O Governador - Carthur

Capítulo 11

Narradora

A loira sente seu corpo travar e as palavras de Viviane lhe atingirem em cheio. Há todo o momento Carla tentava se convencer de que aquilo era impossível, que era só coisa de sua cabeça, mas se realmente era isso, por qual motivo pensaria tanto naquilo? 

Por que sentia seu coração acelerar quando ele estava por perto? 

Por que começava a gostar daquele jeito sério e carrancudo de Arthur? 

Por que ele a fazia sentir tantas coisas com um único olhar? 

Por que ele não a demitiu quando a ouviu falar tão mal dele? 

Por que a defendeu de Sarah? 

Por que se desculpou quando na verdade não tinha o costume de o fazer? 

Por que havia permitido que ela o tratasse de um jeito informal e o levasse para um lugar totalmente diferente do qual frequentava? 

Por que havia a "salvado" de Sarah e a contratado para si mesmo? 

Por quê, por quê, por quê?

A mente de Carla se encontrava um mar de "por quês", mas no final a resposta era sempre a mesma: 

- N-Não sei! 

Diaz fecha os olhos expressando tudo o que estava sentindo através das palavras, não demorando a ouvir um longo suspiro escapar do outro lado da ligação.

- É melhor você descobrir logo, porque diferente do governador, talvez quem tenha mais a perder seja você. Pensa nisso, amiga!

A jovem concorda ainda pensativa, e após se despedir da morena, Carla se joga em sua cama sentindo toda a confusão que havia dentro de si se acalmar ao finalmente pegar no sono. As horas vão se passando rapidamente, e como num eterno castigo o dia seguinte chega mais rápido do que o desejado. Sentindo como se não houvesse dormido nada a loira se levanta preguiçosamente, se preparando para mais um dia que com certeza prometia muitas emoções. O tempo continua a voar para longe, e antes que percebesse, Arthur já descia do carro enquanto era escoltado por seus seguranças. Ainda vestindo sua máscara imponente Picoli entra no prédio governamental, não demorando a encontrar com Ronan no saguão do edifício. Além de um ótimo amigo Ronan era um profissional excelente, e após analisar cuidadosamente todas as variáveis o loiro acabou decidindo dar ao jovem um voto de confiança ainda maior, o promovendo como secretário de saúde do estado.

[...]           

- Espera aí, você contratou a Carla para trabalhar com você só porquê a Sarah fez ela chorar?

- Bom, não foi bem assim, nós sabemos que a Srta.Andrade é uma mulher bem...difícil!
Isso já tinha acontecido antes, e como a Srta.Diaz parece ser uma ótima profissional decidi resolver o problema. No final ainda consegui uma nova secretária sem precis...

Ronan interrompe.

- Arthur, você está sentindo algo pela Carla? 

Picoli arregala os olhos sendo pego totalmente de surpresa enquanto tentava digerir aquela pergunta. Após encontrar com o amigo no térreo do prédio ambos haviam entrado no elevador juntos, e aproveitando a oportunidade Arthur contou tudo o que havia acontecido na noite passada, inclusive sua impulsiva decisão. O governador havia passado o resto da madrugada tentando entender o porquê havia feito aquilo e porquê havia agido de forma tão...

Impulsiva!

Arthur era conhecido por ser um homem estratégico, organizado e detalhista. Tudo o que fazia era minuciosamente programado, mas parecia que todas essas suas características haviam deixado de existir no exato momento em que viu Carla chorar. 
Não era como se estivesse se apaixonando por sua nova secretária, definitivamente não era aquilo. Porém, a questão era que de alguma forma ela tocava seu coração como ninguém nunca havia feito antes. Seu jeito doce e determinado o fazia abaixar a guarda, e mesmo se irritando algumas vezes com sua mania de falar o que lhe vinha a cabeça, Arthur começava a ser atraído pelo jeito espontâneo e livre que Carla tinha de viver. O loiro volta a encarar Ronan disposto a inventar qualquer desculpa que o fizesse mudar de assunto, mas antes que pudesse fazer isso a porta do elevador é aberta, revelando um cenário capaz de levá-lo ao mais elevado nível de estresse.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? 

Picoli grita totalmente irritado, fazendo o olhar assustado de todos se direcionarem à ele. O governador com certeza era um homem intimidante, mas diferente do que muitos pensavam Arthur nunca havia levantado a voz para corrigir alguém, já que seu olhar penetrante conseguia ser mil vezes pior que um soco. Ainda sentindo todos os olhares temerosos em sua direção o governador caminha a passos largos até a origem de toda aquela confusão.

Minutos Antes                              

Carla sai do elevador sendo cumprimentada pelos outros funcionários e sorri correspondendo a todos. Havia chegado mais cedo no trabalho para terminar de vez sua "mudança" e começar a organizar suas novas funções. A jovem encara a mesa vazia à sua frente e sorri levemente na certeza de que não teria mais que ouvir os gritos de sua ex-chefe. Diaz desperta de seus pensamentos ao ouvir o som de saltos altos baterem no chão com força e se vira rapidamente, sentindo o sorriso que havia em seu rosto desaparecer no mesmo instante.

- MAS O QUE SIGNIFICA ISSO?                        

A loira questiona irritada enquanto encarava a mesa vazia de sua "secretária".

- Srta.Andrade, eu...

Sarah interrompe.

- Eu não quero saber. Não estou com paciência para drama hoje, então pegue suas tralhas, coloque de volta nessa mesa, e volte ao trabalho agora mesmo antes que eu...

Carla interrompe.

- Não trabalho mais para você, então o que tiver que resolver, faça sozinha! 

A jovem declara sentindo toda a raiva acumulada começar a transbordar de dentro de si.

- O QUÊ? Ah, não vai me dizer que não gostou da nossa conversinha de ontem e por isso está se demitido, né?!

 - Não estou me demitido, fui mudada de cargo. Agora sou secretária do governador!

Carla observa os olhos de Sarah se arregalarem em surpresa enquanto um brilho assassino começava a surgir nos mesmos.

- MENTIRA, ISSO NÃO É POSSÍVEL! VOCÊ TRABALHA PARA MIM, O ARTHUR NUNCA IRIA QUERER QUE UMA SECRETARIAZINHA DE MERDA COMO VOCÊ TRABALHASSE PARA ELE! 

Sarah grita atraindo a atenção de todos e aumentando ainda mais a raiva de Carla.

- Fui contratada pelo governador e creio que qualquer queixa deve ser direcionada a ele.

- Você é uma vadiazinha mesmo. O que teve que fazer pra conseguir isso, hein?! Teve que dormir com...

Antes que pudesse terminar de falar a loira sente um tapa ser depositado em sua face, a fazendo olhar para Diaz completamente horrorizada.

- Não vou mais aguentar seus insultos e ofensas, nunca mais se refira a mim desse jeito!

Rapidamente Carla se vira para sair daquele lugar, mas antes que o pudesse fazer, seu cabelo é puxado com força a levando ao chão. A jovem não era uma mulher que apoiava a violência, mas naquele momento nenhum de seus ideáis parecia grande o suficiente para resistir a raiva que lhe consumia. Ambas rolavam pelo chão em meio aos tapas e puxões enquanto todos observavam a cena totalmente abismados e paralisados. A briga continuava de forma intensa no chão, mas antes que algo pior pudesse acontecer uma voz grave ecoa pelo local atraindo o olhar assustado de Carla e Sarah.

- "O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?"

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Foi aqui que pediram mais de um capítulo seguido?
Voces mereceram esse pequeno presentinho ❤️🔥
Quem mais gostou de ver a Carla revidando às grosserias da chefe?
O que será o Arthur vai fazer, hein?😬
Comentemmm!!