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Matias
Alguns dias depois...

Eu olhava ela de longe, de cima de uma das bocas de fumo, na laje, ela tava lá na loja dela toda feliz taligado,  atendendo as mulher que não parava de entrar e sair

Ela tava toda sorridente, continuava com àquele mesmo sorriso que me deixava louco des de muleque

Vejo ela jogar a cabeça pra frente se curvando e juntando todo o cabelão cacheado dela e amarrando num bolinho no topo o da cabeça

Mesmo sem eu não ter trocado uma palavra com ela ainda, dava pra perceber o quanto ela tinha mudado, a personalidade tava a mesma, sempre alegre, mas a maturidade, de longe dava pra perceber

Como eu queria ir falar com ela, sentir o cheiro dela, o abraço dela, saber de tudo que aconteceu com ela esse tempo todo

Pô eu morro de saudade dela, é essa saudade me matava de dentro pra fora

Eu queria ir falar com ela, mas sobre o que eu ia falar? Ela era novona quando eu fui embora, eu não podia chegar nela e falar "olha Maya, sou eu o Matias" com certeza ela tava brava, com razão, eu falei que eu iria voltar para ver ela, que iria vir buscar ela, e eu não voltei...

Mas eu nao parei e pensar nela por um segundo papo reto

É claro porra,  com 23 anos na cara eu vivi, sai, bebi e fiz muita parada que eu não me orgulho,  mas em momento nem um eu tirei ela do meu pensamento, em momento nem um eu pensei em outra coisa que não seja ver ela de novo e meter o pé com ela daqui, eu ainda queria dar uma vida pra ela

Suspiro coçando meu pescoço enquanto dava o último trago no cigarro e jogava no chão pisando em cima dele pra apagar,  escuto alguns passos subindo as escadas de alumínio e eu olho pra trás vendo o Dedé

O muleque era dahora, ajudava pra caralho ele contou de como odiava o Grego, ele tinha abusado da irmã do muleque, e matado ela, sem dó,  ele também teve a chance dele na tortura do Grego, geral teve né

Dede: Gaspar, Barao mandou avisar que o caminhão chegou com as cestas basicas-  ele para do meu lado e eu continuo olhando pra Maya que agora conversava com uma mina de cabelo curto

Eu: separaram as 6 cestas pra casa abrigo?

Eu já tava ligado que lá tava mudado, Diana e Maya cuidaram bem daquele lugar

Dedé: separamos sim... posso perguntar bagulho namoral? - olho pra ele assentindo e ele suspira - tu já morou aqui né?

Eu:  já

Dede : É tu conhece a  Maya  - ergo uma sobrancelha esperando ele continuar - eu percebi só jeito que tu olha pra ela quando tu tá aqui, é aquele dia da invasao o Leo tinha perguntado pra tu se voce tava pronto pra ver a "Tua garota" aí eu liguei um ponto no outro

Eu: morei aqui quando era mais novo taligado, nois vivia pra cima e pra baixo junto, aí meu pai me encontrou, eu não podia voltar por que ele é o Grego tinham rixa, um dos motivos de eu estar aqui ainda tomando conta desse morro é pela Maya  -  eu sentia que eu podia confiar nele taligado, e eu não confiava em ninguém com facilidade não, mas Dedé era gente fina

Dedé : eu sou amigo dela, mas ela é na dela e pá,  não fala muito da vida dela com ninguém, mas geral que mora aqui a um tempo fala que ela tinha um amigo aqui que foi embora e deixou ela pra trás

Eu: eu sou piradao nessa garota des de que eu tinha 12 anos, sempre quis voltar pra buscar ela, é agora depois de 7 anos eu voltei, ela nem lembra mais de mim - vejo ele ficar em silêncio  por alguns minutos enquanto pensava

Dede: tenta falar com ela pô,  sei lá, vai no bar da dona Diana no domingo, ela sempre ajuda a Diana nas parada lá, quem sabe tu da sorte

Suspiro concordando  olhando de novo pra Maya

Linda pra um caralho te fala menó

Minha Perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora