O Governador - Carthur

Capítulo 25

Narradora

Carla declara tristemente e não demora a receber mais um abraço acolhedor da amiga. Quando percebeu que estava apaixonada por Arthur, a loira havia se dado conta do quão difícil seria levar aquele sentimento adiante, mas depois de tudo o que havia acontecido, o que Carla mais queria naquele momento era arrancar o governador de seu coração, mesmo que para isso fosse preciso usar toda a sua força.

[...]

- Não acredito que você fez isso.

Ronan murmura abismado, não demorando a ver o amigo se jogar no enorme sofá de sua mansão com as mãos na cabeça.

- Nem eu quero acreditar.

Após enfrentar uma enorme multidão de jornalistas, passar por uma série de exames médicos e dar um depoimento do que havia acontecido no avião, o governador havia conseguido finalmente chegar em casa. Ronan era seu único amigo e a única pessoa que podia considerar como parte de sua família, e após ser totalmente bem recebido pelo jovem, Arthur havia matado toda a saudade que havia sentido de sua mansão e aproveitado para contar tudo o que havia acontecido na ilha para seu amigo. Picoli sabia que aquele assunto não poderia vazar de jeito nenhum, e por mais que tivesse uma grande dificuldade para confiar nas pessoas, sabia que podia contar sempre com Ronan.

- Você é um idiota! 

O jovem declara com sinceridade, recebendo um olhar assassino de Arthur logo em seguida.

- Não me olha com essa cara de "Eu sou o governador de Nova York, cuidado como fala comigo"! Estou aqui como seu amigo e você não devia ter deixado a Carla sozinha depois da noite que vocês tiveram.

Se dando totalmente por vencido Arthur suspira cansado, reconhecendo para si mesmo o quanto havia errado. O loiro havia passado toda a viagem pensando em Carla, e só havia conseguido relaxar de verdade ao ver a notícia de que ela havia chegado em NY em segurança. A cidade estava um caos, e a volta de ambos após a queda do avião havia se tornado a notícia do momento. 
Durante a semana que esteve desaparecido, houve uma enorme comoção da polícia para encontrá-lo, mas assim como alguns almejam vê-lo são e salvo, outros festejavam sua suposta "morte".

- Eu sei, eu sei!

- Você se importa mesmo com ela, né?! 

Mesmo hesitante o loiro afirma com a cabeça, não demorando a ouvir um pequeno riso do amigo.

- Não te vejo assim desde a Ali...

Picoli interrompe.

- Não mencione o nome dessa mulher nunca mais! 

O governador eleva levemente seu tom de voz, sentindo uma raiva sem tamanho tomar com de si de repente.

- Ok, ok, me desculpa! Mas enfim, eu sei que você tem seus motivos e que depois de tudo o que aconteceu no passado você mudou, só que se você realmente está sentindo algo por essa mulher, a Carla, eu sugiro que você pense em algo para fazê-la te perdoa, pois sem sombra de dúvidas ela deve estar bastante chateada com você agora. E o pior de tudo é que ela tem toda a razão! 

Picoli sente as palavras de Ronan lhe atingirem em cheio, e mesmo sabendo o que devia fazer o loiro decide mudar de assunto em uma tentativa desesperada de parar de pensar em Carla.

- Mas e aqui? Como as coisas ficaram durante a minha ausência?

Percebendo a intenção do amigo, Ronan balança a cabeça negativamente com um sutil sorriso nos lábios e se senta ao seu lado no sofá.

- Um caos. A mídia não deu descanso por um momento sequer, grande parte da população se desesperou e alguns políticos aproveitaram a situação para se rebelar. Foi muito difícil segurar a barra por aqui! Assim que recebemos a notícia do seu desaparecimento e do sumiço do avião todos ficaram loucos, e mesmo morrendo de preocupação com você, no fundo eu sabia que você ficaria bem. Os investigadores perderam várias noites atrás de pistas que indicassem o local da queda do jatinho, e assim que encontraram, enviaram os helicópteros de resgate. Mas essa não foi a única coisa que acharam, Arthur!

- O quê? Como assim?

- Pensa comigo. As eleições já estão às portas, você é o atual governador, e mesmo tendo um gênio difícil é o preferido do povo. Não há como ganhar de você. O único jeito de te tirar da jogada é...

Arthur interrompe.

- Me matando. A queda do avião não foi um acidente...foi sabotagem!

Picoli junta as peças e finalmente consegue perceber o que durante todo esse tempo estava bem diante de seus olhos. 

Haviam tentado mata-lo!

- Exato! E então, o que vamos fazer?

- Vamos descobrir quem está por trás disso, e eu vou fazer questão de fazê-lo se arrepender de ter nascido.

O governador determina convicto, na certeza de que não deixaria aquilo passar batido. Pessoas inocentes haviam morrido naquele avião, Carla havia corrido risco de vida, e até ele poderia estar morto agora. Mas não estava, e com certeza faria justiça por isso.                 

Uma Semana Depois

Carla

Entro no elevador sentindo minhas mãos suarem levemente e respiro fundo tentando criar coragem. Uma semana havia se passado, e após estar totalmente recuperada do acidente, o dia de voltar ao trabalho havia chegado. Por ter que cuidar da fazenda, minha família teve que voltar para o interior ontem à tarde, e após muitas recomendações como:

"Se alimente direito"

"Durma no horário certo" 

 E " Se sentir qualquer coisa me ligue" 

Eu havia finalmente convencido minha mãe de que ficaria bem sozinha. Durante esses dias havia aproveitado o tempo livre para pensar, e mesmo querendo jogar tudo para o alto e me demitir de uma vez, não estava disposta a dar esse gostinho ao governador. Estava decidida a ficar, e com certeza o faria se arrepender pela dor que até hoje estilhaçava meu coração. Desperto dos meus pensamentos ao ouvir o elevador indicar que já havia chegado em meu andar, mas antes que pudesse sair do mesmo sinto meu coração falhar uma 
batida e as lágrimas invadirem meus 
olhos diante da cena à minha frente.

___________________________________________

Fimmm da maratona!
O que acharam?
Estão curiosas para saber o que vai acontecer no próximo capítulo?
Se sim...comentemmmm bastante, e talvez eu volte ainda hoje para contar o que foi que a Carlinha viu 👀🤔💥
(3/3)