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Maya

Passo a mao a testa limpando o suor enquanto andava pela areia indo até a barriguinha de água de coco, caldo de cana e esses negocio

Eu: opa amigo, tudo bom? - falo pro carinha da barraca que me olha sorrindo e eu olho o preço preço caldo de cana na plaquinha ali

Xxx: bom demais moça, e aí o que vai hoje?

Eu: me vê um copo de 700 de caldo de cana por favor - pego o dinheiro na carteira que tava dentro da bolsa

Xxx: acrescenta limão ou laranja?

Eu: limão

Ele deu as costas indo até o lugarzim ali pra preparar o pedido e eu olhei pro mar vendo as ondas agitadas pra caralho

Fiquei olhando por algum tempo até ele vir com o meu copo e o canudo

Eu: valeu

Dou um dinheiro pra ele certinho que agradece

Olho pro mar de novo e susoiro, era mó bom sabe, ver o mar, ver as ondas dava mó paz, o Matias tinha me mandado mensagem já, ontem de madrugada avisando que tinha chegado e hoje de manhã me dando bom dia, a gente conversou um pouco e eu falei que ia sair pra comprar as correntinhas do vestido

Fiquei ali mo tempinho até eu terminar meu caldo de cama e sair dando tchau por moço e desejando um bom dia e um bom trabalho

Continuo andando pelo calçadao e reparo num cara parado em cima de uma moto mais em frente, ele tava com o capacete e falava alguma coisa pra alguém no telefone perto da boca e eu presumo que estivesse no viva a voz

Continuo andando e susoiro fundo

Não seja um assalto, a única porra que eu tenho é as correntinhas do vestido, meu dinheiro é é celular

Quando eu tava próximo do menino eu percebi ele desligar o celular e me olhar enquanto passava por ele, quando eu passo pela moto eu percebo ele ajustando o retrovisor e me olhando por ele, Continuo andando e olho pra trás por um segundo vendo ele ainda me olhar

Uma porra mermo viu

Eu: VAI QUEBRAR O PESCOCO CARALHO- grito sem olhar pra trás e eu escuto uma risada e ele logo liga a moto e eu escuto ele dando partida

Povo sem noção

...

Três dias depois...

Observo o vestido na minha frente pendurado no cabide enquanto tragava o cigarro

Suspiro fundo soltando a fumaça batendo o pé no chao várias vezes e apertando as unhas na palma da mão

Amanhã seria o dia da apresentação do que criamos, eu tava ansiosa, quer dizer... O vestido tava lindo, tava perfeito, ele era perfeito, e as correntinhas como alças deu a porra do than como a Maite mesma disse

Mas ainda sim eu tava meio insegura, por mais que a escola não seja particular, e perfeita, ela era cheia de pessoas narizes em pé, que com toda certeza moravam no Leblon, e com toda certeza já fizeram algum curso de moda, ou costura ou alguma coisa assim, tinha medo de ir lá na frente, apresentar o meu modela e ao meu ver ele estar lindo mas nos dos outros estar estranho

Minha Perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora