87

5.8K 385 54
                                    

Gaspar

Maya: doeu? - desviei meu olhar das mãos dela que agora passavam pomada em volta e por cima dos pontos pros seus olhos que me encararam rápido e voltaram a atenção pro que ela tava fazendo

Eu: o que?

Escuto a risada dela e entendi do que ela falava

Maya: o tiro Matias, doeu?- ela ri de leve e eu sorriu de lado, era gostoso pra caralho escutar ela falando meu nome, papo reto, coração chega pulava as batida tudo taligado

Eu: não na hora, a adrenalina nem deixou eu senti dor nem uma, doeu depois

Eu não tinha sentido dor na hora memo, doeu mermo foi ver os moradores inocentes jogados no meio da rua, essa porra doeu, ver a água da chuva lavar o morro, a água vermelha pelo sangue de quem já não tá mais entre nós, isso doeu

Maya: você queria entrar nessa vida? - ela se senta direito na cama parando de fazer o que tava fazendo e me olha e depois pega uma gase e esparadrapo e volta a me olhar

Maya: ou você entrou so por... - ela nao terminou de falar

Penso por alguns segundos antes de começar

Eu: eu queria e nao queria, eu queria entrar nessa vida por que que sabia que era o único jeito de ter você de volta, de ver você de novo, queria por que quando eu fui morar com meu pai eu via o que ele fazia, o que ele faz, nao era só matar polícia e nem nada do tipo  ele ajuda a Rocinha, mesmo no meio do confronto entre ele e o Grego, ele não deixou nada faltar pra ninguém de lá

Suspiro de novo vendo ela me olhar com um sorriso mínimo de lado, ela tinha colocado a gase na minha perna e colocado um dos lado com o esparadrapo mas ainda sim me olhando e prestando atenção no que eu falava

Eu: mas eu nao queria pelo lado ruim, a morte, o peso de tudo, eu vi várias pessoas que eu convivia todo dia serem mortas em confronto, vi gente que era quase da família morrerem da noite pro dia, isso é ruim pra caralho, mas ajudar geral sem querer nada en troca é... Porra

Vejo a Maya suspirar de leve terminando de colar o outro lado e jogar a gase dentro da caixa, ela me olha e se ajoelha na cama  andando até mim ainda ajoelhada, ela para na minha frente e coloca o braço em volta do meu pescoço fazendo eu suspirar e olhar pros seus olhos

Maya: você se tornou um homem incrível Matias - ela sorri grande me olhando e eu pude jurar, jurar que eu vi os olhos dela brilhando

Abaixo minha cabeça colando minha testa no seu ombro sentindo cheiro dela e sinto sua mão no meu cabelo fazendo carinho ali

Maya: você ajudou todas as pessoas desse morro, deu comida, segurança, e trouxe a felicidade de novo pra todo mundo, aaah Matias - ela suspira fraco e eu senti o pescoço dela se mechendo e percebi ela olhando pro alto

Maya: tenho orgulho da pessoa que você se tornou - ela murmura baixinho e eu desencosto minha cabeça dela sentindo meu coração bater rápido

Eu: e eu de você- falo baixinho vendo ela sorrir me olhando, seguro a cintura dela puxando ela pra mim, ela passa a perna por cima das minhas deixando suas pernas uma de cada lado do meu corpo mas ainda ajoelhada na cama

Coloco uma das minhas mãos na sua cintura e a outra na sua coxa sentindo ela se arrepiar e abaixar o rosto um pouquinho pra me olhar

Olho pras pupilas dilatadas dela e depois pra sua boca vermelhinha

Maya: Matias... me beija logo - volto a olhar pros seus olhos vendo eles serrados quase fechados

Riu baixinho apertando a cintura dela e aproximando meu rosto do dela colando minha boca na dela

Mordo seu lábio inferior antes de aprofundar o beijo sentindo ela suspirar 

Sinto ela chupar minha língua de vagar e com calma e apertar os meus cabelos fazendo eu suspirar dentro do beijo, tiro minha mão da sua coxa e levo até a sua nuca, chupo sua lingua e depois seu lábio inferior enfiando meus dedos por entre seus cabelos

Forço a cintura dela pra baixo tentando fazer ela sentar no meu colo

Maya: vai machucar mais sua perna Matias - ela fala com a voz ofegante e eu abro os olhos vendo os dela fechados

Eu: não vai não, senta

Ela senta com cuidado e se ajeitando em cima de mim e eu já colo nossas bocas de novo, chupando, lambendo e saboreando sua lingua, sentia a Maya estremesser e se arrepiar a cada segundo, aperto mais sua cintura e eu sinto a sua outra mão na minha cintura subindo pelas minhas costas e depois me arranhando fazendo eu me arrepiar e extremesser

Eu: puta que pariu Maya - suspiro fundo ainda de olhos fechado e eu escuto uma risadinha dela

Minha Perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora