Capítulo 17

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Aurie Singer pov's

Escuto os meninos gritando atrás de mim, mas nem me preocupo em saber o que é, só me preocupo de dirigir até o hospital mais próximo possível.

-Ele ainda tá respirando e tem pulso. -escuto Sam falar.

Assim que chegamos no Hospital, já colocam o meu pai em uma maca e começam a levar para dentro.

-Chame o neurocirurgião de plantão. Ferido a bala na área frontal direita, sem orifício de saída. Respiração espontânea, batimentos 120. -escuto a médica falar para os outros. -Pressão nove por seis. Entrando em coma 5.

Sabe quando você está ali em determinado lugar, mas você sente como se estivesse em qualquer lugar do mundo, menos ali? Então, é o que eu estou sentindo agora, sinto como se estivesse revivendo cada lembrança, cada memória boa com o meu pai. Sei que na verdade eu não sou filha dele de verdade, mas o jeito que ele cuidou de mim, me deu amor, carinho e aquele sentimento de conforto, eu sei que não acharia em nenhum outro lugar. Meu pai é tudo o que eu tenho, sempre cresci com ele, sempre fui grudada nele e agora ele está entre a vida e a morte. Sinto meu olho arder por causa das lágrimas e faço de tudo pra tentar não chorar ali na frente deles.

Uma das enfermeiras nos leva até uma salinha de espera pra ficarmos sentados e esperando qualquer notícia dele.

Passado uns 30 minutos um médico chega pra falar com a gente.

-Parentes de Bobby Singer? -ele pergunta, me levanto da cadeira e me aproximo dele vendo que os meninos estão bem atrás de mim. -Ele se estabilizou no momento. Agora é só esperar. -solto um suspiro de alivio.

-Vocês acham que conseguem tirar a bala da cabeça dele? -pergunto para o médico.

-Talvez, tudo depende do estado dele agora. Assim que o inchaço diminuir, veremos o que conseguimos fazer. -ele me explica.

-Será que eu... posso ir vê-lo? -pergunto e sinto um nó se formar na minha garganta.

-É claro, sabem o caminho. -ele fala e se retira. Ando até o "quarto" em que ele está ficando e quando chego lá, o vejo cheio de aparelhos ligado nele. Puxo uma cadeira para perto da cama e me sento lá enquanto seguro sua mão.

-Pai... -sussurro baixinho. -Não me deixa aqui, o senhor tem que lutar, prometeu que ia ficar comigo, então nem pensa em ir agora tá?! -falo mesmo não sabendo se ele estava me escutando ou não. Deito minha cabeça na cama e fico segurando sua mão. -Eu amo você. O senhor é a minha única família, sei que tenho o Dean, Sam e a Jody. Mas não é a mesma coisa sem o senhor aqui. -falo e sinto meu olho começar a lacrimejar. -Acorda logo, por favor.

Passado um tempo desde que estou aqui no quarto com meu pai, decido sair um pouco e ver como os meninos estão. Assim que saio de lá, encontro com eles conversando com o médico no corredor.

-Então, não tem nada que possamos fazer? -escuto Sam perguntar ao médico.

-Eu lamento. -o médico responde. -Temos que esperar. Ver se o inchaço diminui.

-Quanto tempo? -Dean pergunta, e acho que nenhum deles notou minha presença ali ainda.

-É difícil dizer em casos assim.

A vida "normal" de Aurie Singer.Onde histórias criam vida. Descubra agora