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Dedé

Sorriu saindo da casa da Maitê rindo, eu sabia que eu deixava ela nervosa

Sabia que deixava ela com vergonha

Ela é no massa pô, diferente dessas mina aí o Morro, admirava ela taligado, sabia da trajetória dela por que Maya me contou bem por cima

Admirava a força que ela teve pra cuidar do filho dela depois que o filho da puta doador de esperma humilhou ela é foi embora, e mesmo assim ela teve forças pra criar o filho e ajudar a mãe dela

Tava ligado que ela se virava toda pra dar do bom  do melhor pro pirralhinho lá, Isaque era fechamento, me amarrava naquele muleque, sempre que ele me via vinha correndo me abraçar me chamando de Tio

Sentia mo bagulhozao bom fala pra tu

Vou negar não, dava em cima dela mermo, ela é lindona, toda cheirosona, trabalhadora, batalhadora, não deixa ninguém falar o que ela pode ou não fazer

Porra, eu fico fraco

Eu já tava ligado que ela tinha trauma de se relacionar e os caralho tudo

As vezes eu até dou uns passos pra trás, não quero me envolver com ela é depois magoar ela nao

Porra, eu sou do mundo

Gosto de pegar geral sem me preocupar com fidelidade

Não sou homem pra ela não taligado

...

Eu: Precisa de alguma coisa Gaspar?- chego na boca falando

Gaspar era gente boa pra caralho, ajudava geral, geral já tava gostando dele taligado, ele melhorou esse lugar aqui pra caralho

Ele era amarradão na Maya, eu já tinha sacado já, ele só confirmou, Maya é gente fina também, tenta ajudar geral, as vezes até esquece dela, eu sabia que quando ela era menor ela era amarradona nele, o povo que vivia aqui a mais tempo comentava, eles têm mó sintonia taligado

Fiquei olhando eles no baile da laje, mó química do caralho, apoio pra porra

Gaspar: não precisa não Dedé, já falei com as famílias Matemática me ajudou, pode ir pra casa e descansar cuidar desse bagulho aí- ele aponta pra minha perna e eu assinto me lembrando da Maitê

Mas logo vem na minha mente as baixas que teve na inovação, dois dos nosso e um morador

Odiava essa parte taligado, a parte da morte

Entrei nessa vida sem ter opção pô, a coroa ficou doente e sem os remédios ela ia bater as botas,  ficou putona quando descobriu

Afinal, quem iria querer o filho envolvido no meio do tráfico, sendo jurado de morte e essas porra toda

Mas eu gosto desse mundo, gosto da adrenalina correndo no sangue, a parte ruim é tu ver seus irmãos sendo morto

Nem ficava nas ruas quando acabava as invasões, bagulho era foda olhar pro lado É ver um dos caras que tu trabalhava estirado no chão morto

Dava no bagulhozao em pensar que poderia ser nois lá no lugar deles

Era foda pra caralho

Mas como eu falei, não tive opção não, entrei pra salvar a vida da mina mãe que graças a Deus hoje tá melhor pra caralho

...

Luciana:David, meus Deus, obrigada Jesus, obrigada - minha mãe me abraça assim que chego na casa dela e eu sorriu abraçando ele sentindo o crussificso que tava enrolado na sua mão bater no meu pescoço

Eu: tô bem mãe, fica tranquila- suspiro sentindo o cheiro dela, cheiro de mae é outro bagulho né?

Luciana: graças a Deus você tá bem meu menino - a sorri se afastando um pouco de mim, segurando meu rosto com uma mão e com a outra me benzendo fazendo eu sorrir- se machucou? Tá doendo muito? - ela pergunta toda preoculpada olhando pra minha pena enfaixada

Eu:foi só de raspão mãe, fica suave, a Maitê fez um curativo aí- vejo minha mãe me puxar pro sofá e sentar sorrindo me olhando

Luciana : a Maitê? Essa menina é muito boa né meu filho- minha mãe me olha fazendo eu rir

Eu: nem começa dona Luciana, nem começa- eu riu me levantando indo até a cozinha escutando ela rir

Luciana: mas eu nem fiz nada meu filho

Eu: não faz mas pensa - riu bebendo água no gargalo da garrafa vendo minha mãe vir até mim e tacar o pano de prato na minha cara fazendo eu derrubar água na minha camisa vendo ela rir

Mina mãe é loucona pra eu namorar, e pra ela, Maitê era uma ótima candidata pra isso

Luciana: Devid, eu preciso de netos, daqui a pouco eu...

Eu: nem começa falando de morte não mãe, pode parar, tu vai viver até os 110 anos e olhe lá ainda

Luciana: Deus me livre- ela se benze fazendo uma careta ainda com o terço na mão fazendo eu rir da cara dela

Essa mulher era a minha força porra, meu porto seguro taligado, depois que minha irmã morreu eu voltei a morar com dela, moro nos fundos e tento dar a assistência maxima

Foi foda o bagulho que nois passou, Aline era mais nova que eu, 16 anos, era toda linda e sempre andava pelo certo, um dia tombou com o nojento filho da puta do Grego e deu no que deu

Tinha um ódio mortal daquele cara, nojo memo taligado, fazia o que bem entendesse com geral, dava nojo

Quando me mandaram o radinho pra buscar um corpo na casa dele fui mó na inocência, nem me falaram que era ela

Aí eu cheguei lá e vi ela, toda jogada no chão, sangrando sem roupa com os olhos arregalados

Foi a pior cena que eu vi na minha vida porra, nunca vou me esquecer não

Mas o Grego pagou...

Tudo que ele fez ele pagou

Torturei ele por último pra ter o prazer de ver ele morrendo

Sinto falta pra caralho da minha pequena, fazia tudo por ela taligado... mas hoje ela tá iluminando o céu

E o Grego queimando no inferno, gosto assim

Minha Perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora