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Maya

Vejo a Maitê dobrar as roupas quietinha e as ajeitar na prateleira, eu tinha acabado de chegar na loja, tava na casa abrigo fui levar algumas coisas para lá, Maitê que tinha aberto a loja, assim que cheguei eu conversei um pouco com ela e toquei no assunto do Isaque, no que ele tinha falado a noite

Maitê: Você acha que eu sou uma boa mãe?- franzo as sobrancelhas já familiarizada com a pergunta mas ainda sim não gostando nada dela, Maitê se cobrava demais apenas pelo Isaque e ter uma família paterna presente na vida dele

Caminho até o lado dela pegando sua mão e suspirando fazendo ela olhar pra mim

Eu: eu já disse isso mil vezes e se for preciso eu vou repetir mais mil... Você é uma mãe incrível Maitê, é normal nessa idade o Isaque querer ter uma figura paterna na vida dele, é normal ele ver os coleguinhas na escola e querer comparar as famílias, mas você não precisa ficar se cobrando por isso, Isaque vai entender que por enquanto vai ser só você dois e se um dia, se você encontrar alguém digno da sua confiança e digno de conviver com o Isaque ele vai começar a ter essa figura paterna mas que esse momento não é agora - falo tudo tentando colocar em sua cabeça vendo as lágrimas se formarem nos cantos dos seus olhos, ela tentar segura-las em sem sucesso

Algumas lágrimas pequenas rolam pelo seu rosto e eu vejo o sorriso abrir em seu lábios

Eu: para de ficar se cobrando por isso, e para de achar que você não é mãe suficiente só por não ser casada com alguém - seus braços enlaçam meu pescoço enquanto eu falo e eu escuto ela fungar enquanto ri fraco

Maitê: aii obrigada Maya, você é incrível- sorriu fraco nos separando e dando um beijo estalado na sua bochecha ao mesmo tempo que vejo ela sorrir e escuto barulhos de carro na frente da loja

Olhamos para fora ao mesmo tempo vimos o Matias e o Dedé saindo de um carro inteiro preto que estava com o vidro fechado

Olho novamente para a Maitê percebendo ela limpar o rosto rápido e dar um suspiro se recompondo

Os dois entram na loja e eu prendo o meu suspiro vendo aquele monumento de homem que é o Matias, com uma camiseta regata preta que tinha alguns detalhes em vermelho deixando todos aqueles músculos e tatuagens a mostra

Observo a arma atravessada nas suas costas e sua pose de "durão" que logo da espaço a um sorriso enorme assim que ele me olha

Ele vem até mim e passa os braços pela minha cintura fazendo eu sorrir sentindo ele cheirar meu pescoço e dar um beijo na minha bochecha

Matias: oi - ele sorri olhando pro meu rosto e eu sinto o ar sair dos meus pulmões

Ele se separa de mim e cumprimenta a Maitê que sorri pra ele e então eu percebo suas bochechas meio avermelhadas mas não era por causa do choro

Olho pro Dedé que a encarava por completo

Eu: Eai Dedé- ele desvia o olhar dela pra mim e sorri fraco

Dede: tá suave?- assinto é ele concorda com a cabeça voltando a olhar pra Maite que dobra outra roupa e depois outra

Dedé: eai Maitê, tá beleza?- sua voz tinha uma pitada de humor e eu franzi a sobrancelha me perguntando o porquê

Maite: tudo certo - ele assente passando a mão na boca sorrindo bem pequeno quase imperceptível, Dedé nunca sorria, disso eu sabia 

Volto a olhar pro Matias que roçava os lábios na minha testa e depositava alguns beijos ali

Eu: tá tudo bem?- franzo as sobrancelhas olhando para aquele olhos verdes com as pupilas dilatadas

Matias: Tudo suave, vim aqui por que meu pai decidiu de última hora fazer um pagofunk na casa dele, amanhã e o Aniversário dele e hoje ele ia fazer pra geral que quiser ir, amanhã pros mais íntimos - ele explica me olhando intensamente fazendo os pelinhos da nuca se arrepiar

Matias: quero que você vá comigo, acabei de passar na Diana e convidar ela mas ela disse que não estava muito afim de festa mas daria um presente pra eu entregar por meu pai - ele olha pra Maitê e continua

Matias: Maitê também quero que você vá, e o Isaque também- a Maite torce a boca

Maite: eu não sei... Não vai acabar muito tarde?

Matias: quando vocês quiserem voltar eu trago, sem problemas

Maitê me olha por alguns segundos e assente

Maitê: tudo bem então

Eu: que horas começa?

Matias: umas 18:00 passo na sua casa umas 19:00?- assinto concordando

Agora era 15:00, eu iria ter que arrumar meu cabelo, finalizar, escolher roupa...

Ele falou que também passaria na casa da Maitê e ela agradeceu ainda com as bochechas vermelhas pelo olhar do Dedé em cima dela

Sinto a mão do Matias na minha nuca subindo pelo medo meu cabelo fazendo eu arrepiar e olhar para ele

Matias: até mais tarde - ele me da um celinho rápido e eu lhe dou outro

Eu: até- falo baixinho sentindo ele se distanciar e ir embora junto com o Dedé

Assim que o carro some de vista eu me viro para a Maitê que me olha com os olhos meio arregalados e sai indo para o outro lado da loja

Eu: Dona Maitê, Dona Maitê....

Minha Perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora