Draco Malfoy

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Hoje de manhã acordei um pouco mais animado que o normal. Finalmente hoje vou voltar a Hogwarts.

Minha mãe havia me perguntado se eu ia pegar o trem, disse a ela que iria aparatar até lá, para evitar os olhares que eu sabia que receberia uma hora ou outra.

Quando deu a hora me despedi da minha mãe peguei minhas coisas e minha varinha e aparatei até os grandes portões, e de longe vi que começaram a chegar algumas carruagens.

Passaram algumas antes de Pansy e Blasie descerem, ficamos conversando um pouco antes de eu ver ele. Harry Potter. O salvador do mundo bruxo. O garoto de ouro. O eleito.

Resolvi que seria agora que eu iria conversar com ele e o chamei.

-- Potter. -- Ele se virou para mim e meu olhar cruzou com o dele, eu não sei o que aconteceu comigo, mas fiquei preso naqueles olhos, antes de voltar a falar. -- Podemos conversar?

Ele falou alguma coisa com os amigos dele e assentiu.

-- Vem, vamos dar um volta. -- Ele disse.

Me despedi dos meu meu amigos e cumprimentei os amigos dele antes de começarmos a andar em direção ao lago. Estava um clima bom de fim de tarde, paramos em um lugar e começamos a olhar o por do sol. Me virei pra ele e ele estava com os olhos fechados absorvendo os últimos raios solares daquele dia. Não pude não reparar na feição dele.

As linhas do rosto dele não eram mais como antes, mas em alguns pontos parece a mesma, ele se tornou um homem mais com um rosto jovial, os cabelos bagunçados como sempre e eu contive o impulso de passar a mão entre os fios do moreno.

Voltei a minha atenção ao sol que já quase não se via mais e dava espaço a um contraste entre um roxo e um laranja e o azul da noite com o céu estrelado.

Chamei a atenção dele que olhava para todos os lugares menos pra mim.

-- Olha eu queria me desculpar, por tudo. -- Eu não fazia ideia de como começar então comecei com um pedido de desculpas. -- De verdade, eu fui um completo idiota com você todos esses anos.

-- É você foi.

-- Um babaca que só pensava na supremacia puro-sangue. -- Me virei pra ele e encarei as esmeraldas com um brilho lindo me encarando de volta. Senti um arrepio e não faço ideia de onde veio. -- Eu tive muito tempo pra pensar em tudo o que eu fiz a você e seus amigos.

-- Tudo bem Malfoy.

-- Eu queria também te agradecer.

-- Agradecer? Por que? -- Dessa vez eu vi a confusão tomar conta de seu rosto.

-- Agradecer pelo o que você fez pra mim e para minha mãe no tribunal, se não fosse por você, nós dois teríamos o mesmo destino do meu pai.

-- Só retribui o favor que fizeram por mim. Por você na mansão. E pela sua mãe na floresta.

-- Não sei do que você tá falando. -- O encarei e ele começou a rir.

-- Ata, vai me dizer que você não sabia que era eu aquela hora.

-- Ainda não sei o que você tá falando. -- Olhei pra ele com divertimento e cruzando os braços.

Caímos em um silêncio confortável até ele falar.

-- Sabe eu ainda tenho a sua varinha.

Olhei pra ele em choque e ele tava fitando os sapatos como se fossem a melhor coisa do mundo agora, com as bochechas rosadas em vergonha.

-- Sério!? Achei que tinha perdido ela em todo aquele caos.

-- Não. Eu guardei ela em segurança, eu iria devolver ela no dia do julgamento, mas acabei deixando em casa.

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