Ninguém está pronto para: Assumir um romance

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"Como fica forte aquele que

tem a certeza de ser amado."

Freud


Aquela seria somente mais uma noite de fartura à mesa e música em volta da fogueira. Mas era mais do que isso, era uma noite para comemorar a reconstrução do Acampamento meio-sangue. Uma noite de alegria e diversão, ao qual eles celebravam a continuidade de tudo o que conheciam, àquela vida que poderiam desfrutar dali em diante.

As oferendas aos deuses foram grandes e também cada prece eram carregadas de esperança e saudades daqueles que lutaram bravamente e pereceram no campo de combate. Mas lembrados com orgulho, por seus atos de coragem.

Enquanto todos estavam comemorando, do jeito que melhor sabiam fazer, Nico e Percy estavam afastados da festa, próximo ao estábulo. Dava para ver Blackjack se gabando de seus últimos feitos junto à seu boss enquanto algumas éguas relinchavam cheias de fricote. Percy riu, mas era chato quando só ele entendia os cavalos, e ficava rindo sozinho.

Por outro lado, Nico estava silencioso e misterioso. Não muito diferente do que costuma ser. Mas mais do que o normal. Percy bebeu o refrigerante, amassando a latinha depois, ele preferiu não perguntar (novamente) porque estavam ali, já que Nico dissera antes que não era para apressá-lo.

Enquanto Percy esperava Nico tomar coragem e falar de uma vez porque o levou ali, ele subiu na cerca de madeira do estábulo e ficou tomando conta da vida de seu cavalo. BlakcJack não perdia tempo, estava jogando charme para três éguas, e as três pareciam tá caindo na lábia dele.

— Cavalos são espertos. — Pensou alto.

— O que disse?

— Hã? Nada, nada não. — Percy girou o corpo na cerca, deixando os bichos terem um pouco de privacidade. — Você quer me contar alguma coisa?

— Eu? Sim, digo, não. — Nico parecia confuso, por isso Percy desceu da cerca e parou na frente do rapaz, fazendo-o dar alguns passos para trás, virando seu rosto em direção a floresta.

— Ok! Eu estou ouvindo. — Percy cruzou os braços.

— Está bem. — Nico respirou fundo e encarou os olhos verdes de Jackson. — Você sabe que desde nosso retorno para o acampamento... quer dizer, eu não ia retornar se não fosse por você. Digo, todos vocês...

— Já falamos sobre isso. — Percy levou as duas mãos aos ombros de Nico. — Você sabe que eu jamais deixaria você.

— Ja-jamais? — Nico gaguejou.

— Ja-jamais! — Percy riu, mas Nico ainda estava fitando-o sério. Ele entendeu que havia algo mais importante para ser dito. — Você pode confiar em mim e me contar tudo o que quiser.

Nico encheu-se de coragem e jogou o corpo para frente, enlaçando seus braços ao redor de Percy, enquanto um beijo era selado.

A princípio, o filho de Poseidon não entendeu nada do que estava acontecendo. Ele não empurrou Nico, ou foi grosseiro, apenas tratou de segurá-lo, pois da forma como ele se jogou, poderia cair no chão se não fosse amparado. E depois, o beijo. Percy ainda estava de olhos abertos, mas quando os lábios de Nico esquentaram os dele, o rapaz fechou os olhos, se deixando levar pelo momento.

No final, quando eles se afastaram, mas não muito, Percy queria dizer alguma coisa, mas estava sem palavras. Quem dirá Nico, que não esperava a recíproca.

Já que ninguém falou, o senhor D. resolveu tomar a dianteira.

— Perry e Nando, é melhor vocês dois voltarem para aquela maldita festa, antes que eu os transforme em um casal de gafanhotos.

Ninguém está pronto para a vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora