Capítulo 32

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Carla

Abro os olhos lentamente, não demorando a sentir um sorriso enorme se formar em meus lábios ao perceber que diferente da última vez em que eu e Arthur havíamos feito amor, dessa vez ele estava bem aqui. Uma brecha de luz entrava pela janela e batia levemente em seu rosto, ressaltando ainda mais os fios loiros que na maioria das vezes era confundido com um tom mais claro de castanho. Por ser o governador, Arthur era com certeza um dos homens mais sérios e ocupados que eu conhecia, mas naquele exato momento, ver tanta tranquilidade em seu rosto me fazia sentir uma paz inexplicável. Ainda sorrindo levo minha mão até sua barba e inicio uma carícia lenta enquanto sentia as lembranças da noite passada fazerem meu coração acelerar sem controle. 

Ele está apaixonado por mim!

Suas palavras rodavam em minha mente por repetidas vezes, me fazendo acreditar em alguns momentos que tudo aquilo não passava de um sonho. Há algum tempo atrás a idéia de haver algo entre nós parecia ser totalmente absurda para mim. Mas agora, admirando Arthur dormir tranquilamente enquanto me envolve em seus braços após uma intensa noite de amor, eu me sentia pronta para enfrentar qualquer dificuldade somente para continuar assim, ao seu lado.

- Acho que...te amo!

Narradora

A jovem sussurra baixinho enquanto acariciava o rosto de Arthur com carinho, não demorando a depositar um leve beijo em seus lábios. A verdade é que Carla nunca havia sentido aquilo por qualquer outro homem. Era claro que já havia provado da sensação de estar atraída por alguém, mas nunca havia sentido nada que se comparasse ao que sentia por Picoli naquele momento. Ele tinha um gênio forte, era sério demais, bruto demais, egocêntrico demais, mas bem no fundo Diaz podia ver um Arthur que poucas pessoas conheciam. Ele tinha muitos defeitos, mas sem sombra de dúvidas era um homem honesto, sincero, leal, empático, e até se mostrava ser carinhoso em alguns momentos. Picoli se preocupava com as pessoas que realmente precisavam de ajuda, era gentil, e as vezes conseguia até ser divertido. Mesmo que aquele fosse um fenômeno raro, Carla amava vê-lo sorrir. Amava o jeito como ele a olhava, e algumas vezes amava até mesmo o jeito superior como ele andava. Amava sentir o seu toque, amava a forma como ele ficava concentrado ao ler algo importante, ou como sempre parecia ser o homem mais inteligente dentro e fora de uma sala de reunião. Amava ouvir seu sotaque ao falar em um idiota diferente do seu, amava seu olhar intenso, sua pele levemente bronzeada e seu jeito imponente. Ele conseguia ser insuportável quando queria, era rabugento e mal humorado em boa parte do tempo, mas mesmo assim ela amava mais coisas nele do que podia imaginar. Amava suas qualidades e até mesmo os seus defeitos. 

Ela o amava! 

Sentindo uma emoção intensa envolver seu coração ao constatar aquilo, Carla permanece o admirando por longos minutos, não demorando a se levantar com cuidado para não acorda-lo, logo em seguida. Lutando contra a vontade de voltar a se deitar na cama Diaz toma um banho breve e veste um vestido confortável que havia encontrado em uma de suas antigas gavetas, não demorando a agradecer aos céus por ter sempre uma pílula do dia seguinte em sua bolsa. Rapidamente a loira toma o remédio e caminha para fora do quarto, não escondendo sua surpresa diante do longo silêncio da casa. Percebendo que seus pais também ainda dormiam a jovem vai até a cozinha e prepara uma grande xícara de café. Com o líquido quente já pronto Carla caminha até a varanda sentindo o vento frio arrepiar sua pele. Um pequeno raio solar rompia o clima gelado imposto pela neve, e após tomar mais um gole de seu café Carla fecha seus olhos sentindo uma paz imensurável tomar conta de si ao sentir seu corpo ser coberto por uma manta quente e pelos braços que há alguns minutos atrás lhe envolviam.

Oi...

Oi...

A loira sussurra com um sorriso nos lábios ao sentir beijos serem depositados em seu pescoço na medida em que Arthur roçava a ponta de seu nariz naquele mesmo local, causando um intenso arrepio em seu corpo. Carla nunca havia imaginado que um dia veria o governador tão carinhoso daquela forma, mas sem sombra de dúvidas não podia negar a alegria que sentia ao receber seus carinhos.

O Governador - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora