Capítulo 37

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Narradora

Confesso que sua idéia para separar a Carla e o Arthur foi realmente perfeita. Ele vai ficar tão abalado que com certeza não vai conseguir se concentrar direito na campanha.

- Antigamente eu queria ter o Arthur para mim, mas ele nunca me deu valor. Foi só aquela secretáriazinha de quinta aparecer para ele ficar todo apaixonadinho por ela.

Oh querida, não se preocupe! Ajudar a separa-los de vez deve ser uma ótima vingança, certo?! 

Felipe declara com um sorriso malicioso nos lábios enquanto se aproximava perigosamente da loira à sua frente.

- Você tem razão, vê-los sofrer por uma armação é ainda melhor! Foi tão fácil, tudo o que precisamos fazer foi tirar algumas fotos da Carla e fazer uma montagem para que parecesse que ela estava com você.

Somos geniais!

- Com certeza! Vamos destronar o tão poderoso governador de Nova York, e de quebra vamos mandar aquela secretáriazinha de volta para o fim de mundo de onde ela saiu.

Sarah permite que um riso maldoso ecoe de sua boca na medida em que Felipe se aproxima ainda mais, a envolvendo em um beijo selvagem. A loira odiava Carla, e após as inúmeras recusas de Arthur, havia percebido que nunca haveria lugar para ela no coração do jovem político. Não amava ele, apenas se sentia atraída por todo o dinheiro e poder que o governador poderia lhe oferecer, mas tal desejo não demorou a cessar ao descobrir o plano maligno de Lombardi. Ambos desfrutavam da mesma ambição, e automaticamente decidiram unir o útil ao agradável se aliando de corpo e mente para conquistar o único objetivo que tinham em comum:

Destruir Arthur Picoli!

Dia Seguinte

Carla

Abro os olhos lentamente sentindo uma dor aguda atingir minha cabeça, me fazendo respirar fundo enquanto tentava despertar completamente. Minha cabeça parecia que explodiria há qualquer momento, e sabia que tudo isso se devia ao fato de ter dormido enquanto chorava na noite passada. A cada segundo longe dele sentia meu coração se despedaçar em cacos, e com muito esforço consigo levantar do sofá da sala, parando em frente a um pequeno espelho que decorava o local. Meu rosto estava vermelho devido ao choro, e lutando para me recompor caminho até o banheiro decidida a fazer o que sabia que tinha que ser feito. Havia durado horas e horas para conseguir digerir o que havia acontecido, mas agora eu tinha plena consciência da minha situação. Estava tudo acabado, e apesar de amar Arthur com todas as minhas forças, eu me amava, e não lutaria para convencê-lo da verdade. Com a cabeça ainda dolorida tomo um banho rápido e me arrumo, saindo do apartamento logo em seguida. O dia em Nova York parecia mais frio e cinzento que o normal, e mesmo tentando não pensar nisso, eu sabia que na verdade aquele clima se encontrava exatamente no mesmo estado que o meu interior. Desperto dos meus pensamentos parando em frente ao prédio governamental enquanto tomava coragem para entrar no mesmo. Arthur havia deixado bem claro que não queria me ver mais, e bem no fundo eu sabia que não estava preparada para encontrá-lo depois de tudo o que aconteceu. Saio do elevador cabisbaixa na tentativa de evitar ser reconhecida por todos, ao mesmo tempo em que caminhava até o setor de demissões. Havia pensado diversas e diversas vezes, e estava decidida a tirar um tempo para mim mesma. Eu iria me afastar de todo o caos que Nova York havia me rendido. Havia feito grandes amizades nesse prédio. Havia me acostumado a entrar naquele elevador todos os dias. Havia esperado ansiosamente por Arthur durante todas as manhãs. Havia adorado observa-lo trabalhar e ver o jeito como se esforçava para que tudo o que fosse feito beneficiasse a população, mas todo aquele ciclo da minha vida havia chegado ao fim. Tentando controlar as lágrimas me direciono até o meu destino, não demorando a sair de lá com minha carta de demissão em mãos. Observo o local uma última vez enquanto sentia um mar de lembranças inundar minha mente. O primeiro olhar, a primeira palavra, a primeira discussão. Tudo isso havia acontecido bem aqui nesse corredor, e ter que me despedir de todas essas memórias parecia me estraçalhar ainda mais por dentro. Permito que meu olhos avaliem o local apenas mais uma vez, sentindo meu coração falhar e uma dor insuportável perfurar minha alma diante da imagem à minha frente.

Era ele...

Era o Arthur!

Narradora

Lá estava o governador com um de seus ternos impecáveis e com a expressão séria de sempre. Arthur exalava poder e autoridade por onde passava, mas bem no fundo de seus olhos havia uma dor que somente Carla conseguia ver. Vê-lo uma última vez parecia destroçar o coração da jovem, mas como se isso já não fosse suficiente a loira sente suas pernas fraquejarem ao perceber um grande detalhe que não havia notado antes.

Ele não estava sozinho! 

Como ele podia estar com outra mulher, horas após partir seu coração?

Aline segurava o braço de Picoli complemente sorridente, não se intimidando pelo fato de Arthur continuar sério. Havia insistido para ir com o loiro até seu trabalho, deixando explícito o desejo de ficar ao seu lado durante o máximo de tempo possível. Arthur havia acordado com uma ressaca terrível e uma dor insuportável em seu coração. Todo o seu corpo clamava pelo abraço de Carla, e seus olhos desejavam admirar seu lindo sorriso, mas a todo o momento sua mente o lembrava do motivo daquilo não ser mais possível. Se sentindo ser observado por um olhar familiar, o loiro olha ao redor, sentindo seu corpo paralisar ao ver a dona de seu coração bem ali em sua frente. Assim como a sua, a face de Carla se encontrava completamente abatida, e por um momento toda a raiva que sentia parece desaparecer por um segundo. Seus olhos permaneciam conectados, mas logo o momento de fraqueza de Arthur desaparece na medida em que a voz animada de Aline volta a chamar sua atenção.

- Querido, aconteceu algo? Você está bem?

- Ahn...sim, "estou ótimo"! 

Picoli sussurra olhando Carla uma última vez, não demorando a reerguer a cabeça e voltar a ignorar o chamado de seu coração na medida em que caminhava com Aline em direção ao seu escritório.

- Amiga? O que aconteceu? Quem era aquela mulher com o Arthur? O que faz saindo da sala de demissões? 

Pocah surge de repente e questiona confusa ao notar a presença da amiga ali, não demorando a correr para socorre-la no exato momento em que as pernas da jovem voltam a falhar. Vendo Carla chorar compulsivamente, a morena envolve a jovem em um abraço apertado, a ouvindo responder a sua pergunta em meio aos soluços logo em seguida.

- A-Acabou, Pocah! O A-Arthur e...eu...n-não existe mais "nós"! E-Está tudo acabado!


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Tadinha da Carlinha 😢
O que será que vai acontecer, hein?
(2/3) 💥💣

O Governador - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora