Capítulo 7

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Narradora

Sentindo seu coração pular rapidamente dentro de si a loira concorda com a cabeça, não demorando a seguir Ronan até a sala do governador. Há cada passo Carla podia sentir um enorme caos se formar em sua cabeça enquanto tentava entender o motivo daquela convocação. Rapidamente a jovem para em frente a porta, e após algumas batidas a voz grave de Arthur soa pelo local, permitindo sua entrada. Tentando reunir toda sua coragem Diaz entra sozinha no escritório, se deslumbrando automaticamente com todo o luxo ao redor. As janelas de vidro ocupavam toda a parede central, disponibilizando uma vista completa da cidade que naquele momento era admirada por Arthur. Lentamente a grande poltrona que estava de costas para Carla começa a virar, revelando finalmente o homem que estranhamente tinha mais influência sobre suas emoções do que o normal. 

"Droga, por que ele tinha que ser tão lindo?"

- M-Mandou me chamar, Sr.Governador? 

A jovem gagueja sentindo o olhar fixo de Picoli estuda-la completamente, tirando todo o foco de sua atenção.

- Sim, creio que isso pertença à senhorita! 

Carla observa Arthur tirar algo do bolso e não demora a reconhecer sua pulseira, percebendo finalmente que a jóia não se encontrava em seu pulso.

- Minha pulseira...nem havia percebido que tinha perdido! 

A loira declara ainda surpresa enquanto se aproximava para pegar o objeto. Em um movimento rápido Arthur estende sua mão para devolver a jóia, mas logo o que parecia ser um gesto comum acaba trazendo consigo uma sensação que passava a se fazer presente em seus corpos. Acidentalmente suas mãos se chocam e seus olhos são guiados diretamente um ao outro, tornando a separação de suas peles uma missão quase impossível. O tempo parecia ter parado, e percebendo a intensidade daquele estranho momento Arthur retira sua mão da de Carla com muito esforço, observando a jovem voltar a se recompor logo em seguida.

- Hã...obrigada!

- Por nada!

Pedindo licença, Diaz se vira para sair do local, mas antes que pudesse abrir a porta a voz de Arthur volta a ecoar pela sala, a fazendo se virar totalmente surpresa com a fala a seguir.

- Carla...é...uhm...você está bem? Quero dizer...Alguém chegou a te incomodar depois do que aconteceu ontem? 

A loira sente seu coração disparar ao ouvi-lo chamá-la pelo nome abandonando de vez toda a sua postura superior.

Ele estava...

Preocupado?

 Bom...alguns jornalistas me encheram de perguntas quando cheguei hoje, mas eu não falei nada. Acho que eles estão pensando que temos algum tipo de...

Arthur interrompe.

RelaçãoIsso é um absurdo! Como eles podem pensar que eu me envolveria com uma...secretária?! 

O governador permite que as palavras ácidas escoram automaticamente de sua boca, fazendo Carla sentir uma facada atingir seu peito ao ser trazida de volta para a realidade.

 É claro...

O que estava pensando? 

Arthur não se importava, apenas não queria que sua imagem fosse manchada por um suposto romance com uma pessoa inferior ao seu título. Tentando ao máximo esconder o quanto havia sido atingida por aquelas palavras Carla ergue a cabeça decidida a quebrar o silêncio entre eles.

Não se preocupe, Sr.Governador, se depender de mim nenhuma dessas especulações absurdas vão se manter de pé. Logo todos se darão conta de que não existe nenhuma ligação entre nós e deixarão de associar sua imagem a uma simples funcionária. Se me der licença preciso voltar ao meu posto, tenho muito trabalho a fazer!

Diaz declara secamente e antes que pudesse ter sua partida mais uma vez impedida por Arthur, a jovem se retira da sala deixando Picoli completamente boquiaberto. As horas se passavam de forma torturante, e após o que pareceu um século inteiro de trabalho, a noite finalmente chega, trazendo consigo mais emoções do que o esperado. Carla joga suas coisas de volta na bolsa com força e finalmente se levanta da cadeira do escritório na intenção de ir para casa. A jovem volta a caminhar em direção à saída, mas sente seu corpo paralisar no exato momento em que para em frente ao elevador. Automaticamente as lembranças da noite passada invadem sua mente, aumentando ainda mais a agonia que havia lhe perseguido o dia inteiro. As palavras do governador ainda rondavam sua cabeça, tornando a tentativa de esconder sua frustração e irritação em uma missão quase impossível. 

"Como ele podia ser tão...

Tão...

Argg...

Tão metido?"

Carla balança a cabeça negativamente tentando afastar aqueles pensamentos e inicia uma caminhada até a escada, na certeza de que não entraria tão cedo naquele elevador de novo.  Após perder as contas de quantos degraus havia descido a loira finalmente chega até a saída do edifício, sentindo uma onda crescente de alívio lhe invadir ao perceber que diferente do cenário da manhã, o local agora se encontrava vazio. A jovem sentia o vento frio da noite acariciar seu rosto enquanto caminhava sozinha até o ponto de ônibus mais próximo. Estava cansada, irritada, com fome, e começava a achar que sua TPM batia às portas. A rua por onde passava estava deserta, mas logo a sensação de estar sendo seguida acende um estado de alerta dentro de si. Ignorando totalmente a dor que os saltos altos causavam em seus pés a loira começa a adiantar seus passos, anseiando sair dali o quanto antes. A sombra que ainda a seguia parecia cada vez mais perto, mas antes que pudesse alcança-la, um grande carro preto para bruscamente ao seu lado, a fazendo se assustar ainda mais ao ver a janela do automóvel descer, revelando a pessoa que Carla nunca esperaria encontrar ali.

Sr.Governador?

Aqui fora pode me chamar de Arthur!

- Claro, sem problemas, "Sr.Governador"! 

Carla declara em um tom debochado e não demora a voltar a andar, sendo seguida agora somente pelo carro de Arthur.

Já está tarde, gostaria de uma carona?

- Não, obrigada, meu ponto de ônibus é logo ali. Além disso, não seria nada bom para o senhor ser visto dando carona para uma secretária.

Sentindo sua coragem ser regada por sua irritação Carla continua andando a passos largos.

Sobre isso, eu...hum...eu sinto muito, não queria que tivesse soado da forma que soou, nem tão pouco fizesse você se sentir ofendida. De verdade, eu sinto muito, e se eu puder fazer algo para compensar, por favor me avise!

A loira sente seu corpo travar diante da surpresa que sentira ao ouvir tais palavras, mas não demora a olhar nos olhos de Arthur, se surpreendendo ainda mais ao ver que havia sinceridade ali. Aos poucos as barreiras que a raiva de Carla havia levado vão caindo totalmente no chão, a fazendo sorrir ao sentir uma idéia brilhante se acender em sua cabeça.

- Tem algo que o senhor pode fazer!

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O que será que a Carlinha vai pedir?
Mais alguém gosta quando ela fica com a língua afiada?
Comentemmm 🔥💣

O Governador - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora