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Maya

Sinto meu corpo pesado e a minha cabeça dolorida, abro os olhos fitando o teto branco

Corro os olhos pelo lugar percebendo que era um quarto de hospital, não era no morro, disso eu tinha certeza

Percebo uma cabeleira curta e ondulada no canto do quarto sentada em uma poltrona mechendo no celular

Maite...

Vejo ela levantar a cabeça e me olhar, a surpresa é o alívio passa pelo seu rosto e ela vem até mim

Maite: Maya... - sela suspira fraco

Eu: a.gua - ela corre até o canto do quarto e volta com um copinho descartável com um canudo, bebo toda a água e suspiro de novo deitando a cabec no travesseiro

Maite: como você tá?

Rapidamente as lembranças de ontem a noite passaram pela minha cabeça, as mensagens o áudio, a conversa da minha mãe com o Gaspar, ou melhor, Matias

Minha crise...

Sinto meus olhos encherem de lágrimas e algumas rolarem pela minha bochecha

Maya: eles sabiam Maite, é ele... É ele... E eles nem pensaram em me contar, ele voltou, eu tava me relacionando com ele e ele não disse nada... - sinto os braços da Maite na minha volta de mim me abraçando forte

Maite: se acalma, não pensa muito nisso, eu sei que é difícil mas você você pode ter outra crise dessas - ela fala baixinho e eu suspiro mais uma vez, depois de alguns segundos eu me separo dela fungando

Eu: o que aconteceu ontem?

Maite: sua mãe ligou pro Dedé, ele disse que ela tava desesperada, disse que não conseguia formular uma palavras mas que ele tinha entendido que você tava passando mal, ele foi na sua casa, e sua mãe tava tentando fazer você respirar, eles te colocaram no carro e quando chegaram aqui no hospital você desmaiou, o médico disse que foi uma crise muito forte e que ficou surpreso você ter ficando lúcida tanto tempo

Eu: eu não me lembro disso

Maite: o médico disse que era normal, que você tava em estado de choque ou algo do tipo, colocaram soro com um remédio pra você acalmar por que seu coração tava muito acelerado, disseram que você ia precisar ficar aqui, o médico acha melhor você passar por alguns exames pra começar a tomar remédio pra sua ansiedade, ele disse que já era pra isso ter acontecido a tempos já que suas crises são muito fortes

Susoiro fundo algumas vezes pra digerir tudo

Eu: minha mãe tá aí? Que hospital a gente tá?

Maite: tamo na barra, sua mãe saiu com o Isaque, levou ele pra comer, ele não parava de perguntar se você tava bem - ela riu de leve e eu engoli seco antes de perguntar sobre ele

Eu: ele tá aí? - ela me olha por cinco segundos e suspira

Maite: ele veio, tentou te ver mas eu não deixei, ele... tava mal, sei lá, parecia angustiado

Eu: é o Dedé? Perguntou alguma coisa?

Maitê: não, mas ele ficou assustado, ele nunca tinha visto você tendo uma crise, Matemática também veio te ver, Dedé falou pra ele , ele tava todo preoculpado

Olho pro teto de novo e susoiro mais uma vez

Eu: eu não acredito que esse tempo todo, era ele, e eu nem me liguei, eu nem parei pra pensar - falo depois de algum tempo de silêncio

Maite: você não tinha como saber também Maya, você esperou 7 anos, e só agora ele volta

Foram sete anos

Não foram um ou dois meses, foram anos

A gente tava se envolvendo, a gente ficou, e ele nem pra me contar, eu sinceramente sinceramente sei o que vou fazer mas eu tenho certeza que vou demorar pra perdoar isso, ele é a minha mãe... isso foi uma traição pra mim

Mas porra... Era ele, é ele, é o Matias, tanto tempo esperando, tanto tempo sonhando acordado e agora... ele tá aí

Maite: no que tá pensando?

Eu: nele..  foi tanto tempo esperando ele e agora... ele tá aí, e isso me assusta

Maia: você vai falar com ele?

Eu: eu não sei...

...

Depois de algum tempo minha mãe chegou com o Isaque, percebi ela sem grava quando me viu acordada, percebi também que ela queria conversar comigo

Conversei um pouco com a Maite e o Isaque e logo eles foram embora

Minha mãe puxou a mesma poltrona que a Maite tava sentada antes pra perto da cama e me olhou

Diana: você tá bem filha?- pude perceber sua voz embargada e seus olhos vermelhos e inchados e eu assinto algumas vezes com a cabeça ainda em ciência vendo ela me olhar

Eu: porque você não me contou mãe? - minha voz fica embargada de novo e meus olhos se enchem de lágrimas mais uma vez

Eu: por que ele não me contou?

Diana: me desculpa meu amor, ele que deveria contar, mas ele tava com medo, de você ficar brava, de não falar mais com ele, de vocês se afastarem, me desculpa minha vida de verdade, eu deveria ter te contado, foi horrível ver você tendo aquela crise, eu devia ter feito ele contar ou eu mesma contar pra você

As lágrimas agora rolavam pelo rosto dela fazendo meu coração apertar, por que que ela não tenha contado, eu ficava malzona por ver ela chorar

Eu: tá bom mãe, mas eu vou demorar pra esquecer, a senhora sabe né? Você e ele me deixaram no escuro - eu vejo ela assentindo várias vezes e begando minha mão beijando fazendo eu fazer uma careta por sentir a palma da minha mão arder

Minha Perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora