Capitulo 60 | Final

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Às vezes almas gêmeas estão destinadas a se encontrar, mas não a ficarem juntas...

Às vezes almas gêmeas estão destinadas a se encontrar, mas não a ficarem juntas

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ANY GABRIELLY
(Quebra de tempo)

Você me traz sorte, é o meu talismã. Sonho com você, quero ter você todas as manhãs. — cantarolei abrindo a porta de casa. — Mãe, pai, cheguei! — gritei fechando a porta.

— Oi meu amor. — abracei meu pai. — Como foi? — me separei e me agachei ao ver o Pipoca correr na minha direção.

— Cansativo. — peguei a bolinha de pelos no colo enchendo de beijos. — Vou só tomar um banho e ir dormir. — coloquei ele no chão.

— Não quer comer algo? — neguei.

— Tome um chá pelo menos. — escuto minha mãe chegar da cozinha.

— Tudo bem. — sorri e ela me deu um beijo na testa.

— Levo para você no quarto. — assenti.

Segui até o meu quarto no segundo andar e fechei a porta soltando um suspiro.

1 mês se passou, 1 mês que voltei a viver normalmente como se nada tivesse acontecido.

Sabina agora trabalha em apenas um emprego, que no caso é comigo no bar do José. Muita gente ficou feliz com a minha volta lá, inclusive os clientes antigos. Foi difícil ver todos e fingir não lembrar de nada, mas em questão de duas semanas eu já estava conversando com eles normalmente.

Os policiais também tentaram falar comigo, mas eu dei o meu melhor no papel de atriz e disse não lembrar de nada. Eles chegaram a me mostrar uma foto do Brian e eu disse que o rosto dele era familiar, porém não conseguia lembrar. O cara de qualquer forma estava morto, um crime a mais ou a menos não faz diferença, ele me sequestrou mesmo.

Fora isso, minha recuperação até foi boa. Meus pais me deram toda a atenção do mundo e aos poucos fui "lembrando" deles. Não vou negar, isso foi pior do que o esperado, porém hoje nossa relação é a mesma de antes, graças a Deus.

Voltando a assuntos de terceiros, Sabina ainda conversa com Pepe, mas do que entendi, Josh está focado em seu trabalho e não pergunta mais de mim. Eu ainda tenho o localizador na minha boca, inclusive estou criando coragem para tirar, daqui duas semanas tenho consulta de retorno no dentista.

Uma coisa que me deixou intrigada essa semana, foi minhas redes sociais. Voltei a ficar ativa ali e estou desconfiada de que Josh anda vendo minhas publicações. Tudo bem que eu tenho 20 mil seguidores, mas sempre vou suspeitar quando alguém curtir uma foto antiga minha. Foi isso que aconteceu a uns dias atrás, mas essa pessoa não me seguia e eu não seguia ela. Pode ser ilusão da minha? Com certeza, mas fazer o que, já aceitei que nunca vou esquecer ele.

Tomei um banho e coloquei meu pijama.

Me enrolei no roupão e fiquei sentada na cama.

Ainda é tão estranho acordar no meu quarto, ver que tudo voltou ao normal, tomar café e almoçar com minha família… Minha mãe até citou que antes eu tinha mania de ficar com a geladeira aberta e agora parei com essa mania. Pequenos detalhes eu diria.

Todos os dias eu uso o colar que o Josh me deu, e aquelas roupas que eu comprei chegaram até mim. Foi até engraçado ver a Sabina com duas sacolas repletas de roupas e dizer que estava me doando por não usar mais. Minha mãe ficou bem confusa, mas acabou caindo no papo.

Escutei duas batidas na porta e me levantei indo abrir.

— Seu chá. — minha mãe me estendeu a xícara e eu peguei.

— Obrigada. — segurou meu rosto me dando um beijo na bochecha. — Boa noite. — sorri.

— Boa noite. — disse fechando a porta.

Coloquei minhas pantufas e caminhei até a parte de fora do quarto.

Abri aquele vidro e o vento gelado bateu de uma vez me fazendo encolher um pouco.

Caminhei um pouco pelo lugar e me escorei na pequena mureta para olhar a rua.

A notícia do meu sequestro foi esquecida, ainda não entendi como ninguém me reconheceu ou deu informações para a polícia, até no shopping eu fui com os meninos.

Dei um gole no meu chá e suspirei sentindo aquele líquido quente descer.

Ao desviar meu olhar para a rua, notei uma silhueta ao lado de uma árvore mal iluminada. Seu olhar estava em mim e eu me segurei para não sorrir.

Josh pode estar a quilômetros de distância, sempre vou reconhecer aquele corpo dele.

Já desconfiava que ele estava em LA, mas não quis confirmar com Sabina para evitar uma ilusão maior.

Sabe aquele momento em que você está andando e sente que está sendo seguida? Pois é.

Eu deveria sentir medo, sair correndo ou olhar para trás de dois em dois segundos para ver se não estava maluca, mas não fiz isso. Sabia que era ele, aquelas palavras que ele me disse nunca saíram da minha cabeça, então eu nunca mais me preocupei.

"Você podia não saber ou não sentir, mas eu estava a todo tempo do seu lado, longe, mas cuidando"

Por mais que eu não o visse, me sentia protegida, por mais que ele estivesse do outro lado do mundo, eu sabia que nada ia me acontecer porque ele não iria deixar.

Tive vontade de sair e ir falar com ele, mas se Pepe não me avisou que ele estava de volta a LA, é porque Josh não queria que eu soubesse. Uma pena seu jeito discreto não funcionar mais comigo…

Fechei meus olhos rapidamente e dei mais um gole no meu chá.

Levantei minha cabeça encarando aquele céu e abri um leve sorriso.

Por incrível que pareça hoje o céu estava bem estrelado, e embora tenha a iluminação da rua, dava para ver nitidamente todas as estrelas.

— Tantas estrelas no céu e eu fui me apaixonar logo por uma cadente. — sussurro baixo e volto a olhar a silhueta.

Vi ele dar dois passos para trás e logo sumir da minha vista.

Terminei de tomar meu chá e voltei para dentro do quarto.

Deixei minha xícara na mesinha e apenas me deitei.

Nessa vida eu já entendi que nem tudo tem um final feliz, mas me sinto bem por saber que ele está seguindo com sua vida, do jeito dele, mas está.

— Que você nunca deixe de sorrir, assim como um dia já te fiz. — sussurro dando um beijo no colar e sinto uma lágrima escorrer.

Acho que é hora de recomeçar, mas dessa vez sem ele!

Hostage To a Murderer (✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora