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Entre as muitas pessoas apressadas que passavam por aquele corredor, Jisung era, com toda certeza, o mais inquieto, ainda que sua bunda estivesse grudada no assento da cadeira desde que chegou. Changbin, ao seu lado, tentava o acalmar, mesmo que não fosse a pessoa mais indicada para tal situação. Costumava ser o amigo afobado, que faz piada sem graça para tornar o clima agradável, mas ultimamente sua rotina e pensamentos vinham capotando sem parar, como uma bolinha descendo por uma montanha de neve e tornado-se gigantesca.
— Sério, Bin, como que eu vou olhar na cara dele hoje? Não dá pra chegar dizendo "foi mal por ter saído correndo aquela noite, depois de perceber que eu tô completamente na sua". Além de que eu deixei o coitado na rua, sem nem esperar ele chamar um táxi — resmungou, com as pernas inquietas se movendo de um lado para o outro, juntamente com a sua mente turbulenta que se contorcia de ansiedade.
Han Jisung estava super preocupado, a começar pelo fato de que, após a pequena possível declaração de Minho (e também sua aceitação interna de que, sim, sentia algo por ele), saiu correndo para dentro de casa. Logo em seguida, naquela mesma noite, pensou que talvez tivesse sido um pouco rude de sua parte tal ação, já que muito provavelmente o Lee não conhecesse o bairro mais afastado do centro e podia ter tido dificuldades para voltar para seu apartamento.
Jisung havia o beijado de novo e, como um adolescente envergonhado e emocionado, entrou para dentro após dizer um simples “tchau”.
Todavia sua maior preocupação no momento era, sem sombra de dúvidas, encará-lo depois de uma semana sem ter visto sequer sua sombra.
Aqueles dias não haviam sido nada agradáveis, e por um motivo desconhecido pelo Han, Jeongin havia faltado ao serviço a semana inteira. Como consequência, teve que fechar a lanchonete mais cedo por não conseguir dar conta do tanto de pedidos e ainda por cima ficar super atordoado, mais do que já estava. Perguntou Felix sobre o paradeiro do garoto, recebendo apenas um "Ele disse que estava doente", o que, se fosse levar em conta, não era de todo uma mentira. Do outro lado da cidade, Jeongin definhava em sua cama, com olhos inchados e um pote vazio de sorvete enfeitando sua escrivaninha.
Mas o foco era, naquele momento, Han Jisung e o seu muito provável Gay Panic assim que cruzasse seus olhinhos com os de Lee Minho.
Ele beijava bem, tinha um papo romântico demais para quem não tinha vergonha na cara e seu toque era suave o suficiente para martelar sua mente a cada segundo. Lógico que Jisung temia o encarar depois de fugir, a bola de neve de suas paranóias só aumentava. E se Minho achou que tinha odiado? Pior! E se Minho tivesse achado ruim?
— Não sei o motivo de ter aceitado te trazer hoje, Felix avisou que você ia usar os meus ouvidos pra ficar se lamentando. — Changbin revirou os olhos, abraçando seu capacete entre os braços e logo suspirando. Jisung choramingou. — Mas sabe de uma coisa? Relaxa, pelo que pude notar, esse cara parece realmente tá gostando de você, com certeza não deve ter nem pensado nessas paranoias que você insiste em criar na sua cabeça oca. Pelo contrário, se fosse eu, ia tá sorrindo como um idiota por ter conseguido beijar o cara que eu tô a fim.
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𝐌𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐞 𝐬𝐞𝐮 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐫𝐨 | minsung
FanfictionO aroma dos temperos o hipnotizava, cozinhar tornava Han Jisung outra pessoa, sua melhor versão, aquela que mostrava quem realmente era. Naquele ambiente, sentia-se confiante. Até ele chegar, com seu perfume inconfundível, desestabilizando Jisung e...