Capítulo 10

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Narradora

Srta.Andrade, q-que susto!

A loira coloca as mãos sob seu coração tentando acalmar as batidas aceleradas do mesmo diante daquela surpresa. Sua chefe permanecia parada à sua frente com os braços cruzados e uma expressão imponente enquanto parecia lhe analisar dos pés à cabeça.

- Você acha que me engana, né?! 

- Como assim?

- Você e esse seu interesse patético pelo governador. Acha mesmo que eu não percebo os olhares que você lança para ele? E aquelas fotos ridículas? Acha que não sei que você está arrastando as asinhas para ele?

D-Do que está faland...

Sarah interrompe.

- Não se faça de sonsa! Quero que saiba que esse seu planinho não vai dar certo, o governador nunca olharia para uma secretária qualquer como você. O Arthur é um homem de classe, um homem poderoso, e precisa do seu lado alguém com as mesmas qualidades que ele. Ainda não sei o que deu nele naquele dia, mas quero que saiba que ele não se importa com você, você não passa de uma obra de "caridade". Você é um nada, Carla, se ponha no seu lugar e acorde para a vida real, pois ceninhas como aquela na Times Square nunca mais vão acontecer!

Diaz sentia as palavras da chefe lhe acertarem em cheio, e como em um golpe final Sarah se aproxima ainda mais, não demorando a sussurrar no ouvido da jovem.

Não pense que vou competir com você, pois eu não vou! Isso já é uma batalha ganha, eu nasci para ser a primeira-dama de NY, mas se por acaso você ousar se meter no meu caminho, não vou medir esforços para te esmagar como um inseto, pois é isso que você é: Um inseto insignificante! 

A loira olha para Carla mais uma vez, transmitindo todo o seu nojo, e sem dizer ao menos mais uma palavra se vira para ir embora, fazendo a jovem finalmente parar de lutar contra as lágrimas. Seu corpo tremia devido aos soluços, se sentia humilhada e impotente. Em um movimento rápido Diaz caminha para longe de sua mesa totalmente transtornada, não demorando a sentir seu corpo se chocar com uma enorme parede de músculos que por pouco não a leva ao chão. 

- Carla?!

A jovem sente seu corpo paralisar ao ouvir a voz de Arthur, e em uma tentativa inútil de impedir que ele a visse daquela forma Carla continua com a cabeça baixa.

S-Sim?! 

Olhe para mim!

Picoli "ordena" estranhando a atitude da loira, e começando a se irritar diante do silêncio de Carla o governador direciona sua mão até o rosto da jovem, o levantando logo em seguida. Arthur a encarava seriamente enquanto observava as lágrimas transbordarem dos olhos da loira. Seus olhares permaneciam conectados, e ainda com uma expressão indecifrável o governador enxuga as lágrimas de Carla, fazendo seu coração disparar sem controle.

- O que aconteceu?

- N-Nada, eu...

Arthur interrompe.

- Quem foi, Carla? 

O jovem governador pergunta firmemente na certeza de que algo havia acontecido, fazendo Carla se encolher levemente diante do tom grave de sua voz.

Foi a Sarah? 

A loira abaixa a cabeça e assente levemente, confirmando a especulação de Arthur. O loiro fecha os olhos com força e respira fundo tentando entender a raiva que crescia descontroladamente dentro de si. Picoli observa mais uma vez o rosto vermelho de Carla devido ao choro, e em um movimento rápido a puxa pela mão, a levando praticamente arrastada até sua mesa. Se fosse em outro momento a jovem provavelmente se irritaria por tal atitude do governador, mas naquele momento tudo o que conseguia sentir era confusão.

O-o que está fazendo?

- Arruma suas coisas agora e tire tudo daqui!

Diaz sente seu estômago revirar diante das palavras do loiro e o desespero começar a transbordar de dentro de si.

S-Sr.Governador, por favor não faz isso, eu juro que não fiz nada! E-Eu preciso desse emprego, não me demite, por favor!

Srta.Diaz, vou falar uma última vez e espero que dessa vez a senhorita me escute. Arrume todas as suas coisas e leve para a sala ao lado da minha. A partir de hoje a senhorita trabalha para mim! 

- C-Como assim?

A loira questiona confusa ao mesmo tempo em que tentava acalmar as batidas aceleradas de seu coração.

- É isso mesmo que acabou de ouvir. Há alguns dias atrás dei uma promoção ao Ronan, e bom...preciso de uma secretária!

Mas e a Srta.Sarah?

Não se preocupe com isso, agora se eu fosse você, faria o que eu disse e levaria suas coisas para sua nova sala.

Secando as lágrimas de uma vez por todas a jovem concorda com a cabeça e ainda confusa começa a recolher suas coisas. A cabeça de Carla se encontrava um caos total. Em um momento estava sendo humilhada por sua chefe, e no segundo seguinte estava sendo defendida e "contratada" pelo governador.

- Sr.Governador?! 

Carla o chama após terminar de juntar todas as suas coisas e não demora a ver o loiro que já se preparava para ir embora, se virar para ela.

Sim?! 

Obrigada...por tudo!

A jovem sorri levemente com seus olhos fixos nos do chefe, não demorando a ver o mesmo ser correspondido. Ver Arthur sorrir era com certeza uma das coisas mais raras do mundo, mas quando ele o fazia, Carla perdia completamente o fôlego.

Por nada, Srta.Diaz! 

Picoli declara ainda olhando no fundo de seus olhos, e após uma luta ferrenha para desviar o olhar Arthur vira de costas, finalmente indo embora.

[...]

O QUÊ? 

Carla escuta a amiga gritar do outro lado da ligação e se controla para não dar risada da reação da morena após lhe contar o que havia acontecido há algumas horas atrás.

- É isso mesmo, agora eu sou secretária do governador!

- Só quero ver a cara da cobra da sua ex chefe quando descobrir que ele te "roubou" dela.

Viviane declara em um tom malicioso, fazendo Carla revirar os olhos automaticamente.

- Ele não me "roubou". E para de insinuar que existe algo entre o Sr.Picoli e eu, porque nunca vai existir nada!

- Tem certeza disso? Por que não é o que parece. Você diz tanto que ele não se importa, que vocês são diferentes demais, que ele só te vê como uma secretária, mas se isso é realmente verdade, por que ele te defenderia tanto? E você, o que realmente sente 
pelo governador, Carla?

O Governador - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora