Capítulo 41

1.4K 75 48
                                    

Carla

Eu dirigia a caminhonete da fazenda completamente desesperada, me esforçando ao máximo para conseguir me concentrar no caminho que percorria. Lembro exatamente da sensação amarga que senti ao ouvir o som do tiro, a camisa banhada em sangue do Arthur, e a sua queda. Eu queria gritar e chorar, mas nesse momento eu não podia, precisava chegar até ele, precisava encontrar o meu amor. Todas as discussões e mágoas eram um passado distante agora, e tudo o que eu pedia aos céus era que me desse uma última oportunidade de tê-lo pra mim. Só mais uma chance para dizer que o amava, que carregava o fruto do nosso amor em meu ventre, e que queria sim passar o resto da minha vida ao seu lado. Após presenciar a cena do tiroteio pela televisão, me levantei desesperada, e depois de milhares de tentativas dos meus pais para me conter, havia finalmente conseguido pegar as chaves do carro e correr para longe daquela fazenda. Como já havia trabalhado para Arthur, eu sabia exatamente em que hospital o levariam, e mesmo não sabendo ao certo como conseguiria entrar lá, tudo o que precisava era estar pelo menos um pouco mais perto dele. O caminho até a cidade pareceu durar uma eternidade, e após um longo tempo dirigindo, finalmente paro a caminhonete em frente ao hospital mais luxuoso de toda a Nova York. Uma multidão de jornalistas e policiais barravam a entrada do local, mas nada parecia ser capaz de me parar naquele momento, e em um movimento rápido corro até a entrada do hospital, não demorando a enfrentar uma grande luta. Sentia todas as câmeras se voltarem em minha direção enquanto os jornalistas pareciam me espremer com tantas perguntas. Em um ato automático coloco as mãos sobre a barriga em sinal de proteção na medida em que continuava a forçar minha entrada. O mundo a minha volta parecia girar, mas totalmente decidida consigo romper a multidão e entrar no mesmo lugar por onde o amor da minha vida havia passado há algum tempo atrás. Minhas mãos tremiam intensamente, e tentando conter as lágrimas me aproximo rapidamente da atendente, chamando sua atenção para mim.

- Como posso ajud...

Narradora

Carla interrompe.

- O-o governador! E-Eu preciso vê-lo! Como ele está? Em que quarto ele est...

A atendente interrompe.

- Desculpe, senhorita, mas o estado do governador é totalmente sigiloso e ele não pode receber visitas. Tenho ordens pra não deixar ninguém entrar!

- O-O QUÊ? EU NÃO ME IMPORTO COM AS "ORDENS" QUE VOCÊ RECEBEU! EU PRECISO VER O GOVERNADOR AGORA, E SE VOCÊ NÃO ME DISSER EM QUE QUARTO ELE ESTÁ, EU MESMA O PROCURO SOZINHA!

- Senhorita, peço que se acalme, senão serei obrigada a chamar os seguranças.

- NÃO, NÃO VOU ME ACALMAR! EU JÁ DISSE QUE PRECISO VER O ARTHUR AGOR...

Antes que Carla pudesse terminar de falar, uma voz abalada ecoa pelo local chamando a atenção da loira.

- Carla?!

- O senhor conhece essa mulher? 

A jovem atendente questiona com as mãos no telefone, pronta para chamar os seguranças do local.

- Sim, ela é...próxima do governador! A entrada dela está liberada! 

Ronan declara firmemente, não demorando a voltar o seu olhar para Carla. Os olhos da loira estavam cheios de lágrimas, e sabendo do que ela precisava Ronan abre os braços, não demorando a sentir a jovem se lançar sobre o mesmo. O corpo de Diaz tremia diante da intensidade do choro, enquanto era amparada pelo amigo de Arthur.

- E-Eu tenho tanta coisa pra falar. E-Eu amo ele, eu o perdôo, eu faço qualquer coisa, e-eu só preciso do Arthur aqui comigo!

- Ei, calma, ele vai ficar bem e você vai poder dizer tudo o que sente para ele. O Arthur te ama, Carla, nunca imaginei vê-lo daquela forma, mas ele está arrependido de verdade! A bala atingiu uma área muito importante, foi uma cirugia de muito risco, mas conseguiram retirá-la de dentro dele. Esse é um momento crítico, precisamos observar a reação do Arthur após o procedimento, se ele reagir bem podemos ficar tranquilos, mas se as coisas não forem como o esperado...

Carla interrompe.

- E-Ele pode...m-morrer! 

A jovem sussurra desacreditada, não demorando a sentir as lágrimas voltarem a banhar seu rosto. Seu coração estava despedaçado, Arthur havia sim lhe feito sofrer, mas nada se comparava a dor que sentia ao imaginar que poderia perde-lo para sempre.

- N-Não, eu não posso perder ele...e-eu não vou suportar, Ronan!

- Não pensa nisso, ele vai ficar bem! O governador é um dos homens mais teimosos e fortes que eu conheço, aonde quer que ele esteja agora, eu tenho certeza de que ele está lutando para voltar pra você.

O jovem declara acariciando os cabelos de Carla, sentindo a loira começar a se acalmar. Ronan estava prestes a guia-lá para se sentar na sala de espera quando uma grande agitação é ouvida, fazendo Diaz voltar a perder o controle.

- Preciso de reforço no quarto 132! Repito, preciso de reforço no quarto do governador!

- O-o que está acontecendo? 

A loira questiona com a voz trêmula, vendo vários médicos correrem e entrarem em um quarto no final do corredor. Carla sentia o desespero voltar a correr por suas veias, e totalmente alterada a jovem tenta se afastar de Ronan na intenção de entrar no quarto que há cada minuto recebia mais médicos e enfermeiros.

- Carla, você não pode ir até lá agora!

- ME SOLTA, EU PRECISO VER O ARTHUR! 

Em um movimento rápido Diaz se solta dos braços de Ronan e corre pelo corredor enquanto tentava ser contida pelos seguranças. Carla parecia estar fora de si, e antes que percebesse já se encontrava dentro do quarto. O local estava cheio de médicos, mas assim que vê o corpo desfalecido do homem que amava, sobre a cama, a jovem sente seu corpo paralisar. O governador estava ligado a diversas máquinas, mas para o seu desespero a máquina que revelava as batidas de seu coração, diminuia há cada segundo. Os médicos tentavam reanima-lo, mas seu coração se mostrava ainda mais fraco. Carla podia ver a vida do homem que amava se esvaindo aos poucos, e totalmente desesperada a loira rompe a multidão de médicos que o avaliava, se lançando sobre o peitoral do governador.

- EU NÃO ACEITO TE PERDER! ARTHUR, VOLTA PRA MIM AGORA! EU TE AMO, SEU BABACA IGNORANTE, ENTÃO LUTE POR MIM...E PELO NOSSO FILHO! EU NÃO POSSO VIVER SEM VOCÊ! VOLTA PARA MIM, ARTHUR! REAJA! 

A jovem grita desesperadamente enquanto se agarrava ainda mais ao corpo inconsciente de Picoli. Carla queria acreditar que tudo aquilo não passava de um pesadelo, mas logo os batimentos fracos do loiro começam a diminuir ainda mais, até um som agudo ecoar pela sala anunciando que o coração do governador já não batia mais.

- N-Não, não, não! ARTHUR, NÃO ME DEIXA! NÃO ME DEIXA, MEU AMOR! REAGE!

Os seguranças lutavam para tirá-la de cima do governador, mas como se tivesse recebido uma força sobrenatural Diaz os empura, depositando um leve soco no peitoral de Arthur.

- VOLTA PRA MIM! 

Carla grita uma última vez em meio às lágrimas, sentindo seu coração voltar a bater acelerado no exato momento em que a máquina ligada a Arthur volta a dar sinais de vida.

Ele estava lutando!

Todos estavam completamente surpresos e paralisados enquanto ouviam as batidas do coração de Arthur voltarem a soar com intensidade pelo local. O corpo de Carla estava completamente fraco, sentia suas forças se esvairem aos poucos, e com um sorriso suave nos lábios a jovem se aproxima mais, tocando o rosto de Arthur delicadamente.

- Isso, meu amor, continue lutando por nós!

A loira implora em um sussurro fraco, sentindo seu corpo parar de resistir ao cansaço no exato momento em que desaba desmaiada sobre Arthur. Sua vida estava um caos, mas a única
coisa que queria naquele momento 
era esquecer todo o passado e ser 
finalmente feliz com o bebê que 
carregava em seu ventre e o homem 
que tanto amava, ao seu lado.


___________________________________________

Haja coração!!!!
O que acharam desse capítulo?
Comentemmmm 💥💣

O Governador - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora