Nico entregou para Drew um copo com água e açúcar. Ela estava nervosa, sua pressão subiu e se continuasse assim, poderia ter um piripaque. Mas aos poucos ela se acalmou, até que finalmente tranquilizou-se. Estava sentada na escadaria da enfermaria, não havia nenhum campista por perto.
— Estão em uma competição. — Nico esclareceu, sentando-se ao lado dela. — O Senhor D. está oferecendo uma recompensa para quem capturar o sino de bronze.
— Fantástico. — Drew respondeu irônica.
— Posso perguntar uma coisa?
Nico não era a pessoa mais social do acampamento, ele não conseguia ficar a vontade na companhia de muitas pessoas. A filha de Afrodite era uma das poucas que ele sentia que poderia falar o que quisesse, sem ser recriminado por ser quem era ou agir como agia. Ela era dura e neurótica na maioria das vezes. Mas jamais o tratara mal.
— O que é? — Ela ainda olhava para o além, com o pensamento longe, tão longe que devia bater na porta do Chalé de Ares.
— Como é que isso tudo começou? Você e o Dante? — Nico recebeu como resposta as costas de Drew. — Desculpe a curiosidade. Mas eu não consigo entender. Vocês se gostam, está na cara, mas não querem dar o braço a torcer.
— Quem disse que eu gosto dele? — ela o fuzilou com seus lindos olhos asiáticos.
— Você está vestindo a camisa dele nesse momento. — Nico olhou para a camisa de flanela anos 90, havia um corte na coxa de Drew, mas ele não falou nada.
— Só porque o meu vestido rasgou. — Ela respondeu aborrecida. Depois soltou os ombros, desanimada e virou novamente. — Não é tão simples quanto parece, filho de Hades.
— Aconteceu algo grave entre vocês? É a disputa entre os chalés?
— Não, eu não ligo para essa disputa ridícula.
— E então?
Drew o olhou irritada, mas depois pareceu cansada de fugir.
— Quando eu cheguei no acampamento, há alguns anos, foi Dante que me recepcionou. Ele me mostrou todos os lugares e me contou várias histórias. Viramos amigos imediatamente. Eu não sei como explicar isso, apenas nos dávamos bem. Gostava de quando fugíamos de noite até o mar para nadar e ver as ninfas dançarem na água. Costumávamos fazer isso escondido, sempre houve uma rixa entre nossos chalés, eu sei, por isso era escondido.
— Você chegou aqui com onze. Não foi?
— Sim. E ele já estava aqui desde os cinco anos de idade. — Ela continuou a história. — No final do verão, eu sempre voltava para o Japão, mas com o passar dos anos, estava cada vez mais perigoso para viajar de lá pra cá. Então minha família se mudou para Nova Iorque. No meu terceiro verão, nós deixamos de olhar as ninfas para treinar seriamente. Dante recebeu uma missão e precisava escolher seu grupo. Eu achei que ele fosse me chamar, porque ele sabia mais do que ninguém que eu queria mostrar a todos que o chalé de Afrodite era mais forte do que muitos pensam, mas decidiu levar Clarisse e Tom. Fiquei tão furiosa por ele achar que eu não dava conta daquela missão.
— Mas, ele disse isso?
— Ele não teve a decência de falar na minha cara que eu não era boa o bastante para seu time.
— Por que você falou que devia ter deixado ele morrer quando teve chance?
Drew se levantou, estava sem sapatos, caminhou sobre a grama descalça.
— Na guerra contra Cronos, logo após a morte de minha irmã Silena, todos estavam lutando, inclusive o chalé de Ares. E eles são os melhores no campo de batalha, ninguém pode duvidar disso. Eu encontrei Dante ferido, ele salvou alguns de meus irmãos presos em uma loja com alguns monstros. Eu já havia perdido Silena, e não suportei a ideia de perdê-lo também. Ele lutava contra uma Quimera, quando foi arremessado contra a vitrine da Tiffany. Eu não pensei, apenas peguei minhas adagas e avancei contra a Quimera.
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Ninguém está pronto para a vida
FanfictionNinguém nasce com um manual de instruções. Qual a melhor maneira de aprender, senão vivenciando as situações? Percy Jackson e Nico Di Angelo estão vivendo todos os dilemas de um casal semi-deus moderno em Nova Iorque. Além deles, outros semideuses t...