O Governador - Carthur

Capítulo 24

Narradora

Rapidamente o loiro corre em direção a praia agradecendo aos céus por ter acordado de madrugada para vestir a Carla e a si mesmo. Dois helicópteros se aproximavam do local onde o governador se encontrava, e em uma tentativa desesperada de ser visto Arthur balança os braços, não demorando a ver as duas aves de aço começarem a descer até a beira da praia. Como em um piscar de olhos Picoli observa vários homens saírem dos helicópteros e correrem em sua direção para socorrê-lo.

- Sr.Governador, que bom que o encontramos vivo! O senhor está ferido?

-  Não!

- Ótimo! Precisamos ir embora agora, o senhor precisa de atendimentos medic...

Arthur interrompe.

-  Não, minha secretária também está aqui comigo, precisamos ir busca-la, ela está logo ali!

- Ei, vocês aí, levem o governador de volta para Nova York em segurança, ele é prioridade! Não se preocupe senhor, cuidaremos da sua secretária, ela irá no próximo helicóptero.

O homem à sua frente declara convicto, e antes que pudesse protestar o loiro já se via dentro do helicóptero enquanto o mesmo se preparava para decolar. Todos pareciam estar focados somente nele, e por mais que quisesse largar tudo aquilo e ir atrás de Carla, algo dentro de si lhe dizia que era melhor deixar as coisas daquele jeito. Sentindo seu coração bater apertado no peito Arthur observa o helicóptero levantar vôo, o levando para longe da mulher que tanto havia amado na noite anterior. Não muito longe dali Diaz acorda ao ouvir um barulho alto e rapidamente se levanta percebendo que já estava vestida. Estranhando a ausência de Picoli, a loira olha ao redor procurando pelo governador, não demorando a ter sua mente guiada até as lembranças da noite de amor que haviam tido. Seus lábios unidos, o encaixe perfeito de seus corpos, e toda a paixão que haviam dividido só serviam para faze-la ficar ainda mais apaixonada. Despertando de seus pensamentos a jovem ouve o som de passos de aproximarem e sente seu coração disparar ao imaginar ser Arthur ali, mas não demora a ser totalmente pega de surpresa ao ver um homem desconhecido e fardado parar em sua frente.

- Creio que a senhorita seja a secretária do governador. Sou do trabalho de resgate e eu e minha equipe vinhemos salvar vocês. Agora peço que me siga até o helicóptero!                          
Concordando com a cabeça e totalmente aliviada Carla segue o homem, não demorando a sentir uma pontada forte atingir seu coração ao não encontrar nenhum rastro do homem por quem estava apaixonada.

- Ei, moço! Onde está o Arth...governador? Precisamos encontrá-lo! 

- O governador já foi embora! A essa hora já deve estar a caminho de Nova York.

Diaz sente seu coração falhar uma batida enquanto o mundo ao seu redor parecia parar complemente. Depois de tudo o que aconteceu, ele havia a deixado ali...

Sozinha?!

- Senhorita, precisamos ir agora! 

Totalmente destroçada por dentro Carla volta a caminhar em direção ao helicóptero enquanto tentava a todo custo segurar as lágrimas. Diaz se sentia como uma peça de roupa descartada. Achava que após a noite que tiveram tudo mudaria, mas tudo parecia exatamente igual. Havia se apaixonado desejando ser o suficiente para derreter o coração gelado de Arthur, mas talvez para ele não houvesse mais salvação. Com lágrimas nos olhos a jovem apoia sua cabeça na janela de vidro na medida em que observava uma última vez a ilha que havia sido palco de grandes alegrias, tristezas, sustos, e agora, de grandes decepções. O tempo parecia passar voando, e antes que percebesse o helicóptero já havia pousado em um aeroporto aparentemente privado. Uma multidão de jornalista inundava o local, e logo as lágrimas que Carla havia segurado durante a viagem inteira começam a cair de forma descontrolada ao ver o grupo de pessoas que esperava por ela.

- M-Mãe! 

Em um movimento rápido a jovem corre em direção a mais velha, não demorando a se lançar em seus braços em meio a um choro copioso. Assim que o avião caiu, Carla havia sentido o medo de nunca mais conseguir ver seus pais, a consumir completamente. Mas agora, sendo totalmente envolvida pelos braços da mulher que mais amava no mundo, a loira sentia um pontinho de felicidade amenizar toda a dor que sentia naquele momento.

- O-Oh, minha filha, quando soube da notícia da queda do avião eu fiquei desesperada. Tive tanto medo de te perder, meu amor! Como você está? Se machucou? Está com fome? Está sentindo alguma coisa? 

A mãe de Carla questiona preocupada enquanto sentia as lágrimas em seus olhos embaçarem sua visão. Após uma semana de completo desespero, ver sua filha sã e salva em seus braços trazia uma paz inexplicável ao seu coração.

-  Eu estou bem, mãe!

- Minha florzinha, você nos deixou muito preocupados. Vem dar um abraço no seu pai! 

Rapidamente a jovem se lança nos braços do pai, sentindo a segurança que há muito tempo não sentia, lhe envolver da cabeça aos pés.

- Amiga, nunca mais nos dê um susto desses! 

Finalmente percebendo a presença de Pocah, Carla corre para abraça-la também, sentindo um grande peso ser retirado de seus ombros ao matar a saudade que sentia de ver toda sua família reunida.

- Agora chega de chororô, vamos embora, esses flashs estão me deixando louca! Vamos lá, preciso cuidar da minha princesinha! 

Mara declara em um tom firme enquanto voltava a puxar a filha para longe de todo aquele caos. A dor que Arthur havia lhe causado ainda machucava seu coração, mas naquele momento tudo o que queria era o carinho que só sua família poderia lhe dar.      

[...]

- O QUÊ? NÃO ACREDITO QUE ELE TEVE CORAGEM DE FAZER ISSO!

- Ei, não grita, é capaz da dona Mara entrar aqui no quarto desesperada achando que me aconteceu algo. E sim, o "Sr.Governador" me abandonou na ilha após passarmos a noite fazendo amor!

Carla murmura cabisbaixa e se joga em sua cama, soltando um gemido de satisfação ao matar a saudade que sentia daquele conforto. Após chegar em casa e ser muito mimada por Mara, a loira havia passado uma eternidade no chuveiro em uma tentativa de tirar toda a sujeira de seu corpo e de sua alma. Assim que saiu do banho a jovem não esqueceu de tomar sua pílula do dia seguinte, na certeza de que nenhuma "surpresa" a mais cairia bem naquele momento. Diaz havia acabado de contar toda a história para Pocah, e por mais que tentasse apagar aquelas memórias de sua mente sabia que aquela com certeza seria uma missão impossível.

- Aquele idiota, babaca, ridículo! Ele vai se ver comig...

Carla interrompe.

- Ele não vai ver nada porque a senhorita vai ficar quieta e vai fingir que nunca ouviu isso. Não quero mais confusão, tudo o que eu quero é arrancar esse sentimento do meu coração e ter a minha vida de volta. Queria que tudo voltasse a ser como antes...

- Antes do quê?

- Antes do governador entrar na minha vida, e antes de eu me 
apaixonar completamente por ele!

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Mais alguém quer dar uns tapas no Arthur?
Onde já se viu deixar a Carlinha sozinha na ilha?
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(2/3)