Narradora
Carla observa Arthur descer de sua limosine com toda sua superioridade até parar em sua frente com as mãos no bolso. Após a discussão que tiverem a loira com certeza não esperava vê-lo ali de novo.
- O que você está f-fazendo aqui?
Em um movimento rápido o governador estrala os dedos fazendo seus seguranças que se encontravam dentro do carro saírem com imensos sacos em mãos.
- Vim ajudar! Agora se me dê licença, creio que ainda há muitas pessoas para serem servidas.
- H-Hã...tudo bem!
A jovem murmura boquiaberta enquanto via Picoli se aproximar ainda mais dos moradores de rua sendo seguido por seus seguranças. Diaz estava completamente sem palavras. Era óbvio que não tinha esquecido nada do que havia acontecido, ainda estava magoada, mas querendo ou não, tinha que reconhecer que Arthur havia a surpreendido. Não sabia ao certo qual motivo havia o levado até lá, mas ali estava ele ajudando quem realmente precisava de uma forma que nunca havia feito antes:
Pessoalmente!
Arthur
Respiro fundo mais uma vez e começo a entregar os kits com comida, roupas e produtos de higiene que havia preparado. Eu estava completamente fora da minha zona de conforto, nunca havia me aproximado dessa área da cidade, conversado com esse tipo de pessoa, ou feito atos de caridade de forma tão pessoal. As pessoas me encaravam com um olhar surpreso e uma expressão boquiaberta enquanto obviamente se questionavam a razão do governador de Nova York estar aqui, e para ser sincero nem eu mesmo sabia. Talvez fosse para surpreender Carla, talvez fosse para criar uma boa imagem, ou para tratar a mim mesmo. A cada sorriso que eu recebia sentia algo forte aquecer meu coração e trazer de volta uma sensação que há muito tempo não sentia. Para muitos não havia necessidade de alguém tão poderoso como eu estar naquele lugar, poderia muito bem ter mandado um de meus empregados fazer aquilo, mas bem no fundo eu sabia que estava ali porque eu queria...
Eu precisava!
Pois naquele exato momento podia ver no olhar daquelas pessoas algo que ia além do temor e do respeito que meu título conquistava.
Ali havia admiração.
Sem conseguir controlar a repentina emoção que sentia, permito que um sorriso se forme em meu rosto, expressando tudo aquilo que me fazia sentir estranhamente bem. Continuo a distribuição e não demoro a parar em frente a um menininha que parecia me esperar com grande expectativa. Sua pele levemente suja parecia uma tela de pintura, enquanto um pequeno caos de fios lisos formava seu cabelo. Me sentindo surpreendentemente confortável me abaixo em sua direção, não demorando a ver um sorriso tímido se formar em seus lábios.
- Olá menininha, eu sou o Arthur! E você, como se chama?
- M-Meu nome é Maria Clara!
Narradora
Rapidamente Picoli estende sua mão em forma de cumprimento, não demorando a ver a menina à sua frente corresponder ao ato.
- É um prazer te conhecer, Maria Clara! Seu nome é muito bonito!
- O-Obrigada!
A criança agradece ao elogio sentindo suas pequeninas bochechas corarem. Com apenas 6 anos de idade a menina havia passado por coisas que a maioria das pessoas nem imaginava. Havia sido abandonada no lixo pela mãe prostituta, ainda bebê, e após ter sido acolhida por aquele mesmo grupo de moradores de rua, Maria Clara havia crescido como filha de todos ali.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Claro que sim!
- O senhor é mesmo o governador daqui de Nova York?
- Sou sim, Clara!
Rapidamente o loiro vê um brilho intenso se formar nos olhos da pequena à sua frente em uma mistura intensa de surpresa e admiração.
- Uau! E o que um governador faz?
- Bom...um governador é responsável por resolver vários problemas, ajudar a criar leis, distribuir cargos e cuidar direitinho de todo o estado.
- Nossa, que legal!
- Pois é, eu posso fazer muitas coisas!
- Até mesmo criar um lugar para a gente morar?
Arthur sente uma pontada forte atingir seu coração ao mesmo tempo que a pergunta sonhadora de Maria Clara o deixava totalmente sem palavras. Picoli havia passado tanto tempo preocupado com outras coisas que nunca havia parado para pensar nas pessoas que realmente dependiam dele. Ele era o governador de TODA a Nova York, era o governador de todos os estabelecimentos, todas as raças, todas as crenças, todas as classes sociais, desde o mais rico ao mais pobre. Ele era responsável por aquelas pessoas, e sim...
Ele podia fazer algo!
- Sim...eu posso!
Picoli afirma com toda sua convicção não demorando a ver Maria Clara depositar um rápido beijo em seu rosto antes de correr animada para longe dali. Ainda sorrindo o governador acompanha a caminhada da pequena, não demorando a vê-la se lançar nos braços de Carla.
Mesmo sendo pega de surpresa a jovem se abaixa em direção a criança e a segura no colo, não demorando a ouvir Maria Clara sussurrar algo em seu ouvido.
Ainda de longe Arthur observa os olhos de Carla se arregalarem e serem guiados em sua direção. A loira o encarava boquiaberta enquanto sentia um mar de lágrimas inundar seus olhos diante do que Maria Clara havia lhe contado."Ele vai dar uma casa para a gente morar!"
Ele faria mesmo aquilo?
Parecendo ter lido os pensamentos de Carla, Arthur se levanta, coloca as mãos no bolso, e mesmo de longe afirma com a cabeça, não demorando a ver os lábios rosados da jovem se erguerem em um sorriso emocionado. Talvez ainda estivesse chateada com o loiro, mas sem sombra de dúvidas naquele momento, há alguns poucos metros de distância Carla
conseguia ver um governador
totalmente diferente do que havia
conhecido.___________________________________________
Esse capítulo foi mais voltado para o começo da evolução do Arthur como pessoa de forma geral, mas os próximos capítulos vão pegar fogo 🔥💥
Estão curiosas para saber o que vai acontecer?
Comentemmmm!!!
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O Governador - Carthur
FanfictionPoder! "Direito de deliberar, agir, mandar e, dependendo do contexto,exercer sua autoridade, soberania e posse de um domínio, por meio da influência ou da força." Poder é um termo que se originou a partir do latim "possum", que significa "ser capaz...