38! ○ O tempo e o polvo

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Aquela manhã, tão pacata como nunca antes esteve, condizia perfeitamente com o estado físico e mental de Han Jisung. O céu nublado, com fortes indícios de que mais tarde provavelmente choveria e que talvez não houvesse sido notificado no jornal da TV — ou Jisung apenas não prestou atenção em tal informação, tão carregado quanto as nuvens do céu cinzento da cidade.

Já era novamente sábado, depois de quase dois dias e algumas longas horas de tortura para o jovem cozinheiro, com cada pensamento que tinha acumulando em sua lista gigante de incertezas.

Havia conversado com Felix recentemente sobre basicamente tudo, ainda que de forma meio resumida, como se assim pudesse tirar um pouco do peso que sobrecarregava suas costas. Disse sobre a sensação inquietante de ter sido preso injustamente, sobre Christopher, a falta que sentia de Minho, o sumiço repentino dele e as coisas que Yang Mina havia lhe dito.

Estava tudo tão confuso.

Não sabia o que pensar ou o que fazer.

O australiano, apesar de indignado com as revelações do amigo, tentou a todo custo se manter calmo e ajudar da forma que podia. Disse que, em relação as tais acusações de Hyunjin e o suposto envolvimento de Minho com outra pessoa, o ruivo deveria procurar ambos e conversar diretamente sobre cada assunto. O Lee sabia como ninguém que, tirar conclusões precipitadas e agir por impulso ou por meio de sentimentos como a raiva ou a tristeza, nunca acabavam bem.

Quanto ao tópico "Marte", Jisung até chegou a comentar, mas apenas recebeu um olhar duvidoso do amigo, que apenas deu de ombros e lhe disse que a tia de Minho não batia bem e, por isso mesmo, não deveria acreditar nela sem antes ter certeza.

Jisung também comentou brevemente com Changbin, mas a conversa havia sido rápida, já que tinha sido por telefone e em pleno horário de almoço do Seo.

Ele basicamente o aconselhou a conversar com Christopher e Minho, dizendo que essa história de outro planeta não fazia sentido.

No entanto, ainda que para seus amigos não tivesse, para Jisung era completamente intrigante! Porque, se fosse ligar alguns pontos, talvez não fosse tão impossível como parecia ser.

Minho nunca lhe disse sobre onde vinha, mas sempre destacou que era um lugar longe, além de que no começo ele realmente agia estranho. Quer dizer, isso não justificava nada, mas por que a mãe de Jeongin teria inventado algo do tipo? Claro, ela poderia ter alguns parafusos a menos, só que o Han não achava ser só isso. Sentia um quê de verdade no jeito exagerado dela.

Por que Minho sempre desviava do assunto quando se tratava do lugar natal? Não fazia sentido, apenas! Jisung estava muito mais intrigado com essa afirmação do que a que dizia respeito sobre a moça que Mina citou, porque parecia mais conveniente para ele aceitar um outro planeta habitável do que uma traição descarada e idiota.

𝐌𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐞 𝐬𝐞𝐮 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐫𝐨 | minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora