36! ○ A faca e a cebola

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A senhora Han estava aos prantos, tomando seu segundo copo de água para tentar controlar a angústia que tanto preenchia seu peito. Aquilo não podia estar acontecendo, tinha certeza absoluta de que seu filho seria incapaz de fazer algo desonesto, havia o educado da melhor forma possível!

— Tia, eu sei que isso é um absurdo, mas tenta se acalmar. Jisung vai ficar bem, nós vamos provar que ele não fez nada de errado — Felix a consolava, sentado ao seu lado, na mesma espécie de cadeira desconfortável que aquele lugar proporcionava em sua recepção meia boca.

— Além disso, a senhora tem que se cuidar, ou então, como vai comemorar com a gente quando o Jisung vencer aquele programa? Uh? — Changbin estava do outro lado, lhe abraçando desajeitadamente enquanto acariciava os fios bagunçados de Eunji.

A mulher havia saído tão depressa ao escutar a notícia pelo telefone, que sequer se importou de arrumar-se, apenas trocou os pijamas por algo qualquer e saiu desesperada da casa onde trabalhava, sem pentear os cabelos ou vestir o par combinado de meias. Não conteve as lágrimas incessantes que vieram à tona assim que viu os dois rapazes sentados na sala sem vida da delegacia, bem ao lado de um enorme vaso de planta seca, tristemente descuidada.

Por outro lado, em uma cela acabada e escassa de qualquer tipo de móveis que não fossem os de cimento, Jisung seguia encolhido em um canto qualquer, rodeado pelos próprios braços em uma tentativa de não se sentir só, ainda que estivesse no meio de tantos outros detentos.

Tudo havia acontecido rápido demais, em um instante abriu a porta de sua casa e deu de cara com dois ou três policiais — já nem lembrava mais, de tantos pensamentos que corriam por sua mente —, alegando que tinham um mandado de busca e que o Han estava sendo acusado de furto. Não entendeu direito o que supostamente tinha roubado, mas com a consciência limpa deixou com que os agentes fizessem seu devido serviço, mal acreditando quando um relógio de pulso, aparentemente bastante valioso, surgiu do fundo de sua bolsa. Negou, afirmando de pé junto que, mesmo aquele objeto não sendo seu, tinha plena certeza de que não havia sido ele a botar ali.

E o resultado se deu até o exato momento, sentado sobre o chão sujo de uma delegacia há mais de duas horas e meia, refletindo sobre a vida e chegando à conclusão de que nada em sua existência parecia ter sentido. Não ali, naquela cela, rodeado de gente desconhecida que lhe olhava torto, com os nervos à flor da pele e os olhos prestes a não resistirem mais a pressão que era segurar as lágrimas.

Havia falado com sua mãe por breves segundos, não o suficiente para explicar tudo e a acalmar — até porque nem mesmo sabia como dizer algo —, mas pelo menos teve a chance de dizer que tudo iria ficar bem, independente se realmente fosse ou não dar certo.

Não podia pensar negativo em meio a tantas sensações ruins que lhe rodeavam. Não queria mais um peso em sua cabeça, a situação atual já era o suficiente para desestabilizar tudo.

𝐌𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐞 𝐬𝐞𝐮 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐫𝐨 | minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora