Capítulo 12

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Narradora

- E então, qual das duas vai me explicar o motivo daquela ceninha ali na frente?  

O governador questiona ainda irritado enquanto se sentava em sua poltrona de frente para as duas mulheres. Após conseguir separar a briga, Arthur havia exigido que Sarah e Carla fossem imediatamente para sua sala, na certeza de que não pouparia palavras para corrigi-las.

- A culpa foi dessa secretáriazinha de quinta, foi ela que...

Carla interrompe.

- Foi você que chegou me ofendendo, eu apenas me defendi.

A culpa é toda sua, olha o que você fez com o meu rost...

Arthur interrompe.

CHEGA! Eu já dei muitas chances pra vocês, mas chegar no trabalho e encontrar as duas se atracando no chão como selvagens é a gota d'água. Que imagem as pessoas terão desse governo? Da Srta.Andrade eu já esperava esse tipo de comportamento, mas não de você, Srta.Diaz. O que aconteceu? 

O olhar de Arthur suaviza ao encarar Carla, não demorando a ver a jovem se encolher cabisbaixa.

A Srta.Andrade insinuou que eu havia..hã..vendido meu corpo para ser promovida a secretária do governador.

Picoli direciona seu olhar para Sarah sentindo a raiva voltar a transbordar de seu corpo.

Srta.Diaz espero que esse tipo de acontecimento não se repita, agora por favor nos dê licença! 

Sentindo o alívio tomar conta de si Carla sai da sala rapidamente, observando o olhar raivoso do governador permanecer firme sobre sua ex chefe.

- A-Arthur...

Picoli interrompe.

- Eu já disse que é SR.GOVERNADOR! 

O loiro eleva o tom de sua voz, não demorando a respirar fundo em uma tentativa desesperada de manter a calma.

- Paciência tem limite e eu não aguento mais ter que suportar suas ceninhas.

 - Ceninhas?! Ceninha quem fez foi o "Sr.Governador". Que história é essa de "contratar" a minha secretária? Eu posso até detestar aquela gentalha, mas ainda assim ela é MINHA funcionária. Ou vai me dizer que você fez isso porque tem interesse naquela vadiazinha? 

Arthur deposita um tapa forte na mesa e se levanta da cadeira totalmente irritado, atraindo o olhar assustado de Sarah.

- CALADA! Minha vida pessoal não lhe diz respeito, estou cheio de você, e caso não se lembre quem está no comando aqui, eu faço questão de refrescar sua memória. EU SOU O GOVERNADOR DE NOVA YORK, EU MANDO AQUI, E EU POSSO FAZER O QUE QUISER, INCLUSIVE DESTITUÍ-LA DO SEU CARGO DE SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO!

N-Não, isso não, por favor, e-eu..

Arthur interrompe.

Essa é a última chance, a última vez que relevo os seus chiliques. Se eu souber de algo, ou ao menos sonhar que a senhorita está causando alguma confusão não terei mais tanta paciência assim. Estamos entendidos? 

O jovem questiona olhando firmemente no fundo dos olhos de Sarah, não demorando a ver a loira confirmar com a cabeça rapidamente.

- Ótimo, agora me dê licença, alguém aqui tem que trabalhar! 

Sarah se levanta irritada caminhando em direção a porta, mas antes que pudesse sair pela mesma a voz Arthur a chama, a fazendo parar no mesmo instante.

- Srta.Andrade, quero que peça desculpas a Srta.Diaz, não admito esse tipo de ofensas nesse prédio!

- Eu não vou pedir desculpas para aquel...

Eu estou MANDANDO! Não sou homem de dar segundas chances, não vou falar de novo.

Percebendo que não havia para onde fugir Sarah afirma com a cabeça, não demorando a finalmente sair pela porta. Arthur coloca as mãos sobre a cabeça sentindo a mesma latejar de dor, trazendo consigo mais uma vez a certeza de que aquele seria um longo dia.

Horas Depois           

Carla termina de organizar a agenda do governador e suspira aliviada percebendo que aquele dia havia finalmente acabado. Depois de toda a confusão as horas pareciam não passar, lhe confirmando o fato de que seu primeiro dia trabalhando para Arthur havia sido um verdadeiro fiasco. Diaz definitivamente não era uma pessoa que apoiava violência, mas ouvir Sarah se refirir à ela daquela forma havia despertado uma raiva que nem a jovem sabia existir. Havia sido pega de surpresa ao ouvir a ex chefe lhe pedir desculpas, e apesar da expressão irritada  no rosto de Sarah confirmar que aquele pedido não era sincero, Carla sabia que só havia uma pessoa capaz de obrigar a secretária de educação a tomar aquela atitude. Durante todo o dia não havia visto o governador, e por mais que antes não se importasse com aquilo, ver o olhar irritado e decepcionado de Picoli sobre si havia lhe afetado mais do que o esperado. A loira desperta de seus pensamentos vendo o andar ao seu redor vazio e logo cria coragem para bater na porta do escritório de Arthur, não demorando a ouvi-lo liberar sua entrada.

S-Sr.Governador, já estou indo. Precisa de mais alguma coisa?                          

Carla gagueja nervosa sentindo o olhar intenso de Arthur se direcionar à ela.

- Sente-se!

Picoli murmura com um tom de voz firme e não demora a observar Carla obedecer sua ordem. Uma expressão séria preenchia seu rosto, e após alguns minutos ainda a encarando o loiro se levanta de sua cadeira, voltando a se aproximar já com uma caixa branca em mãos.

- O-o que está fazen...

Arthur interrompe .

- Quieta!  

A jovem sente um pequeno gemido escapar de seus lábios no exato momento em que Arthur aproxima um pedaço de algodão de sua testa, a fazendo perceber que a briga que ocorreu mais cedo havia trazido ainda mais consequências para ela do que imaginava.

- O que eu faço com você, hein?! 

O loiro murmura após alguns minutos em silêncio e finalmente finaliza o curativo na testa da jovem.

Ela saiu pior! 

Sem perceber, as palavras extrapolam da boca de Carla, mas antes que pudesse tentar se corrigir, uma grave gargalhada rompe o silêncio do local, a fazendo se surpreender ainda mais.

Realmente, a Srta.Andrade saiu bem pior!

- Eu achei que você tinha ficado irritado com o que aconteceu...

Diaz sussurra confusa enquanto tentava esconder sua satisfação em ouvi-lo rir tão espontâneamente pela primeira vez.

Sim, eu fiquei! Esse tipo de comportamento é inadmissível aqui...mas cá entre nós...a Sarah estava precisando ser colocada em seu lugar. 

Carla gargalha concordando com a fala do chefe, mas logo o clima divertido que havia se formado entre ambos começa a se esvair rapidamente, dando lugar a uma intensidade que não estavam preparados para sentir. Os olhares de ambos se encontravam conectados e antes que percebessem o rosto de Arthur já se aproximava perigosamente dos lábios de Carla. A loira não sabia o que fazer naquele momento, e sem conseguir reagir, o perfume de Arthur invade suas narinas a fazendo perder totalmente o controle. Seus rostos se encontravam há centímetros de distância, mas antes 
que seus lábios se tocassem, algo que 
Carla não esperavaacontece.


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Último por hoje!
Será que esse beijo sai no próximo capítulo? 👀
O que acham que vai acontecer?
Comentemmmm 💣💥

O Governador - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora