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Maite

Assim que o Dedé para a moto em frente de casa ele desce o isaque e tira o capacete dele que ele tinha colocado no Isaque, desco junto tirando o capacete e abrindo o portão já já o Isaque correr pra dentro

Olho pro Dedé que tava com o capacete apoiado no joelho e os braços apoiados no capacete me olhando

Suspiro olhando pra ele por alguns segundos e reviro os olhos

Eu: quer entrar pra comer com a gente? - vejo o sorriso crescer no rosto dele e ele girar a chave desligando a moto e tirando ela do contato

Dedé: então você quer minha companhia?- ele desce da moto vindo até mim

Eu: é como um agradecimento por hoje - ele assente fingindo não acreditar e passa por mim entrando, reviro os olhos mais uma vez e entro trancando o portão por dentro

Passo pelo quintal pequeno ali e entro em casa já vendo ele jogado no sofá e o Isaque mostrando uma folha sufite branca pra ele

Dede: tá lindao heim, digno de um artista, ce é um novo Van Gogh

Isaque: que que é Van Goghg?

Dedé: é Van Gogh, é um pintor e poeta, dahorao ele

Riu escutando a conversa dos dois e vejo o Isaque me olhar e vir até mim

Isaque: ó mãe, meu desenho com griti,  fiz pra você- ele me estende o desenho e eu analiso rápido

Era um coração bem grande e torto de gliter e dentro do coração tinham duas pessoas de palito, uma com dois fios marrom curtos fazendo o cabelo, e um com vários palitinhos amarelo espetados pra cima fazendo

Os dois com setinhas e nomes "Mamãe Linda" e "Eu"

Sorriu grande analisando o desenho, era um desenho, nada simétrico, mas pra mim parecia uma obra de arte digna de um artista, Van Gogh talvez

Me abaixo pra ficar do tamanho dele e puxo ele pra perto de mim ainda segurando e olhando o desenho

Eu: é lindo amor, parabéns- dou um beijo estalado na sua bochecha e ele Sorriu

Eu: Posso colocar na geladeira?- ele assente várias vezes e eu dou outro beijo nele

Eu: eu vou fazer almoço pra gente tá? Ce fica aqui brincando com o Tio Dedé?

Isaque: é Devirid mamãe

Agora é a vez do Dedé rir e eu olho pra ele que tava com o rosto apoiado na mão enquanto olhava pra gente

Dedé: você nunca vai acertar meu nome né?

Dedé

Olho pro Isaque no meu colo segurando um caderno de desenho e fazendo vários traços aleatórios que eu não entendia

Sinto o cheiro bomzao de comida pela casa e eu sorriu de leve levando a mão pro cabelo do Isaque mechendo nos fios lisos e loiros

Porra mano, o jeito que a Maite é com ele...

Puta merda, coração chegava a ficar quente, sem zuera po

O jeitao que os olhos dela brilharam quando ela olhou pro desenho que ele tinha feito, parecia que ela tava vendo a oitava maravilha do mundo

Fiquei até bobo parca, fala pra tu

Ajeito o cabelo dele vendo ele me olhar rápido rindo e voltar a desenhar

Jogo a cabeça pra trás olhando pras mãozinha dele pegando vários lápis de cor de uma vez dentro da caixa pra desenhar

E eu riu baixinho lembrando do desespero da Maite quando eu parei a moto na frente dela hoje, fiquei com dó depois parca, pesei wue a mina ia ter um troço na minha frente

Tinha ido na rocinha entregar um bagulho pro Barão que o Gaspar tinha pedido, na volta eu vi ela de relance

Ela explicando rápidao o que tinha acontecido, sobre o celular, sobre as porra toda e eu só conseguindo prestar atenção na boca dela

Um caralho mermo viu, tô ficando mole

...

Eu: dormiu? - vejo a maite vir pessoalmente corredor esfregando os olhos e ela me olha franze o cenho e assente com a cabeça

Maite: achei que você já tinha ido embora - riu baixo me levantando do sofá e pegando a chave da moto

Eu: relaxa, já tô indo, eu sei que você ama minha companhia - ela revira os olhos passando a mão no cabelo jogando pra trás e vindo até perto de mim

Maite: Obrigada por hoje, de verdade David, não sei nem o que eu faria se você não tivesse aparecido - ela suspira enquanto falava e colocava os lápis do Izaque dentro da caixa mas sem olhar muito pra mim

Espero ela arrumar muito os bagulho e eu vejo ela se virar pra ir pra cozinha mas eu seguro o pulso dela e puxo ela pra mim de vagar que tropeça de leve no tapete

Maite: David...

Coloco minha mão na cintura dela sentindo ela parar de se mecher e tentar se soltar

Ela levanta a cabeça pra me olhar e ali nos olhos dela eu consegui ver o pavor dela, o medo, tudo que ela lutava, que ela evitava

Eu sabia das caminhada da Maite, do bagulho do doador de esperma, da mãe dela, do quanto ela sofreu pra caralho

Eu admirava pra caralho ela, aguentar tudo que ela aguentou e continuar de pé não é pra qualquer um não

Eu: ce é foda pra caralho sabia?- falo baixim vendo as sobrancelhas dela se franzirem enquanto eu percebia o peito dela subindo e descendo rápido

Aproximo meu rosto do dela sentindo a respiração dela acelerada, vejo a boca dela tremer e eu volto a olhar pros seus olhos que agora estavam só um pouquinho cerrados, aqueles olhos castanhos claros

Aproximo mais meu rosto do dela e deito a cabeça pro lado colando minha boca na bochecha dela dando um beijo suave ali enquanto sentia o suspiro dela bater no meu pescoço

Eu: valeu pela comida, tava bom pra caralho - falo perto do ouvido dela sentindo ela estremesser de leve, me separo dela ainda olhando ela com ofegante, pego o capacete ali em cima da mesinha de centro, dou uma última olhada nela vendo ela abrir a boca pra falar alguma coisa e fechar várias vezes, sorriu de leve dando as costas e saindo de lá agradecendo o auto controle

Essa mulher era tão..

Porra...

Minha Perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora