Horas Depois
Carla
Abro os olhos lentamente sentindo uma forte dor tomar conta de todo o meu corpo. Minha cabeça parecia dar voltas enquanto minha visão aos poucos reconquistava sua nitidez. Ainda com muita dor, olho ao redor, sentindo as lágrimas de desespero banharem meu rosto diante do cenário à minha frente. O avião se encontrava completamente em pedaços, me permitindo ver toda a destruição que a queda havia causado. Meu corpo ainda estava preso a poltrona, mas antes que pudesse tentar reclamar do desconforto que sentia, sinto meu coração falhar uma batida ao ver uma grande pergunta se formar em minha mente.
Cadê o Arthur?
Há cada segundo sentia o desespero se formar ainda mais em meu coração na medida em que lutava para me livrar do cinto de segurança até finalmente conseguir. Eu procurava Arthur por todos os lados ao mesmo tempo em que tentava me convencer de que tudo aquilo era um pesadelo que logo iria acabar. Podia sentir uma dor dilacerante rasgar meu coração ao meio enquanto a angústia e a agonia tomavam conta de mim. Eu continuava o procurando incansavelmente até meus olhos me guiarem até a cena que eu queria apagar da minha mente.
Aquilo não podia ser verdade!
- N-Não! NÃO PODE SER! ARTHUR!
Narradora
A jovem grita desesperada ao avistar de longe um cabelo castanho com fios loiros sobressair em um grande monte de entulho. Uma mão banhada em sangue se destacava entre as peças de metal, fazendo as lágrimas de Carla descerem com ainda mais força.
Não podia ser ele, ela não aceitava perde-lo!
Ambos podiam viver brigando, mas de alguma forma Diaz já não conseguia imaginar a sua vida sem o jeito mandão de Picoli.
Não aceitava perdê-lo...
Não daquele jeito!
Carla continua a tropeçar entre os escombros enquanto sentia todo seu corpo dolorido soluçar devido ao seu choro intenso. Sua alma se encontrava completamente rachada, mas não demora a se partir definitivamente em pedaços ao ver com seus próprios olhos a resposta da dúvida que tanto lhe angustiava.
- N-Não, meu Deus, NÃO PODE SER! N-NÃO...
A jovem sente seu corpo desabar até o chão, fazendo seus joelhos colidirem dolorosamente com os escombros. Seu corpo ainda doía, mas nenhuma dor parecia se comparar ao sentimento amargo que apertava seu coração. O rosto do homem a sua frente se encontrava irreconhecível, a permitindo ver de perto somente o cabelo que tanto sonhou em um dia poder acariciar. Sua mente a guia até algumas horas atrás quando discutia terrivelmente com Arthur. A loira se arrependia de ter gritado tanto, de não ter dito o que sentia por ele. Mesmo que talvez não fosse correspondida, se arrependia de não ter jogado toda a sua razão para o alto e ter feito o que há tanto tempo almejava fazer...
Beija-lo!
- I-ISSO NÃO PODE SER REAL! NÃO, NÃO ME DEIXA AQUI, ARTHUR! ACORDA! N-NÃO, N-NÃO!
Carla se encontrava totalmente fora de controle, suas emoções estavam um caos enquanto sentia a intensidade com que chorava começava a causar ainda mais dor em seu corpo. Seu choro ecoava por toda a carcaça do avião, permitindo que toda a sua dor se expressasse através das lágrimas e dos gritos. As horas voltam a se passar como num piscar de olhos, e mesmo não sabendo por quanto tempo havia ficado chorando ali, a loira finalmente obriga seu corpo fraco a se levantar. Sua cabeça doía intensamente enquanto seus ossos pareciam ter se transformado em gelatina. Sua boca se encontrava totalmente seca devido a sede, fazendo seu rosto levemente arranhado devido ao acidente permanecer branco como papel. Cada centímetro de seu corpo se encontrava completamente dolorido, mas apesar de todo desconforto que sentia, nada se igualava ao sofrimento em seu peito. Diaz lutava para permanecer de pé, mas assim como sua esperança, aos poucos sua força vai indo embora, fazendo seu corpo desabar a tempo de ser aconchegado em algo macio.
[...]
Carla
Sinto uma luz forte alcançar meus olhos novamente, os fazendo se abrirem rapidamente. Em um movimento rápido me levanto da "cama" de folhas em que estava deitada, não demorando a observar minuciosamente o ambiente ao meu redor. O sol parecia estar se pondo, refletindo sua luz nas folhas da árvore na qual estava protegida. Não fazia a mínima idéia de como havia vindo parar aqui, mas antes que minha mente começasse a formar um milhão de teorias, ouço o som das ondas atrair toda minha atenção. Com muito esforço me coloco em pé, ignorando a dor que sentia enquanto seguia em direção ao som que parecia me chamar cada vez mais. Continuo a andar lentamente até sentir meus pés fugirem da grama abaixo de mim, sendo tocados logo em seguida pela areia da praia. A brisa suave de fim de tarde trazia o cheiro do mar ao meu nariz. Volto a revistar o local com os olhos na tentativa de encontrar uma explicar plausível para o meu repentino aparecimento aqui, mas não demoro a avistar de longe a carcaça do avião caído. Automaticamente sinto minha mente me guiar até Arthur, fazendo meu coração voltar a se apertar. Não conseguia acreditar que aquilo era verdade, que havíamos caído e que eu havia o perdido sem ao menos o ter. As lágrimas começam a se formar em meus olhos novamente, mas antes que a primeira caísse por meu rosto observo minha visão embaçada me guiar até uma determinada direção. Bem longe de onde eu estava um homem alto se encontrava parado em frente ao mar e de costas para mim. Fecho os olhos e os abro rapidamente pensando ser uma alucinação, mas não demoro a encontrar a mesma figura musculosa.
Sentindo meu coração bater feito louco começo a me aproximar lentamente enquanto podia sentir minhas pernas pesarem ainda mais a cada passo. As lágrimas que antes tentava segurar agora já caíam livremente por meu rosto na medida em que me aproximava. Toda a agonia e adrenalina voltavam a agitar o meu interior até o exato momento em que vejo o corpo grande à minha frente se virar em minha direção, fazendo as lágrimas caírem com mais intensidade enquanto sentia minhas mãos tremerem.- A-Arthur?!
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Eitaaaa peste!
Quem também tomou um susto com o início desse capítulo?
O que acham que vai acontecer agora?
Teremos Carthur na versão "Largados e (talvez) Pelados"? 👀🔥💣
Comentemmmm!!
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O Governador - Carthur
FanfictionPoder! "Direito de deliberar, agir, mandar e, dependendo do contexto,exercer sua autoridade, soberania e posse de um domínio, por meio da influência ou da força." Poder é um termo que se originou a partir do latim "possum", que significa "ser capaz...