Draco Malfoy

301 26 12
                                    

8 meses.

Foi o tempo que os juízes haviam falado.

8 em Azkaban pelos crimes cometidos. Se Potter não houvesse testemunhado ao nosso favor, teríamos o mesmo destino que meu pai.

Nossa casa havia sido revistada pelos aurores e tiraram tudo o que havia magia das trevas. Nossos bens foram congelados, somente enquanto estivermos presos.

Fomos levados direto para Azkaban onde passaríamos longos 8 meses, mas na minha cabeça só se passa uma coisa: Harry Potter.

Um dia quando vê-lo novamente vou pedir desculpas e agradecer por tudo que ele fez por mim e pela minha mãe no Ministério.

____________

Um mês havia se passado e minha rotina era sempre a mesma.

Levantar. Comer. Conversar com minha mãe. Olhar as paredes frias desse lugar. Comer. Pensar em como vou me desculpar com ele. E dormir.

_____________

Dois meses.

Já se passaram dois meses. Acho que estou começando a ficar louco. Mas continuo com a mesma rotina.

Diferente agora porque meu pai morreu, e minha mãe anda muito triste em alguns dias e eu sempre tento animar ela de alguma forma, mas ainda é difícil.

____________

O meu último mês chegou, e com ele uma carta de Hogwarts, para os alunos do último ano. Os aurores vieram trazer porque nada passa pelos dementadores

Eu fiquei surpreso com a carta, não achei que me chamariam para voltar lá, não depois de tudo o que aconteceu.

Mas junto à carta veio um bilhete da Prof° McGonagall, dizendo que todos merecem uma segunda chance.

As aulas iriam retornar em dois meses, então eu tinha um pouco de tempo para arrumar tudo o que eu precisar para retornar, e uma dessas coisas seria uma varinha.

Eles confiscaram a varinha da minha mãe, mas como eu não tinha uma, não poderiam fazer o mesmo.

Ainda estou com certo receio de ir e todos me julgarem. Eu sei que o que eu fiz não foi o certo, mas agora eu mudei e quero continuar mudando.

__________

Acabei de chegar na minha casa. Está tudo uma bagunça. Resolvi ajudar minha mãe a arrumar esse lugar.

Tá muito calmo é estranho. Mas pelo menos não tem mais aquele cheiro de morte, e gritos de dor que sempre me fizeram ficar agoniado.

Demoramos quase o dia todo para deixar a casa um pouco mais descente, e fomos comer, uma comida de verdade, estava sentido muita falta disso.

Depois de comer fui tomar um bom banho, coloquei uma roupa confortável e deitei na minha cama. Cama essa que eu estava sentindo muita, muita falta.

Acordei me sentindo muito animado, e decidi ir logo ao Beco Diagonal para comprar tudo o que eu preciso. Mas eu não tinha uma varinha ainda, não poderia aparatar sem uma, então peguei a da minha mãe emprestada para ir.

Fui primeiro na Madame Malkin estava bem cheio mesmo ainda faltando muito para o início das aulas. E pelo lado de fora eu vi eles. Pansy Parkinson e Blasie Zambini, os únicos amigos que eu já tive.

Assim que Pansy me viu ela veio correndo na minha direção, e me deu um abraço. Que falta eu senti dela.

-- Draco meu Merlin! Você foi solto. Por que não me avisou? Eu tinha ido até a mansão fazer alguma coisa. -- Ela estava com os olhos cheio de lágrimas, me senti triste em não ter enviado uma carta a ela avisando.

-- Desculpa Pans, eu estava muito ocupado ontem, não deu tempo de te avisar.

Ela me deu tapa do braço e pediu pra enviar cartas a ela todos os dias até voltarmos a Hogwarts.

Depois que Pansy parou de falar Blasie veio na minha direção.

-- Cara, você tá horrível.

-- Também senti saudades Blasie.

Então nós 3 voltamos a andar, e comprar tudo o que precisávamos. Eu iria comprar outra varinha mas acabei decidindo não comprar outra agora.

Despedi deles e aparatei até mansão, minha mãe estava na sala me esperando.

-- Querido. Como foi? Trouxe tudo o que precisava?

-- Oi mamãe. Trouxe sim. Encontrei com o Blasie e a Pansy lá também. Estava morrendo de saudades deles.

-- Eu imagino.

-- Eu vou subi para guardar as coisas e volto para tomar chá com a senhora.

-- Tudo bem meu dragão. -- Depois que ela falou isso dei um beijo nela e fui para o meu quarto.

Senti falta desse pequeno espaço de tranquilidade dentro dessa mansão.

Meu quarto era grande, as janelas davam para o jardim e dava para ver os pavões da minha família, minha cama era grande com lençóis de seda preta e verde, encostada em uma parede cinza, tinha um criado-mudo em cada lado da cama, uma porta que dava para o banheiro e outra para o closet, uma escrivaninha com alguns cadernos, minha pena e o tinteiro, embaixo de uma das janelas e as estantes de livros, ao lado da porta.

Repletos de livros dos meus primeiros anos e outros que eu gostava de ler quando o Lorde das Trevas não estava aqui.

Coloquei os novos livros que comprei em seu devido lugar e segui para o closet para guardar minhas roupas e desci para tomar chá com minha mãe.

Desde que voltamos não usamos a sala de jantar. Sempre que eu entro lá ainda vejo a professora de estudos dos trouxas sendo morta, e ouço a risada dele.

Agora fazemos todas as refeições na cozinha ou na sala de estar.

Minha mãe me olhou com certo receio antes de perguntar.

-- Querido como você se sente agora que vai retornar?

-- Eu definitivamente não sei mãe. Mas o bilhete da McGonagall dizia que todas as pessoas merecem uma segunda chance. Ela me deu uma para voltar a escola, mas não sei se as outras pessoas iram fazer o mesmo.

-- Eu sei meu dragão. Mas tome cuidado quando estiver lá tudo bem, a diretora pode ter te dado uma segunda chance, mas e as outras pessoas que foram afetadas pela guerra?

-- Vou tentar fazer o meu melhor mãe. Vai dar tudo certo, não se preocupe. -- Terminei meu chá e avisei minha mãe que não ia jantar e fui para o meu quarto.

Em pensar que nesse mesmo tempo anos atrás, eu estaria estudando todas as formas de atazanar a vida do Potter, mas estou aqui contando o resto dos dias somente para me desculpar e agradecer. Mesmo que eu não mereça.

O RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora