Capítulo 26

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Narradora

Todos os seus colegas de trabalho a aguardavam com uma grande surpresa e uma faixa de boas vindas que enchia seus olhos de lágrimas de emoção. A loira se sentia extremamente amada, e assim que sai do elevador todos avançam em sua direção lhe enchendo de abraços. Carla sempre havia sido uma pessoa boa, e naquele exato momento podia ver os frutos que sua bondade havia lhe trazido. Todos ali haviam ficado abalados ao saber da notícia da queda do avião, e após tantos dias de aflição haviam preparado uma surpresa para a jovem. Diaz era como um raio de sol dentro daquele prédio sem graça, e para seus colegas, tê-la por perto era algo incrível.

E-Eu não sei nem o que dizer. Muito obrigada, obrigada mesmo por todo esse carinho! 

A jovem agradece a homenagem complemente emocionada, não demorando a observar com alegria todos os sorrisos que havia causado ali.

- Você merece, amiga, só queríamos fazer uma pequena surpresa para mostrarmos o quanto você fez falta aqui! 

Pocah volta a abraçar a amiga, sorrindo com a expressão emocionada da loira diante da última surpresa que haviam preparado.

Oh meu Deus, vocês fizeram até um bolo, isso é incrível! 

Carla declara ao ver mais um de seus colegas se aproximar com um pequeno bolo em mãos.

- Depois daquele acidente, acho que nós podemos dizer que você nasceu de novo, então não podíamos deixar isso passar em branco.

- Com certeza, agora assopra as velinhas e faz um pedido! 

Ainda emocionada Carla balança a cabeça negativamente e se aproxima do bolo, não demorando a sobrar as velas. Diaz tinha um sincero sorriso no rosto, mas assim que volta a erguer sua cabeça tudo o que encontra é um clima sério e pesado. A loira não entendia o que estava acontecendo, e decidida a matar sua curiosidade Carla vira na direção em que todos olhavam, não demorando a encontrar os olhos do homem que não havia deixado sua mente nem por um segundo. Haviam passado uma semana sem se ver, mas o coração magoado e irado da loira continuava a corresponder a um único olhar de Arthur. Em passos lentos o governador sai do elevador sentindo o olhar temeroso de todos o acompanhar, até que o seu próprio parasse por um momento sobre Carla. Como se houvesse sido completamente imobilizado o jovem sente seu corpo paralisar enquanto seu coração parecia bater mais rápido do que o normal.

Ela estava tão linda, e...

Droga...

Como havia sentido sua falta!

Durante aquela semana de descanso os pensamentos de Arthur não haviam se apartado de Carla nem por um segundo, e por mais que no fundo quisesse abrir mão do seu orgulho e ir até ela, uma forte corrente parecia o prender. 
Picoli havia ensaiado diversas vezes o que faria quando a visse depois de tudo o que aconteceu, mas agora, diante de tanta beleza, o loiro era capaz de esquecer até seu próprio nome. Parecendo despertar para o mundo real o governador volta a olhar ao redor se deparando com os olhares temerosos de todos, e por um breve momento o jovem político sentiu ciúme. Bem no fundo queria que as pessoas o olhassem como olhavam para Carla, que se sentissem bem em sua presença como sentiam com ela, queria ser respeitado, mas não temido. Naquele exato momento Arthur pareceu entender o que Carla tanto lhe falava, e por mais que fosse difícil, agora o loiro via que a culpa não era das pessoas ao seu redor...

A culpa era dele! 

Seu jeito indiferente e superior havia lhe dado poder e temor, mas como seria se fosse...

Amado? 

Rapidamente o governador volta a se recompor e com sua máscara de volta ao rosto Arthur coloca as mãos nos bolsos, ergue a cabeça e continua a andar em direção ao seu escritório sentindo o olhar de todos ainda sobre si.

- Ele pode ser um babaca, mas que é sexy, isso eu não posso negar.

Pocah sussurra para Carla no exato momento em que a porta do escritório de Arthur se fecha, a fazendo lhe lançar um olhar assassino.

- O que foi? É verdade! Você deve saber muito bem disso, hein?! 

Carla sente suas bochechas corarem e um leve sorriso se formar em seus lábios diante da ousadia da amiga, e como em um piscar de olhos o clima que havia sido roubado volta a preencher todo o ambiente. O tempo parecia voar para longe, e após aproveitar mais um pouco da surpresa que havia recebido Diaz para em frente a porta do escritório do governador e respira fundo tentando manter a calma. Ainda estava magoada, porém, por mais que sua raiva lhe dissesse para ignora-lo pelo resto da vida, sua razão lhe lembrava que querendo ou não ainda trabalhava para ele. O olhar de Picoli ainda era capaz de queimar sua pele, e apesar de toda a decepção, dor e raiva que o loiro havia lhe causado, seu tolo coração apaixonado permanecia aos pés do governador. Despertando de seus pensamentos Carla respira fundo mais uma vez e finalmente abre a porta à sua frente, não demorando a vestir sua melhor máscara de indiferença. Arthur havia pisado em seu coração, e mesmo sendo o governador de Nova York, Diaz o faria se arrepender daquilo.

- Bom dia, Sr.governador! No que poderia ajudá-lo hoje?                          

A jovem declara profissionalmente tentando ao máximo não vacilar diante do olhar do homem à sua frente.

- Carla, precisamos conversar! Sobre o que aconteceu naquele dia, e-eu...

Carla interrompe.

- Perdoe-me, Sr.governador, mas não sei ao que está se referindo, e se não for incômodo gostaria muito que me chamasse de Srta.Diaz. Agora irei lhe perguntar mais uma vez. No.que. posso.ajudar.hoje? 

O loiro sente seus olhos se arregalarem e um gosto amargo tomar conta de sua boca diante da fala da jovem. Podia ver toda a mágoa nítida nos olhos de Carla, e uma dor insuportável apertar seu coração ao saber que era o culpado por tudo aquilo.

- H-Hum, certo! Creio que no momento, nada. Qualquer coisa a chamarei novamente! 

Picoli murmura tentando voltar a si e não demora a ver Carla afirmar com a cabeça antes de sair dali a passos largos. Se sentindo totalmente frustado o loiro pega a primeira peça de vidro que vê pela frente e joga na parede vendo o mesmo se desfazer em cacos da mesma forma que todas as chances que poderia chegar a ter com Carla. As horas voltam a se passar rapidamente e para o alívio da jovem aquele péssimo dia de trabalho chega ao fim. Pronta para ir embora a loira veste seu casaco e sai do prédio sentindo o vento frio das noites de Nova York acariciarem seu rosto. A jovem andava distraidamente até sentir que estava sendo seguida por alguém. Em um movimento rápido Carla se vira para trás tentando apagar qualquer paranóia de sua mente ao ver a rua vazia. Ignorando aquela sensação a jovem volta a andar, parando somente em um conhecido estabelecimento e saindo de lá minutos depois com duas sacolas na mão. Diaz continua a andar por algum tempo até parar sozinha em rua escura e cheia de moradores de rua. Ao perceber a presença dela um dos mendigos se levanta da calçada iniciando uma corrida rápida até a loira. O homem estava há poucos passos de distância para alcança-la, mas antes que o pudesse fazer, uma mão grande puxa Carla 
para trása fazendo arregalar os 
olhos em surpresa ao ver quem estavaali.

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O Governador - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora