Narradora
Sentindo seu coração pular rapidamente dentro de si a loira concorda com a cabeça, não demorando a seguir Ronan até a sala do governador. Há cada passo Carla podia sentir um enorme caos se formar em sua cabeça enquanto tentava entender o motivo daquela convocação. Rapidamente a jovem para em frente a porta, e após algumas batidas a voz grave de Arthur soa pelo local, permitindo sua entrada. Tentando reunir toda sua coragem Diaz entra sozinha no escritório, se deslumbrando automaticamente com todo o luxo ao redor. As janelas de vidro ocupavam toda a parede central, disponibilizando uma vista completa da cidade que naquele momento era admirada por Arthur. Lentamente a grande poltrona que estava de costas para Carla começa a virar, revelando finalmente o homem que estranhamente tinha mais influência sobre suas emoções do que o normal.
"Droga, por que ele tinha que ser tão lindo?"
- M-Mandou me chamar, Sr.Governador?
A jovem gagueja sentindo o olhar fixo de Picoli estuda-la completamente, tirando todo o foco de sua atenção.
- Sim, creio que isso pertença à senhorita!
Carla observa Arthur tirar algo do bolso e não demora a reconhecer sua pulseira, percebendo finalmente que a jóia não se encontrava em seu pulso.
- Minha pulseira...nem havia percebido que tinha perdido!
A loira declara ainda surpresa enquanto se aproximava para pegar o objeto. Em um movimento rápido Arthur estende sua mão para devolver a jóia, mas logo o que parecia ser um gesto comum acaba trazendo consigo uma sensação que passava a se fazer presente em seus corpos. Acidentalmente suas mãos se chocam e seus olhos são guiados diretamente um ao outro, tornando a separação de suas peles uma missão quase impossível. O tempo parecia ter parado, e percebendo a intensidade daquele estranho momento Arthur retira sua mão da de Carla com muito esforço, observando a jovem voltar a se recompor logo em seguida.
- Hã...obrigada!
- Por nada!
Pedindo licença, Diaz se vira para sair do local, mas antes que pudesse abrir a porta a voz de Arthur volta a ecoar pela sala, a fazendo se virar totalmente surpresa com a fala a seguir.
- Carla...é...uhm...você está bem? Quero dizer...Alguém chegou a te incomodar depois do que aconteceu ontem?
A loira sente seu coração disparar ao ouvi-lo chamá-la pelo nome abandonando de vez toda a sua postura superior.
Ele estava...
Preocupado?
- Bom...alguns jornalistas me encheram de perguntas quando cheguei hoje, mas eu não falei nada. Acho que eles estão pensando que temos algum tipo de...
Arthur interrompe.
- Relação. Isso é um absurdo! Como eles podem pensar que eu me envolveria com uma...secretária?!
O governador permite que as palavras ácidas escoram automaticamente de sua boca, fazendo Carla sentir uma facada atingir seu peito ao ser trazida de volta para a realidade.
É claro...
O que estava pensando?
Arthur não se importava, apenas não queria que sua imagem fosse manchada por um suposto romance com uma pessoa inferior ao seu título. Tentando ao máximo esconder o quanto havia sido atingida por aquelas palavras Carla ergue a cabeça decidida a quebrar o silêncio entre eles.
- Não se preocupe, Sr.Governador, se depender de mim nenhuma dessas especulações absurdas vão se manter de pé. Logo todos se darão conta de que não existe nenhuma ligação entre nós e deixarão de associar sua imagem a uma simples funcionária. Se me der licença preciso voltar ao meu posto, tenho muito trabalho a fazer!
Diaz declara secamente e antes que pudesse ter sua partida mais uma vez impedida por Arthur, a jovem se retira da sala deixando Picoli completamente boquiaberto. As horas se passavam de forma torturante, e após o que pareceu um século inteiro de trabalho, a noite finalmente chega, trazendo consigo mais emoções do que o esperado. Carla joga suas coisas de volta na bolsa com força e finalmente se levanta da cadeira do escritório na intenção de ir para casa. A jovem volta a caminhar em direção à saída, mas sente seu corpo paralisar no exato momento em que para em frente ao elevador. Automaticamente as lembranças da noite passada invadem sua mente, aumentando ainda mais a agonia que havia lhe perseguido o dia inteiro. As palavras do governador ainda rondavam sua cabeça, tornando a tentativa de esconder sua frustração e irritação em uma missão quase impossível.
"Como ele podia ser tão...
Tão...
Argg...
Tão metido?"
Carla balança a cabeça negativamente tentando afastar aqueles pensamentos e inicia uma caminhada até a escada, na certeza de que não entraria tão cedo naquele elevador de novo. Após perder as contas de quantos degraus havia descido a loira finalmente chega até a saída do edifício, sentindo uma onda crescente de alívio lhe invadir ao perceber que diferente do cenário da manhã, o local agora se encontrava vazio. A jovem sentia o vento frio da noite acariciar seu rosto enquanto caminhava sozinha até o ponto de ônibus mais próximo. Estava cansada, irritada, com fome, e começava a achar que sua TPM batia às portas. A rua por onde passava estava deserta, mas logo a sensação de estar sendo seguida acende um estado de alerta dentro de si. Ignorando totalmente a dor que os saltos altos causavam em seus pés a loira começa a adiantar seus passos, anseiando sair dali o quanto antes. A sombra que ainda a seguia parecia cada vez mais perto, mas antes que pudesse alcança-la, um grande carro preto para bruscamente ao seu lado, a fazendo se assustar ainda mais ao ver a janela do automóvel descer, revelando a pessoa que Carla nunca esperaria encontrar ali.
- Sr.Governador?
- Aqui fora pode me chamar de Arthur!
- Claro, sem problemas, "Sr.Governador"!
Carla declara em um tom debochado e não demora a voltar a andar, sendo seguida agora somente pelo carro de Arthur.
- Já está tarde, gostaria de uma carona?
- Não, obrigada, meu ponto de ônibus é logo ali. Além disso, não seria nada bom para o senhor ser visto dando carona para uma secretária.
Sentindo sua coragem ser regada por sua irritação Carla continua andando a passos largos.
- Sobre isso, eu...hum...eu sinto muito, não queria que tivesse soado da forma que soou, nem tão pouco fizesse você se sentir ofendida. De verdade, eu sinto muito, e se eu puder fazer algo para compensar, por favor me avise!
A loira sente seu corpo travar diante da surpresa que sentira ao ouvir tais palavras, mas não demora a olhar nos olhos de Arthur, se surpreendendo ainda mais ao ver que havia sinceridade ali. Aos poucos as barreiras que a raiva de Carla havia levado vão caindo totalmente no chão, a fazendo sorrir ao sentir uma idéia brilhante se acender em sua cabeça.
- Tem algo que o senhor pode fazer!
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O que será que a Carlinha vai pedir?
Mais alguém gosta quando ela fica com a língua afiada?
Comentemmm 🔥💣
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O Governador - Carthur
FanfictionPoder! "Direito de deliberar, agir, mandar e, dependendo do contexto,exercer sua autoridade, soberania e posse de um domínio, por meio da influência ou da força." Poder é um termo que se originou a partir do latim "possum", que significa "ser capaz...