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Maya
Um dia depois...

Sinto Gaspar me olhar de canto de olho enquanto dirigia fazendo eu sorri fraquinho de leve

A gente já tava indo pro pagode na Rocinha

Eu tava ansiosa, eu nunca tinha saído do morro pra ir em outro morro

Arrumo minha saia branca que combinava com meu croopd branco e me viro um pouco olhando pra Maitê que olhava pra janela, ela me olha rápido e sorri de leve me tranquilizando e eu sorriu também voltando a olhar pra frente

Eu: então... como é na Rocinha?- puxo assunto com o Gaspar depois de minutos em um silêncio constrangedor e vejo ele me olhar  rápido e depois voltar a olhar pra frente

Gaspar: não é tão diferente de quando Vidigal tá agora

Gaspar: é animado, alegre, geral se ajudar, geral faz festa todo dia... Vocês vão gostar de lá, dos moradores e pá- ele sorri olhando pra frente enquanto fazia uma curva

Eu: você parece que gosta bastante de lá, pelo jeito que você fala- ele me olha sorrindo fazendo eu sorri

Gaspar: lá é a minha casa, o povo de la é a minha família, eu amo aquele lugar- ele suspira de leve sorrindo enquanto voltava a olhar pra frente a eu vejo pelo retrovisor a Maitê me olhar sorrindo grande e erguendo as sobrancelhas várias vezes fazendo eu rir e olhar pra janela 

...

Depois de algum tempo ele parou na frente de uma barreira, não tinha portão igual no Vidgal mas tinha vários homens ali, com armas enormes, um deles vem até o carro e faz um toque com o Gaspar

Xxx: eae patrão, firmeza- Gaspar da dois tapinhas no ombro dele

O cara era moreno com cabelos cacheados perfeitos e bem definido, ele olha pra mim e pra Maitê dentro do carro e faz um aceno com a cabeça

Gaspar: fala aí batata, firmeza pô,  meu pai já tá lá?

Batata: tá la na casa dele Gaspar, já tem gente lá já

Gaspar: firmeza, vai colar depois?

Batata: opa, e tu acha que eu perco uma chance de comer de graça- ele se afasta do carro passando a mão na barriga magrela fazendo nos rimos

Gaspar: valeu, depois nois conversa mais lá entao- eles se despedem e eu vejo os caras saindo do meio da passagem e o Gaspar da partida no carro de novo

Gaspar: bem vindas a minha casa - ele fala enquanto dirigia me olhando fazendo eu sorrir

O lugar era alegre como ele falou, as crianças brincavam na rua sem medo enquanto os adultos estavam sentados na frente de suas casas bebendo e conversando enquanto escutava música e brincava

A alegria daquele morro era contagiante

Sorriu quando vejo um menino de uns 10 anos olhar pro Gaspar dentro do carro e gritar um "Eae Tio" e o Gaspar sorrir pra ele

Era contagiante a alegria daquele morro

Dava no sensação boa sabe

Depois de alguns minutos, poucos, o Gaspar parou o carro na frente de um sobrado grande, a música alta rolava lá dentro, alguns caras estavam do lado de fora fumando, bebendo e conversando quando decemos

Gaspar: é essa é a casa do meu pai- ele fala enquanto nos entrávamos na casa, o quintal da frente era enorme e tinha algumas crianças brincando de futebol ali  assim que entramos na casa eu pude perceber o quão grande ela era

Maitê: caralho que casa grande

Eu: e bonita - falo enquanto olhava e eu vejo o Gaspar sorrir

Gaspar: vem o churrasco tá acontecendo lá atrás- ele coloca a mão na minha lombar enquanto me empurravabem de levinho enquanto atravessavamos a sala

Sinto meus pelos se arrepiarem com a mão quente dele ali e eu vejo ele me olhar sorrindo e logo olhar pra frente de novo e eu escuto a Maitê ri e baixo

Assim que chegamos na parte de trás eu vi um monte de gente lá, tinha piscina e algumas pessoas estavam dentro dela, algumas dançavam um pagode que tava tocando e outras estavam em volta de várias mesas comendo, conversando e rindo

Foco meu olhar em uma mesa onde tava o Barao, o Leonardo, tio do Gaspar que eu tinha conhecido outro dia, uma mulher morena linda, Matemática, Dedé e outras pessoas

Nem sabia que Dedé e Matemática iriam vir

Todos estavam brincando, conversando e bebendo, a animação deles é contagiante

Fomos caminhando até a mesa e eu senti alguns olhares em cima de nos

Vejo Barao se levantar assim que nos vê e vir nos cumprimentar

Barao: que bom que veio Maya, fica a vontade - ele fala depois de me abraçar e cumprimenta Maitê

Cumprimento todos da mesa e me sento do lado da mulher bonita que descobri que se chama Paola, do meu lado de sentou o Gaspar e entre ele e o Dede a Maitê

Barão: o que achou da quebrada Maya?

Sinto meu rosto ficar quente quando vejo eles me olhando e eu sorriu

Eu: eu amei, é super animada e...- tento buscar a palavra certa

Maitê: viva - ela fala e eu assinto

Eu: e viva, eu amei - falo vendo eles sorrirem

Leonardo: que bom que tu gostou po - sorriu e geral começou a conversar

Descobri que a Paola trabalha com os meninos  ela é um tipo de haccker, conseguia descobrir tudo de tudo apenas com um computador

A inteligência que eu queria ter é essa sabe

Minha Perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora