Capítulo 15

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Narradora

A loira sentia seu coração praticamente sair pela boca enquanto todo o mundo ao seu redor parecia congelar. Assim como Carla, Arthur se encontrava surpreso com o acontecimento e totalmente incapaz de afasta-la de si. As mãos de Picoli seguravam a cintura da jovem enquanto tentava distânciar seu olhar dos seios que subiam e desciam rapidamente diante de seu rosto. A respiração de ambos se encontrava acelerada ao mesmo tempo em que seus olhares permaneciam completamente conectados. Todo o mal estar de Carla parecia ter ido embora, e por mais que aquele momento parecesse constrangedor não podia negar a segurança que o corpo de Arthur lhe transmitia. 
Despertando de seus pensamentos e sentindo seu rosto queimar em vergonha a jovem se levanta rapidamente, observando os olhos castanhos esverdeados de Picoli continuarem a segui-la.

O-Oh meu Deus, Sr.Governador, eu sinto muito, não foi minha intenção! Sabe, essa é a primeira vez que viajo de avião, eu fiquei muito nervosa e enjoada, estava indo para o banheiro quando o jatinho balançou e eu...

Srta.Diaz...

...caí em cima do senhor. Não pense que eu sou uma atirada ou algo do tipo, foi só um acidente, não vai se repetir. Mas pensando bem a culpa não é minh...

Carla! 

O loiro a chama firmemente não demorando a vê-la parar de tagarelar. Uma expressão levemente divertida se acentuava ao rosto de Arthur enquanto o jovem governador tentava entender como somente ela conseguia o fazer rir com coisas tão simples.

O-Oi!

- Respire fundo, esqueça esse assunto e se sente logo ao meu lado.

Mas...

Arthur interrompe.

- É uma ordem! 

Sentindo seu corpo tomar o controle da situação a loira cruza os braços sem conseguir esconder sua irritação. Carla sabia que ele era o seu chefe e o governador de Nova York, mas ouvi-lo "ordenar" que ela fizesse algo a irritava profundamente. 
Percebendo o que havia causado em Diaz, Arthur respira fundo tentando encontrar uma forma de reverter a situação.

Como é sua primeira viagem de avião talvez seja melhor...hã...ter alguém por perto caso precise de ajuda em algo...E...bom...eu gosto da sua companhia, então por favor se sente ao meu lado! 

Carla sente a irritação se esvair de seu corpo e logo um sorriso bobo se formar em seus lábios.

"Ele realmente gostava de sua companhia?"

Deixando todas as suas resistências para trás a jovem volta a caminhar em direção ao governador, não demorando a sentar na poltrona ao seu lado. Alguns minutos se passam e Carla roía as unhas nervosamente enquanto olhava para a janela do jatinho. Um milhão de coisas passava pela cabeça da loira, acreditava que há qualquer momento o avião poderia cair, mas antes que pudesse alimentar ainda mais tais paranóias a mão de Arthur se une a sua, a obrigada a parar de roer as unhas.

- Fica calma, nada de ruim vai acontecer!

- Eu sei, m-mas é que...

Arthur interrompe.

- Vem cá, olha pela janela de novo, mas ao invés de temer a altura em que estamos, admire a vista que nós temos daqui de cima. 

O loiro aponta para a janela, e mesmo um pouco temerosa Carla começa a encarar aquela paisagem de forma diferente.

 - Uau...essa vista é linda! 

Diaz declara embasbacada com a beleza do local sem ao menos perceber o olhar fixo de Arthur sobre si.

Sim...é linda! 

Carla volta a encará-lo com um sorriso encantado no rosto, sentindo seu coração bater ainda mais rápido ao ver que o jovem já a observava com um brilho que nunca havia visto antes em seus olhos. As horas se passavam rapidamente, e após o que pareceu um século viajando o jatinho finalmente pousa em solo suíço. Uma multidão de repórteres aguardava a chegada do governador de Nova York, e assim que Picoli é avistado um mar de flashs começa a ser disparado. A expressão de seriedade e superioridade de Arthur estava de volta, e mesmo sendo protegido por seus seguranças a chuva de perguntas começava a lhe incomodar.

- Como foi a viagem, Sr.Governador? Quem é a bela moça que o acompanha? 

Ei senhorita, qual sua relação com o governador? Você será a futura primeira-dama? O que pode dizer dos encontros no elevador e na Times Square? 

Carla se encontrava totalmente perdida. Os flashs e as perguntas faziam sua cabeça girar, mas logo sua confusão é substituida pela surpresa ao ver algo que com certeza não esperava. Arthur andava à passos largos em sua direção, não demorando a depositar uma de suas mãos nas costas da loira. Diaz sentia sua pele pegar fogo sob o toque do chefe enquanto o via guia-la para longe daquela loucura. Assim como ela, os repórteres parecem ir a loucura com o simples gesto do governador, e sem ao menos perceber a mente de Carla a guia até o dia em que foram encontrados no elevador. Da última vez ele havia a deixado para trás, mas agora o vendo enfrentar aquela multidão ao ser lado, a jovem sentia seu coração bater ainda mais acelerado ao ver tal realidade mudar diante de seus olhos.

Ele havia voltado para buscá-la!

[...]

Carla

Aperto o casaco em volta do meu corpo e adentro o saguão do hotel onde ficaríamos, sentindo o frio da Suíça dar lugar ao aconchegante aquecedor. Após algum tempo conseguimos sair do aeroporto privado onde havíamos pousado, e eu ainda podia sentir as engrenagens do meu cérebro processarem tudo o que havia acontecido. Para muitos o gesto de Arthur poderia ser insignificante, mas para mim não. Desperto dos meus pensamentos boquiaberta com o local à minha volta enquanto encarava cada detalhe do hotel com a mais extrema admiração. Assim como tudo na Suiça, aquele lugar era lindo, e após muito esforço volto a seguir Arthur e os seguranças que o escoltavam até nossos quartos. Entramos no elevador e mesmo lutando contra minhas memórias não consigo evitar as lembranças que havia compartilhado com o meu chefe dentro de um cubo de aço como esse. Saímos do local ainda em silêncio até sermos direcionados aos nossos respectivos quartos. Podia observar dois seguranças em frente a porta do governador, e mesmo não querendo pensar no motivo daquilo, bem no fundo eu sabia a razão de tanta precaução. Continuo perdida em meus pensamentos, mas logo volto ao mundo real ao perceber que Arthur se encontrava parado em minha frente enquanto tentava chamar minha atenção.

- Srta.Diaz?

H-Hã?

- Preciso que após a reunião de amanhã a senhorita confirme minha presença na festa de gala que acontecerá à noite. Muitos laços políticos são formados nesse tipo de evento.

Ok, Sr.gorvenador!

Ah...Carla, arrume um vestido 
bonito. Você será minha acompanhante!


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Vocês são inacreditáveis, e como combinado, lá vai a maratona que prometi!
(1/3) ❤️💥

O Governador - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora