Ninguém está pronto para: O pior

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— Hey! Querido.

Ouvir aquela frase trouxe paz para o coração de Percy. Embora tenha durado só alguns segundos. Depois, veio o caos. Eram tantas perguntas que precisavam de respostas, tanto a dizer, sentir. Percy abraçou o corpo de Luke, mas podia jurar que sentia a quentura do corpo de Nico. Aquele seu cheirinho do pós-barba, que era mais suave do que o seu.

Percy parou por aí, porque não queria causar mais constrangimento beijando Luke/Nico.

Hey. Como você está? — foi uma pergunta besta de início, mas Percy realmente precisava saber como Nico estava. Todos os detalhes possíveis. Se dormia, se comia, o que fazia. E, principalmente, quando ele retornaria.

Quando percebeu, já havia feito uma lista de perguntas e ainda não havia obtido a resposta nem da primeira. Nico sorriu, um sorriso diferente, de Luke.

— Apesar de o tempo passar diferente aqui, eu sinto como se estivesse longe há vários meses.

— Mas você está! — Percy notou que ainda segurava as mãos de Luke e soltou — Você o possuiu para falar comigo?

— Mais ou menos. Ele ainda está aqui, em algum lugar.

— Quando você vai voltar?

Houve um silêncio e Percy fez a mesma pergunta mais uma vez.

— Sinto muito, mas não consegui descobrir como sair daqui, meu corpo está preso no mundo inferior. — Nico aproximou-se de Percy, que hesitou um segundo, antes de permitir que ele o abraçasse. — Assim que eu tiver novidade, vou te falar, prometo. Agora... você precisa recuperar o livro roubado.

— Ah! Sim, o livro. — Percy caminhou até a borda da piscina — Se esse livro é tão importante, por que não estava guardado em um lugar seguro? O que aquelas harpias fãs da Disney podem fazer com ele?

— Ainda não sei, mas Perséfone garantiu que algumas poções deste livro são proibidas, por isso ele foi mantido em um cofre dentro do Banco Grego.

— Não acredito que as Harpias tenham conseguido roubá-lo. Deve ter sido outra pessoa.

— Mais um motivo para recuperá-lo. Além do mais — Nico mexeu nos cabelos e Percy notou que aquele gesto na verdade era típico de Luke — esse livro pode me ajudar. Lembra-se quando ultrapassamos a parede do esgoto e fomos parar dentro do banco?

— Sim, é claro.

— Talvez o mesmo feitiço, só que mais poderoso, me ajude a passar pelas portas trancadas.

Agora sim. Um sorriso delineou os lábios finos de Percy. Finalmente uma boa notícia. Ele ficou tão satisfeito com a ideia de recuperar o livro para trazer Nico de volta que abraçou o corpo de Lule com mais força.

— Eu vou pegar esse livro, prometo. — Percy deitou a cabeça no ombro dele — Eu preciso de você ao meu lado. — ele fechou os olhos, sentindo uma mão acariciar seu pescoço, depois alisar os cabelos.

— Eu estou sempre com você.

Percy ouviu a voz de Nico bem baixinho em seu ouvido, ele virou o rosto, com seu olhos fechados, em sua cabeça podia enxergar a imagem de Nico sentado em uma poltrona, numa sala iluminada pelo fogo da lareira.

Nico levantou-se da poltrona e caminhou em sua direção, a realidade daquela cena poderia ser contestada mais tarde, Percy apenas deixou-se levar pelo que via. Para ele, aquele momento, era o que bastava.

Nico tocou em seu rosto e o beijou levemente nos lábios, falando palavras de carinho bem baixinho. Percy sorriu, tendo seu coração preenchido de paz.

Ninguém está pronto para a vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora