Capítulo 13

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Narradora

- "Você é corajosa!" 

O loiro sussurra referenciando a primeira vez em que havia falado com ela, e não demora a ver um sorriso se formar nos lábios de Carla, na certeza de que a jovem sabia exatamente sobre o que ele falava. Com muito esforço Arthur volta a se afastar enquanto Diaz tentava a todo custo esconder a expressão frustada em seu rosto. Ainda podia sentir o cheiro másculo e inebriante do governador, mas vê-lo se distânciar no final de contas havia a puxado de volta para a realidade.

O que estava pensando? 

Que ele a beijaria?

Afastando aqueles pensamentos de sua cabeça Carla se levanta rapidamente buscando uma desculpa para ir embora, mas antes que o pudesse fazer, o forte impulso que havia tido para sair da cadeira acaba se virando contra ela. Devido a rapidez de seu movimento Diaz sente seu corpo se desequilibrar sob os saltos, mas quando já se preparava para cair, os braços fortes de Picoli a envolvem rapidamente. A loira podia sentir sua pele queimar sob o toque do governador enquanto seu coração parecia acelerar mais que o normal. Arthur não era um homem de perder o controle, mas os olhos de Carla pareciam o tirar de órbita naquele momento. Ambos tentavam se lembrar de todos os motivos e diferenças que os separavam, mas naquele exato segundo nada fazia mais sentido do que a união de seus lábios. Seus rostos se encontravam há centímetros de distância, mas antes que algo pudesse acontecer a porta do escritório de Arthur é aberta, fazendo ambos se afastarem rapidamente.

Cara, não acredito que ainda está trabalh...

Ronan paralisa ao perceber que o amigo não estava sozinho, não demorando a sentir um sorrisinho malicioso se formar em seus lábios ao perceber a tensão que havia no ar naquele exato momento.

Estou interrompendo algo?

Não!

E-Eu já estava de saída. Boa noite Sr.Souza! Boa noite...Sr.Governador! 

Os olhos nervosos de Carla encontram mais uma fez com os de Arthur, a permitido observar a feição séria que já o pertencia arrancar o raro sorriso que há minutos atrás tanto havia a atraído. 
Despertando de seus pensamentos a loira volta a caminhar até porta, deixando finalmente todos os dramas daquele fatídico dia para trás com um único pensamento em mente:

Estava ferrada!

Arthur...

O governador interrompe.

Nenhuma palavra sobre isso. O que veio fazer aqui? 

Picoli pergunta impaciente em uma tentativa desesperada de tentar ignorar tudo o que havia sentido e tudo o que quase havia acontecido há poucos segundos atrás.

Ok ok, vim tratar de negócios. Mais dinheiro do governo foi desviado, e se continuarmos assim as coisas piorarão notavelmente para a população. Não haverá mais verba o suficiente para educação, saúde, segurança, entre outros. O povo vai sofrer, Arthur!

O loiro coloca as mãos sobre a cabeça sentindo o stresse e a indignação tomarem conta de si. O governador tinha muitos defeitos, mas com toda a certeza era um homem que repudiava a corrupção. Devido ao seu jeito imponente, frio e superior, as pessoas não conseguiam ver a verdade por trás da máscara que o jovem usava, pois diferente de muitos outros políticos, no fundo Arthur realmente se importava com o povo.

- Droga! Sei que agora como secretário de saúde essa questão não é mais responsabilidade sua, mas quero que mesmo assim você lidere as investigações. Você é o único em quem confio aqui, e sei que logo pegaremos esse corrupto desgraçado.

Dia Seguinte                            

Carla respira fundo tomando um cole de água e finalmente decide parar para descansar um pouco. O final de semana finalmente havia chegado, e há cada segundo do dia a jovem sentia sua mente e seu corpo agradecerem por aquele merecido descanso. Havia passado o resto da noite pensando nos últimos acontecimentos na sala do governador, e por mais que tentasse ignorar as hipóteses absurdas que se formavam em sua mente, era impossível esquecer a sensação de ter o corpo de Arthur tão junto ao seu. A loira desperta de seus pensamentos voltando a realidade e parando para observar o ambiente ao seu redor. Como de costume havia acordado cedo para correr com Viviane, e após contar para a morena tudo o que havia acontecido na noite anterior, Carla vê sua amiga se sentar ao seu lado no banco da praça onde estavam com uma expressão boquiaberta no rosto.

- Então quer dizer que eu não posso faltar ao trabalho um dia que você e a cobra da Sarah brigam feio, as duas levam uma bronca terrível, e o governador quase te beija?! Inacreditável!

- Eu que o diga, o dia ontem foi bem...intenso! 

 Mas agora abre o jogo. Você queria o beijo?

Ah não, dona Viviane, você já sabe a resposta. É complicad...                      

A morena interrompe.

- Primeiro, para de me chamar pelo nome, já basta ser chamada de Viviane para lá e pra cá no trabalho. Parece que você está brigando comigo.

- Tá bom, minha amiga linda, Pocah, Poquita, Pocahontas! Melhorou?

Carla declara abraçando a amiga com força enquanto se referia à Viviane pelo apelido que a jovem havia ganhado por se parecer com uma das famosas princesas da Disney.

- Melhorou muito, mas nem vem tentar me enrolar e muito menos mudar de assunto. Você queria aquele beijo ou não?

Diaz sente os olhos interrogativos da amiga se fixarem em si, a fazendo respirar fundo. Não tinha para onde fugir, precisava ser sincera consigo mesma, e a verdade era que sim, ela...

- Queria!

A loira sente um fardo ser retirado de seus ombros ao finalmente expressar a confusão que acontecia dentro de si. Arthur era seu chefe e o governador de NY. Sabia que aquilo era loucura, que eram de mundos totalmente diferentes, e que nunca daria certo, mas mesmo assim era inevitável.

Droga...

Ela queria muito!

[...]

O tempo parecia voar contra Carla, e antes que percebesse o final de semana já havia ido embora. A jovem já se encontrava no trabalho e usava todas as oportunidades possíveis para não pensar nas sensações que havia sentido ao ver Arthur naquela mesma manhã. Diaz terminava de organizar a agenda do governador quando o interfone toca, a fazendo perceber que naquele exato momento teria que enfrentar o homem que ultimamente era responsável por tirar seu sono.

- Com licença, Sr.Governador! No que posso ajudar? 

- Gostaria de saber qual a programação da minha agenda.

O loiro murmura com os olhos vidrados no papel em suas mãos enquanto canalizava dentro de si todo o seu auto controle em uma tentativa desperada de não olha-la.

- Hoje o senhor tem uma reunião com os secretários do governo, uma entrevista para o canal 7, e daqui há dois dias uma viajem para a conferência de relações governamentais na Suíça.

- Ok, arrume as malas!

O-o quê? 

Carla gagueja confusa, e abandonando totalmente seu plano de evitar a jovem, Arthur ergue sua cabeça, navegando intensamente no fundo dos olhos castanhos que passavam a ocupar todos os seus pensamentos.

Você vai comigo!


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Só digo uma coisa:
ESSA VIAGEM PROMETEEEEE 🔥👀
Comentemmmm!!!

O Governador - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora