Ninguém está pronto para: Visitas inesperadas Parte 2

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Drew abriu a caixa térmica de Travis e encontrou apenas cerveja. Não era exatamente o tipo de bebida que se oferece para uma deusa, ainda mais sendo sua mãe. Ela pegou uma das latinhas e aproximou-se daquela cadeira exuberante. Todos os demais ainda estavam perplexos com a visita inesperada.

— Essa nova geração não sabe muito bem como se divertir à beira mar. — Comentou Afrodite, enquanto experimentava a bebida. — Isso é horrível, minha querida.

— Sinto muito, mamãe. É a única coisa que temos para beber.

— Pois muito bem, eu terei que intervir nessa festa. Se é que me permitem. — Afrodite se levantou da cadeira, ela usava um vestido de veraneio com alças e sandálias douradas, trançadas até os joelhos.

Ela movimentou as mãos e uma brisa suave soprou transformando uma pequena rocha em mesa com diversas bebidas e petiscos. Afrodite aplaudiu seu feito, ordenando que todos erguessem os queixos caídos e aproveitassem a festa. Mas, convenhamos que, com uma deusa na sua frente, era difícil relaxar.

Deuses não aparecem se nenhum motivo aparente.

Dessa forma, Drew pegou uma das garrafas de vinho e serviu em uma taça, oferecendo para sua mãe. Afrodite aceitou a bebida e sentou-se novamente na cadeira.

Os únicos ruídos naquele instante eram o sopro do vento vindo de um mar agitado. O crepitar do fogo na madeira e o balanço das árvores na floresta. Não era bem o tipo de recepção que uma deusa como Afrodite desejava.

— Vocês devem estar curiosos, pensando o que estou fazendo aqui. — Ela saboreou o vinho, fazendo boas críticas. — É verdade que não costumo compartilhar momentos assim com os heróis. Mas eu não pude deixar de atender o pedido de quatro pessoas em um mesmo lugar. Achei tão revigorante e amável da parte de vocês pensarem em mim nesse momento.

— Quatro pessoas? — Nico perguntou baixinho. Afinal, ele havia feito um pedido mental para a deusa, então pelo visto não foi o único.

— Isso mesmo querido. — Ela contemplou Nico por alguns segundos. — Fico feliz que tenha me chamado.

— Você a chamou? — Drew olhou-o imediatamente, talvez um pouco irritada.

— Não fique brava com ele, querida. Nico Di Ângelo apenas deseja que seus amigos sejam felizes. — Afrodite respondeu, em um tom de voz gentil. — E aproveitando o momento, eu acho que é hora de falarmos sobre seus poderes.

Drew sentiu o corpo estancar. Ser o centro das atenções em qualquer situação era fácil, mas não quando sua mãe poderosa está por perto.

— Mamãe, as poções foram recuperadas. — Suas palavras soaram inicialmente como desculpas. — Eu não irei mais fazê-las. Eu juro pelo rio Estige.

— Eu confio em suas palavras, minha pequena. Mas seus poderes não foram removidos porque você criou aquelas poções. Talvez já saiba a resposta, mas ainda precisa aceitá-la.

— Tenho certeza de que minhas decisões pessoais não deveriam ser interpretadas de maneira negativa, nem mesmo por minha mãe. — Drew prendeu a respiração, estava magoada desde o princípio, mas nunca foi contra a maneira que sua mãe agia. — Eu não quero meus poderes de volta.

Oh! Minha abelhinha. — Afrodite levou a mão ao coração teatralmente.

Ela virou-se, encontrando os olhos de Dante sobre si. Drew buscou conforto nos olhares de suas amigas e amigos também. Ela olhou então para a mãe.

Afrodite possuía um ar de mistério e beleza refinada para sua filha.

Drew saiu, não havia mais nada para falar com a mãe. Assim que ela sumiu por entre as árvores da floresta, Dante se levantou e foi atrás dela. Andrômeda não teve tempo de falar nada, aproveitando a situação, Travis sentou-se ao lado dela. Ele não estava assim tão preocupado com a presença divina de Afrodite, pelo contrário, estava era contente porque Dante foi embora.

Ninguém está pronto para a vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora