A suíte Hebe não era tão luxuosa quanto a suíte Afrodite por vários motivos, mas, ainda assim, era um quarto espetacular. Assim como os demais quartos do Hotel.
Leo e Alex dividiam o apartamento que condizia com uma sala de estar, uma cozinha atrelada e dois quartos. Nenhum dos dois sentiram-se rejeitados por não estarem no último andar do prédio, onde ficavam as melhores suítes, ao contrário, assim que entraram, sentiram-se mais aliviados por estarem longe daquele clima pesado no topo do Hotel Cassino.
Alex abriu a porta da geladeira e pegou uma garrafa de cerveja, perguntando se Leo queria também. Leo preferiu refrigerante, não queria misturar mais álcool do que poderia suportar depois.
Ele se deitou no sofá, tirando os sapatos e aconchegando-se entre as almofadas macias. Alex entregou a lata de refrigerante e se pôs de frente a janela de vidro.
— Por que essas janelas não abrem? — Leo perguntou, deixando cair um pouco de refrigerante na camiseta.
— Por questões práticas. Estamos no deserto, pode chegar até 40º de noite. Esses lugares precisam de ar-condicionado potentes, e para maior eficiência, é necessário que tudo esteja fechado. — Alex bebeu um gole da cerveja. — Além do mais, o índice de suicídio diminuíram bastante depois que todas as janelas foram fechadas. Imagina só quantas pessoas se jogavam daqui de cima após perder todo o dinheiro que possuía?
— É um pouco deprimente. Eu me diverti muito hoje, mas senti como se a vida não passasse. Você pode ficar aí para sempre jogando enquanto eles te dão bebida e tudo o mais.
Leo refletiu, com as mãos atrás da cabeça.
Alex terminou sua cerveja e esticou os braços para o alto, alongando-se.
— Falando nisso, daqui a pouco vai amanhecer e a gente nem dormiu. — ele olhou para Leo, que estava de olhos fechados no sofá. Pensou que ele estava dormindo, por isso abaixou-se ao lado do rapaz, e mexeu em seus cabelos, tirando a lata de refrigerante da sua mão.
Alex estava tentando ser imparcial naquela viagem. Ele queria muito poder controlar toda a sua vontade de acabar com aquele teatro que encenavam juntos e fazer o que sentia realmente vontade de fazer.
O que mais poderia ser? E, o mais importante, Jason estava há milhares de quilômetros de distância deles. Por que seu autocontrole e ética eram tão bons em momentos como esses? Seria mais simples se jogasse tudo para o alto e aceitasse as consequências que viriam depois.
Ele tombou a cabeça para o lado, apreciando a respiração leve de Leo. Enrolou um cachinho do cabelo dele em seu dedos e depois acariciou seu rosto com um toque bem sutil.
Leo piscou os olhos levemente, abrindo-os. Eles se encararam por um momento, até que Alex se colocou de pé, pedindo desculpas.
— Espere. — Leo falou, quando o filho de Atena partia em direção ao seu quarto. — Tá tudo bem. Esquece isso.
Alex moveu os lábios e desviou o olhar.
— Esse é o problema. Não dá para simplesmente esquecer. — ele declarou, encarando Leo de uma vez. — Eu não sei se você sacou o que está rolando aqui, já cansei de tudo isso. Não quero colocá-lo contra a parede, mas também preciso decidir o que fazer da minha vida. E uma coisa eu tenho certeza, não quero passar minha vida nas sombras de um sentimento ao qual eu não poderei viver.
Leo abriu a boca, sem sabe o que falar. Ele coçou a cabeça, pensando na melhor maneira de dizer o que se passava com ele.
— Cara, tanta coisa acontecendo nesse momento, eu não sei se é certo a gente falar sobre isso agora. — Tentou inutilmente desvirtuar o rumo da conversa.
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Ninguém está pronto para a vida
FanfictionNinguém nasce com um manual de instruções. Qual a melhor maneira de aprender, senão vivenciando as situações? Percy Jackson e Nico Di Angelo estão vivendo todos os dilemas de um casal semi-deus moderno em Nova Iorque. Além deles, outros semideuses t...