29! ○ Gosto de pasta de dente

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Mais um domingo havia chegado, de céu ensolarado e escasso de nuvens, ruas pouco movimentadas, ainda que já estivesse perto das onze da manhã.

No entanto, o clima agradável não era sinônimo de que todos sorriam junto do quentinho gostoso do sol.

Felix considerava se realmente estava pronto para ter aquela conversa, o medo circulando junto de seu sangue, com receio da reação de Seo Changbin e do que aquilo poderia resultar. Falar com Jisung lhe fez criar coragem, mesmo que mínima, para correr atrás de consertar o seu erro.

Então ali estava o australiano de sardas, parado em frente ao portão da casa de Changbin, enrolando por mais um tempinho para enfim tocar a campainha. Arrastava a sola de seu sapato no asfalto, indo longe com sua mente enquanto desenhava círculos imaginários aleatórios no piso. Queria ser menos covarde, ter mais atitude e se livrar de toda a angústia.

Se tivesse uma máquina do tempo, as coisas poderiam ser mais fáceis. Se não tivesse pisado na bola, talvez não estivesse passando por isso.

Yongbok odiava a dúvida, ela o fazia pensar muito e ao mesmo tempo em nada, pois nunca chegava em uma conclusão. Era sempre uma incógnita.

Sequer precisou se dar ao trabalho de tocar o interfone, mal percebendo que a pessoa a qual fora procurar atravessava a rua calmamente com uma sacola em mãos.

O destino parecia ter pressa.

— Felix? — assustou-se ao escutar a voz rouca, que parecia acanhada ao pronunciar o nome.

Ele se virou espantado, sentindo o peito apertar ao encarar os olhos que tanto aparentavam cansaço. Tinha noção de que era por sua causa; a razão pela qual Seo Changbin provavelmente chorou.

— Binnie… oi, eu… eu vim porque preciso falar com você. Quer dizer, nós precisamos conversar — tentou não enrolar mais do que já havia feito, antes que suas forças fossem embora de vez.

Changbin o olhou, com uma expressão séria que faria medo em qualquer um, menos em Felix. Ele sabia que por debaixo das roupas pretas casuais e da postura ereta existia alguém incrível e de coração grande, super carinhoso e gentil, que apenas com um sorriso conseguia iluminar o mundo inteiro.

— Por um momento eu achei que você não viria…

Felix tentou sorrir, mas acabou por apenas curvar os lábios em algo muxoxo.

— Você me conhece, sabe que eu tava com medo de vir aqui. Aliás, ainda tô, minhas pernas tão tremendo. — Suspirou, abaixando a cabeça e fitando os sapatos bonitos, agora parados e juntinhos, acanhados em fazer qualquer movimento na frente do Seo.

𝐌𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐞 𝐬𝐞𝐮 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐫𝐨 | minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora