O Governador - Carthur

Capítulo 43

Narradora

O loiro a admirava completamente abobalhado. Para Arthur, Carla era a mulher mais linda do mundo, e apesar de tudo o que havia acontecido, vê-la ali ao seu lado em um momento tão complicado fazia uma pequena chama de esperança se acender em seu coração. Ela havia sido seu último pensamento ao ser baleado e seu primeiro pensamento ao acordar. Picoli sabia que não a merecia, já havia se convencido a abrir mão dela para que a mesma fosse feliz, mas será que estava mesmo pronto para desistir daquele amor?

- Carla, e-eu...

Sabendo exatamente do que Arthur falaria, a jovem toca seus lábios com os dedos, o interrompendo logo em seguida.

- Não, você já falou muito, agora é a sua vez de me escutar! 

Surpreso com a atitude da amada, o governador apenas concorda com a cabeça, não demorando a ouvir a voz de Carla voltar a ecoar pelo local.

- "Você é um idiota, um babaca ignorante, um egocêntrico que só pensa em si mesmo e que acha que o mundo gira em torno de você!" 

Engolindo em seco o jovem político abaixa a cabeça sentindo as palavras de Diaz lhe atingirem com força.

- Foi isso que eu pensei quando te vi pela primeira vez. Eu detestava o jeito superior que você andava, odiava aquela sua mania de dar ordens às pessoas o tempo todo, e a forma como você me atacava com palavras todas as vezes que eu chegava perto demais do seu coração. Talvez eu nunca entenda direito como isso foi acontecer, mas no final de tudo eu me vi completamente apaixonada por você. Apaixonada pela forma que você andava, apaixonada pela expressão séria no seu rosto quando você estava trabalhando, e apaixonada pela sua mania de esfregar o queixo quando estava pensando em algo importante. Eu me apaixonei pelo governador bruto e pelo homem carinhoso e preocupado que você é, mas que faz de tudo para as pessoas não verem. Há todo o momento eu sabia que você poderia partir o meu coração em um piscar de olhos, mas eu estava tão loucamente apaixonada que não me importava mais com isso. Meu coração disparava toda vez que eu te via, e há cada beijo eu sentia milhares de borboletas voarem no meu estômago. Estava tudo perfeito, até que o dia que eu tanto tentei evitar, chegou, e você me quebrou em pedacinhos ao duvidar de mim e me escurrassar da sua vida. Eu chorei, Arthur, eu sofri de formas inimagináveis, e se não fosse os meus pais eu não sei o que seria de mim. Eu estava fazendo de tudo para te superar quando você apareceu na fazenda dizendo que me amava. Meu Deus...te ver ali na minha frente fez meu coração bater tão forte que eu achei que não suportaria. Eu ainda estava apaixonada, mas a ferida que havia sido aberta em mim parecia muito maior do que qualquer sentimento bom. Eu estava decidida a tentar viver sem você, mas quando e-eu vi aquela bala te atingindo eu senti o ar fugir dos meus pulmões e um medo insuportável de te perder tomar conta de mim. Talvez eu possa viver sem você, mas eu não quero! E sim, você é um idiota, mas não existe a possibilidade de eu ser feliz sem te ter na minha vida. Porque mesmo sendo um babaca na maioria das vezes, eu te amo. Minha nossa...eu te amo tanto que parece que meu coração vai explodir com tanto amor! E sim, eu quero casar com você, quero formar uma família com você, quero brigar com você por algum motivo idiota, quero rir de alguma piada boba com você....e sim...eu quero passar o resto de toda a minha vida ao seu lado, porque de um jeito totalmente 
imperfeito você é completamente 
perfeito para mim! 

A loira declara em meio às lágrimas enquanto sentia um sorriso bobo se formar em seus lábios. O rosto de Arthur estava banhado em lágrimas, e ignorando toda a dor que ainda sentia no local baleado o jovem puxa Carla para si, a deixando há centímetros de seu rosto.