Ninguém está pronto para: Reviver os mortos

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— Eu não estou no clima para festas.

— Não perguntei se você está no clima, só quero saber se você já se arrumou. — Rachel estava no corredor, terminando de colocar os brincos. Ela usava um vestido azul-turquesa com saia plissada e os longos cabelos numa trança lateral. — Vamos querido, vista essa roupa ou eu mesma vou colocá-la em você. Tem quinze minutos.

Percy bufou, esfregando a mão no rosto. Não havia feito a barba, e em quinze minutos não conseguiria nem começar. Ele abriu a porta do guarda-roupa, pensando em como Rachel conseguia tirá-lo da cama?

Ele terminou de se vestir, mas aquela gravata não tinha jeito.

— Alguém pode me ajudar com isso? — Percy apareceu na sala, segurando a gravata em mãos. Estavam todos reunidos ali, esperando que ele aparecesse.

— Uau. — Rachel pegou a gravata de sua mão e ajudou-o a fazer o nó. — Prontinho, fico contente que você tenha deixado a barba, fica muito sexy. — Ela deu uma piscadinha e agitou o grupo para descerem de uma vez para o cassino.

Apesar da idade mínima de jogar nos cassinos fosse 21 anos, no Olympus as regras eram diferentes. A névoa colaborava com o novo negócio de Dionísio.

Annabeth e Butch se separaram do grupinho, aparentemente eles reservaram uma mesa para dois no restaurante.

Dentro do cassino, alguns rostos conhecidos passou na frente de Percy. Ele cumprimentou todos de maneira educada, percebendo que ninguém falava sobre Nico. Estava claro que Rachel era responsável em fazer com que Percy relaxasse dos problemas. Como se pudesse esquecer, por um segundo que fosse, seu namorado. Mas agradeceu a tentativa da amiga em deixá-lo respirar um pouco sem ter alguém fazendo cara de piedade para ele, dizendo que tudo vai ficar bem.

Rachel decidiu tentar a sorte em algumas máquinas de caça-níquel, enquanto Drew e Percy se acomodavam nos bancos do bar. A filha de Afrodite estava deslumbrante em um vestido branco, seus cabelos presos em um rabo de cavalo, e brincos dourados combinando com o bracelete em seu braço.

Percy pediu o mesmo que Drew bebia.

— Como está se virando sem os seus poderes? — Ele puxou assunto, sem ter muito o que falar.

— Não é tão ruim assim. Infelizmente eu recebi algumas multas de trânsito por excesso de velocidade. Tenho uma audiência daqui uma semana. Ao que parece, meu charme servia de algo.

— Bem-vinda ao mundo real. — Percy ergueu a taça e brindou com ela.

— E como você está? Nico deu algum sinal de vida, ou de morte?

Percy não se intimidou com o olhar de Drew, pois ela não fazia a linda de oferecer piedade.

— Ainda não. Eu entendo que todos estejam querendo me fazer sentir melhor não tocando no assunto, ou me fazendo vir às festas. Mas a verdade é que, dentro de mim, existe um buraco negro, e eu estou sendo sugado por ele.

— Eu sei o que você sente, querido. — Drew girou o banco em que estava sentada, observando Rachel conversar com um grupo de meio-sangues que acabaram de chegar. — Eu não acredito.

— O que foi? — Percy olhou na mesma direção. — Oh! Isso.

Rachel conversava com os irmãos Stoll, Andrômeda, Steve e Dante. Além de Alex e Leo, logo atrás deles, jogando em uma máquina.

— Coloque mais bebida nesse copo, por favor. — Drew solicitou para o barman. — Não faça economia, pode encher.

— Vai com calma. Estamos em Las Vegas, coisas estranhas podem acontecer. — Percy gargalhou. Já fazia um tempo que ele não ria daquela forma.

Ninguém está pronto para a vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora