorou nada pra eu escutar o portão da frente bater fazendo eu soltar o ar que eu nem sabia que tava prendendo

Eu sempre ficava assim na presença do Dedé ,  inquieta, nervosa, com vergonha de tudo

Eu não podia negar, Dedé era bonito, na verdade ele era lindo, e também não vou negar que ele me chamava a atenção...

Mas sei lá, pensar em eu me relacionando ainda era assustador para mim


Minha Perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora