Capítulo 4

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Narradora 

Carla joga os saltos em algum canto da sala e se lança sobre o sofá, sendo finalmente acolhida pelo calor de seu apartamento. Tudo o que Diaz queria naquele momento era sumir e não voltar nunca mais para o trabalho. Sentia a vergonha e a confusão tomarem conta de si enquanto lembrava de tudo o que havia acontecido há algumas horas atrás. Sua mente dava voltas há cada vez que tentava entender o motivo que havia levado o governador a interferir ao vê-la ser humilhada por sua chefe.

"Por que não lhe demitiu quando teve a chance?" 

"Por que lhe defendeu daquele jeito?"

A jovem não conseguia entender a razão de tudo aquilo, nem tão pouco podia compreender o que acontecia consigo quando Arthur a olhava, mas a partir daquele dia começava a pensar no governador de uma forma diferente. 

"Talvez ele não fosse tão mal assim!"          

A loira fecha os olhos se acomodando ainda mais no sofá, e antes que notasse, um sorriso bobo se forma em seus lábios ao lembrar do momento em que Picoli sorriu para ela. Rapidamente Carla volta a abrir os olhos enquanto tentava afastar aqueles pensamentos de sua cabeça. A verdade é que a jovem sempre viveu no mundo de contos de fadas. Acreditava em amor a primeira vista e em finais felizes, mas diante daquela situação precisava ser realista.

O que estava pensando? 

Isso era impossível!

Ambos eram de mundos totalmente diferentes! 

Ele era o governador de Nova York, e ela era secretária de uma cobra que usava salto alto. Picoli nunca à olharia de outra forma, e com certeza não devia nem dar importância à ela. Tudo o que devia fazer era se pôr em seu lugar e lembrar o que realmente era. Pois por mais que fosse triste, sabia que pessoas como ela sempre seriam invisíveis para pessoas como ele.

Dia Seguinte

Como assim há suspeitas de que tem alguém desviando dinheiro do estado?

Todos os contadores estão trabalhando nisso, mas as contas não batem. Tem dinheiro faltando, e se continuar desse jeito logo logo isso irá refletir nos outros departamentos do governo. O que devo fazer?

Sentindo sua cabeça latejar diante de tanto  estresse, Arthur fecha os olhos e respira fundo tentando controlar sua irritação.

- Inicie uma investigação interna. Quero que verifique todas as contas bancárias para se certificar de que não há nenhum dinheiro a mais do que o esperado. Além disso quero que tente rastrear o dinheiro, focando principalmente nos políticos que tem mais acesso a dados como esse. Não esqueça de ser cuidadoso, se o corrupto por trás dessa armação descobrir que estamos investigando, encontrar o culpado pode ser ainda mais difícil.

- Ok, chefe!

Ronan observa Arthur suspirar cansado e não demora a deixar de lado seu lado profissional ao se preocupar com o amigo.

- Ei, cara! Tá tudo bem?

- Sim, só estou um pouco cansado, o dia hoje foi bem puxado!

- Você precisa descansar mais, já está tarde, todos já foram embora e você devia fazer o mesmo!

- Ainda tenho algumas coisas para fazer aqui, mas assim que terminar vou para casa. Você já pode ir, vou ficar bem!

- Tem certeza?

Tenho sim, só me faz mais um favor e pede aos seguranças para me esperarem lá embaixo.

- Certo, boa noite, cara!

Boa noite!

O loiro declara amigavelmente e não demora a ver o amigo ir embora fechando a porta logo em seguida. O tempo se passava rapidamente, e antes que percebesse Arthur já havia terminado de resolver tudo o que precisava. Sentindo seu corpo clamar por sua cama o governador caminha sozinho pelo corredor vazio, notando que realmente era o único que permanecia ali. Rapidamente Picoli entra no elevador aguardando as portas se fecharem, mas antes que isso pudesse acontecer um perfume doce e suave invade suas narinas, o pegando de surpresa ao ver a dona dos olhos castanhos que não saíam de sua cabeça, entrar no elevador com ele. Carla havia trabalhado até mais tarde naquele dia, e ao perceber que o horário já estava avançado não demorou a correr em direção a saída do prédio, não controlando as batidas aceleradas de seu coração ao perceber que não era a única ali.

B-Boa noite!

Diaz sente sua voz falhar diante do olhar do homem sobre si, e não demora a vê-lo balançar a cabeça diante de seu cumprimento. Finalmente as portas do elevador se fecham, fazendo Carla respirar fundo tentando criar coragem para o que faria à seguir.

- Sr.Governador, e-eu gostaria de agradecer por ontem! Foi tudo tão rápido que em uma hora eu estava correndo com um monte de coisas em mãos e no momento seguinte aquele chá, que cá entre nós tem um gosto horrível, já tinha derramado todo na blusa daquela cobra da minha chefe.

Arthur ouvia a jovem tagarelar sem parar, tentando a todo custo esconder o seu divertimento diante da cena. Parecendo perceber o que havia acabado de dizer Carla põe as mãos sobre a boca, não demorando a ver o loiro virar em sua direção com os braços cruzados e a sobrancelha arqueada.

Então quer dizer que falar mal de seus superiores é realmente um hobby para a senhorita.

Diaz sente seu rosto aquecer em vergonha enquanto tentava encontrar as palavras certas para responder àquele comentário.

- S-Sobre isso, eu gostaria de pedir desculpas! Eu não devia ter dito aquelas cois...

Antes que pudesse terminar de falar, o elevador para bruscamente fazendo todas as luzes se apagarem imediatamente. Com a força do impacto Carla sente seu corpo ser lançado para a frente, e por puro reflexo Arthur envolve o corpo da loira com firmeza na tentativa de evitar uma queda. Mas é assim que o elevador volta a se estabilizar que ambos percebem a intensidade daquele momento. Seus rostos se encontravam há centímetros de distância enquanto suas respirações aceleradas pareciam se misturar. Mesmo no escuro seus olhos se encontravam conectados, fazendo um choque nunca sentido antes percorrer seus corpos. Mas no mesmo segundo que tal sensação chegou, ela também foi embora no exato momento em que ambos voltam a se afastar na tentativa de esconder o que haviam acabado de sentir. Rapidamente Arthur caminha até o painel do elevador, não demorando a soltar um suspiro frustado ao ver o que havia acontecido.

Estamos presos!


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Eitaaaa🔥💣

O Governador - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora