Ninguém está pronto para: Estabelecer novas regras.

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Antes de iniciar o feitiço, decidiram que era necessário estabelecer algumas regras para caso o plano saísse do controle. Diante das regras estipuladas, tentariam não afetar ainda mais os rumos da normatividade. Principalmente na barreira protetora de Nova Iorque. Para começar, nada de tomar decisões impulsivas que pudesse gerar um desequilíbrio natural. Do mesmo modo não deixariam se levar pelos sentimentos, reforçando a primeira regra. E assim, as regras pareceram infinitas, visto que, qualquer coisa poderia sair do controle.

Era preciso tomar cuidado, pois as Harpias podiam sentir a presença do livro cada vez que ele fosse aberto, por isso Percy tirou uma foto da imagem e deixou o celular sobre o mármore que enfeitava a lareira. Drew não precisava de muito para criar o portal, uma parede e boa vontade para criar o desenho idêntico ao do livro.

Quando terminou, ela encarou Percy, esperando o momento certo para iniciar o ritual. Eles aguardaram alguns minutos olhando para o celular, esperando que Nico desse algum sinal de que era a hora.

— Tem certeza de que está tudo certo? — Percy recebeu um olhar atravessado de Drew.

— Você tem certeza de que não estava alucinando quando Nico te ligou do mundo inferior?

— Bem... — Percy deu um passo para frente e colocou a mão na parede. — Ele deve estar lá, de algum jeito estranho posso sentir que vai dar certo.

— Você está deixando o emocional falar mais alto, lembra do nosso acordo.

— Eu sei, eu sei, mas não posso deixar de pensar nisso. Da última vez que nos vimos... estávamos felizes, entende? Era como se eu estivesse completo, só que algo estranho aconteceu, comecei a me sentir mal por estar tão feliz.

— Parece que é o mal dos mocinhos, pensar demais nos outros. — Drew pegou o livro. — Vamos ver se conseguimos uma conexão.

Ela entregou o livro para Percy e começou a evocar as palavras necessárias, ambos torcendo para que não fossem flagrados por alguma harpia perdida pela cidade e sentisse o chamado do livro.

Num primeiro momento, os dois se olharam e o silêncio tomou conta da sala. Drew aproximou-se do portal, ergueu a mão e tocou a parede com um dedo, nada aconteceu.

Ela repetiu entoou as frases mais duas vezes e nada.

— Talvez ele não esteja do outro lado. — Drew provocou.

— Nico não ia me deixar na mão logo agora. — Percy esbraveou. — Que merda! Tenta novamente, deve ter dito algo errado.

— Se está tão cético, então por que você não faz?

— Desculpe, eu não queria ofender.

Percy caiu sentado no chão, levando as mãos até os cabelos, pensando no que fazer caso Nico não entrasse em contato novamente. Drew se sentou ao lado para tentar acalmá-lo.

— Talvez sejam meus poderes, eles não estão como antes. Posso não ser a pessoa mais indicada para fazer isso. Quem sabe se eu ligar para minha irmã, ela vem aqui e ajuda. — Drew pegou o celular e fez a ligação, mas havia uma interferência. Ao invés de ouvir a voz de Emanuelle, uma outra pessoa atendeu a ligação. — Nico? É você mesmo?

— É ele? Me passa o telefone. — Percy tentou pegar o aparelho das mãos de Drew, enquanto ela o emburrava.

— Eu já fiz o portal na parede. — Drew falou, levantando-se, de costas para que Percy não atrapalhasse a ligação. — O que? A sala estava vazia e a porta fechada. Mas o que isso tem a ver... na lareira? Está acessa.

— O que tem a lareira? — Percy perguntou ansioso.

— Apague o fogo. — Drew ordenou. — É claro, só deu certo nos esgotos porque lá estava frio.

Ninguém está pronto para a vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora