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Matias
Três Dias Depois...


Ela sempre ficava quieta na dela, sempre em um canto sozinha, sem falar com ninguém e brincando com ela merma

Geral tava no quintal a casa, era grandão, tinha uns bagulho de gangorra, balanço escorregador e esses caralho tudo

Vejo ela sentada em baixo do pé de amora com duas garotas que moravam aqui

Giovanna: por que você não fala? -  escuto a garota pergunta pra Maya fazendo a mesma olhar pra ela sem entender

Maya : eu falo sim

Silvia : vem Giovanna, vamos brincar, ela é estranha - reviro os olhos vendo elas saírem e vejo a Maya fazer o mesmo enquanto segurava sua boneca suspirando

Desvio meu olhar de saindo do balanço e começo a caminhar até ela vendo ela me olhar depois abaixar a cabeça mechendo no cabelo da boneca

Eu: posso?- pergunto apontando pro lado dela e ela os ombros  e eu me sento do lado dela mechendo na grama olhando pra ela de vez em quando enquanto ela ficava vermelha

Maya: qual seu nome?- escuto ela pergunta baixo e eu desvio meu olhar da grama pra ela

eu: Matias - falo olhando pra ela que desvia o olhar

Maya: eu sou a...

Eu: Maya, to ligado - escuto ela rir

Maya: por que você não brinca com ninguém?

Eu: esse povo é muito chato - bufo e ela suspira voltando a me olhar

Maya : isso é verdade - eu dou risada

Meses Depois...

Eu: toma mais - dou mais um punhado de amora na mão dela de cima da árvore e vejo ela colocar dentro do pote que a Talita tinha dado pra gente e depois pegar um pouco na mão e jogar na boca comendo

Maya : É muito bom - ela fala e eu vejo a boca dela toda roxa de amora fazendo eu suspirar e desviar o olhar pros galhos procurando mais, depois de um tempo eu desço da árvores e a gente se senta ali na grama

A gente ficou mais próximo des de aquela primeira vez que eu falei com ela, ela tinha me falado da mãe dela, que deixava ela dias sem comer, trancada no quarto enquanto ela se drogada na sala

Me contou as vezes que a monstro da mãe dela batia nela por absolutamente nada

Fiquei puto, se a mulher tivesse viva eu mesmo ia dar um jeito de matar

Maya disse que diversas vezes a mãe dela ficava brava quando cheirava "pó  branco que parecia maizena" , palavras dela mesma

Entao um dia ela saiu e não voltou, Maya ficou trancada em casa durante 4 dias até a Diana passar pela rua dela e escutar ela chorar e chamar os envolvidos do morro pra abrir a porta

Maya ficou um dia na casa da Diana e depois veio pra , ela contou que no dia que ficou na casa da Diana escutou Arnaldo gritar com ela

Velho filho da puta

Eu também tinha contado minha história pra Maya, depois de muita insistência dela

Maya: eu tenho que fazer a lição de casa de matemática- saio dos meus pensamentos escutando ela falar, geral daqui ia pra escola obviamente, Maya tinha um pouco de dificuldade em matemática e sempre pedia minha ajuda

Não gostava de estudar não, fala tu, mas matemática eu até gostava, ia pra escola, dormia e acordava nas aulas de matemática

Eu: eu te ajudo depois

Olho pra ela vendo a bochecha dela suja com amora e levo minha mão limpando ela sentindo sua pele ficar quente na minha mão e ela corar fazendo eu rir e desviar o olhar

Eu gostava dela, gostava da companhia dela, do jeito que ela me ajudava mesmo sem perceber, Maya foi tipo uma luz no fim do túnel pra mim taligado

Minha Perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora